In "SOL" – o sublinhado é nosso
1.º Avaliar os professores tendo em conta «a melhoria dos resultados escolares dos alunos» significa a desresponsabilização do aluno e dos pais e a destruição da escola, que deixa de ser um local onde se aprende para se tornar um local onde essencialmente se passam certidões de aprovação. Os alunos não são objectos, são sujeitos da sua própria aprendizagem, e os resultados que têm não dependem só do professor, mas de uma miríade de factores que este não controla.
(Talvez não represente tal situação. Sabe-se que há muitos professores que se estão nas "tintas" para os resultados escolares dos alunos. Alguns até fazem gala disso. Afinal qual é a percentagem que conta, no total da avaliação ?)
2.º A avaliação em função da «redução do abandono escolar dos alunos» é outro aspecto que o professor não controla.
(Não controla mas, tem que passar a controlar. Procurando pela sensibilização dos alunos e dos seus encarregados de educação e até da Direcção da escola, dar mais atenção a esse facto. Qual é a percentagem que conta para o total da avaliação?)
3.º A avaliação dos professores por outros professores da própria escola permite uma avaliação injusta decorrente de situações de amizade, de indiferença ou de conflitualidade entre pessoas que trabalham juntas na escola há vários anos.
(Em todas as avaliações, tal situação pode acontecer, Nas empresass privadas, todos sabemos que isso acontece. É um factor de tal maneira subjectivo que não cabe como argumento para que não se faça a avaliação)
4.º Professores avaliados por outros professores de escalão inferior descredibiliza todo o processo.
(Pode haver alguma razão nesta situação, mas, quais a razões que são aduzidas pelo Ministério para que tal aconteça ?)
5.º Serem avaliados por outros professores com habilitação científica diferente da sua e, ainda, por professores com habilitação académica inferior à sua permite, por exemplo, que um professor de Informática avalie um de Matemática ou que um licenciado avalie alguém com o grau de mestre ou o de doutor.
(Estamos com situação semelhante à questão anterior. A habilitação académica inferior, acontece nos privados e não é questionada. E, não serão tantos casos assim.)
6.º O estabelecimento de quotas de atribuição de Excelentes e de Muito Bons, estipuladas por razões economicistas, não premeia o mérito absoluto dos professores avaliados.
(Podem não acontecer por critérios economicistas. As funções a desempenhar no futuro, em situações de "chefia" conduzem a situações desse tipo. Têm que se esforçar, que competir para serem os melhores. É uma situação que acontece em todas as profissões. O nem todos podem chegar ao topo da carreira. Como estamos agora é que não pode ser.)
7.º Haver quotas diferentes de escola para escola faz com que a mesma qualidade de exercício da profissão tenha oportunidades diferentes de ser reconhecida.
(Pode haver aqui alguma razão)
8.º A avaliação dos professores que já chegaram ao topo da carreira é inútil, dado não progredirem.
(Que sorte, foram premiados – com os vencimentos e o corte nas horas de trabalho, possívelmente antes de muitos outros)
9.º A complexidade e a burocratização do processo de avaliação (elaboração de objectivos individuais, concepção e preenchimento de fichas, análises de dados, aulas assistidas, registos vários, portfólios, reflexões, reuniões, entrevistas, etc.) implicam muito mais do que as 35 horas de trabalho semanais legais.
( A redução do trabalho administrativo compreendem-se. Só não se compreende a grande dificuldade que os "professores passaram a ter" quamdo foram obrigados a fazer algo diferente daquilo que há anos, por sistema e de "olhos fechados", vinham fazendo. Não queremos acreditar que vão apssar 35 horas por semana, 52 semanas por anos a prencher as fichas)
10.º A heterogeneidade de procedimentos na avaliação de escola para escola prevista na lei permite a desigualdade de oportunidades.
(Esse, será um problema que cada escola terá que resolver, não tem nada a ver com os avaliados)
Este modelo de avaliação é, pois, propiciador de injustiça e da deterioração do ambiente de trabalho nas escolas, comprometendo a desejada melhoria do sistema de ensino.
(Todos os modelos de avaliação são propiciadores de injustiças. Pergunte-se a quem foi avaliado numa empresa privada. Por aí tambem há quotas, a coeficientes, etc, etc)
E, com apreensão, verificamos, por um lado, que os sindicatos continuam com um discurso sem alternativas concretas adequadas (que mostrem que os professores querem ser avaliados e que não deixem criar a ideia de que querem uma guerrilha sem fim) e com atitudes francamente discutíveis, como o abandono da comissão paritária; e, por outro, que a ministra da Educação afirma que já foram avaliados 20 000 professores, mas não refere que o foram por meio de uma avaliação simplificada, e não por este decreto que se pretende impor, e defende que não há alternativa a este modelo de avaliação. Ora, é óbvio que há alternativa.
(De facto, se o Ministério, que é o Patrão e tem mantido uma certa intransigência, não é menos certo que os sindicatos e os professores, têm sido muito piores, utilizando continuadamente essa intransigência e má fé, repetidas vezes, sempre e só no sentido da promoção da não avaliação.)
Maria Regina Rocha
Professora na Escola Secundária José Falcão, em Coimbra, e mestre em Ciências da Educação
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