31 agosto, 2014

BISCATES

 

 

 

 

A TOURADA À PORTUGUESA ..segundo o coronel Matos Gomes

 

por Carlos de Matos Gomes

 



Para que servem as primeiras páginas dos jornais e os grandes casos dos noticiários das TV?

Se pensarmos no que as primeiras páginas e as aberturas dos telejornais nos disseram enquanto decorriam as traficâncias que iriam dar origem aos casos do BPN, do BPP, dos submarinos, das PPP, dos SWAPs, da dívida, e agora do Espírito Santo, é fácil concluir que servem para nos tourear.

Desde 2008 que as primeiras páginas dos Correios das Manhas, os telejornais das Moura Guedes, os comentários dos Medinas Carreiras, dos Gomes Ferreiras, dos Camilos Lourenços, dos assessores do Presidente da República, dos assessores e boys dos gabinetes dos ministros, dos jornalistas de investigação, nos andam a falar de tudo e mais alguma coisa, excepto das grandes vigarices, aquelas que, de facto, colocam em causa o governo das nossas vidas, da nossa sociedade, os nossos empregos, os nossos salários, as nossas pensões, o futuro dos nossos filhos, dos nossos netos.

 

 

 

 

 

Que me lembre falaram do caso Freeport, do caso do exame de inglês de Sócrates, da casa da mãe do Sócrates, do tio do Sócrates, do primo do Sócrates que foi treinar artes marciais para a China, enfim que o Sócrates se estava a abotoar com umas massas que davam para passar um ano em Paris, mas nem uma página sobre os Espirito Santo! É claro que é importante saber se um primeiro ministro é merecedor de confiança, mas também é, julgo, importante saber se os Donos Disto Tudo o são. E, quanto a estes, nem uma palavra. O máximo que sei é que alguns passam férias na Comporta a brincar aos pobrezinhos. Eu, que sei tudo do Freeport, não sei nada da Rioforte! E esta minha informação, num caso, e falta dela, noutro, não pode ser fruto do acaso. Os directores de informação são responsáveis pela decisão de saber uma e desconhecer outra.

Os jornais, os jornalistas, andaram a tourear o público que compra jornais e que vê telejornais.
Em vez de directores de informação e jornalistas, temos novilheiros, bandarilheiros, apoderados, moços de estoques, em vez de notícias temos chicuelinas.

 

 

 

Não tenho nenhuma confiança no espírito de auto critica dos jornalistas que dirigem e condicionam o meu acesso à informação: todos eles aparecerão com uma cara à José Alberto de Carvalho, à Rodrigues dos Santos, à Guedes de Carvalho, à Judite de Sousa (entre tantos outros) a dar as mesmas notícias sobre os gravíssimos casos da sucata, dos apelos ao consenso do venerando chefe de Estado, do desempenho das exportações, dos engarrafamentos do IC 19, das notas a matemática, do roubo das máquinas multibanco, da vinda de um rebenta canelas uzebeque para o ataque do Paiolense de Cima, dos enjoos de uma apresentadeira de TV, das tiradas filosóficas da Teresa Guilherme. Todos continuarão a acenar-me com um pano diante dos olhos para eu não ver o que se passa onde se decide tudo o que me diz respeito.

Tenho a máxima confiança no profissionalismo dos directores de informação, que eles continuarão a fazer o que melhor sabem: tourear-nos. Abanar-nos diante dos olhos uma falsa ameaça para nos fazerem investir contra ela enquanto alguém nos espeta umas farpas no cachaço e os empresários arrecadam o dinheiro do respeitável público.

Não temos comunicação social: temos quadrilhas de toureiros, uns a pé, outros a cavalo.
Uma primeira página de um jornal é, hoje em dia e após o silêncio sobre os Espirito Santo, um passe de peito.
Uma segunda página será uma sorte de bandarilhas.
Um editor é um embolador, um tipo que enfia umas peúgas de couro nos cornos do touro para a marrada não doer.
Um director de informação é um “inteligente” que dirige uma corrida.

Quando uma estação de televisão convida um Camilo Lourenço, um Proença de Carvalho, um Gomes Ferreira, um João Duque, um Judice, um Marcelo, um Miguel Sousa Tavares, um Angelo Correia, devia anunciá-los como um grupo de forcados: Os Amadores do Espirito Santo, por exemplo. Eles pegam-nos sempre e imobilizam-nos. Caem-nos literalmente em cima.

As primeiras páginas do Correio da Manhã podiam começar por uma introdução diária: Para não falarmos de toiros mansos, os nossos queridos espectadores, nem de toureios manhosos, os nossos queridos comentadores, temos as habituais notícias de José Sócrates, do memorando da troika, da imperiosa necessidade de pagar as nossas dividas.

 

Todos os programas de comentário político nas TV deviam começar com a música de um passo doble.

 

Ou com a premonitória “Tourada” do Ary dos Santos, cantada pelo Fernando Tordo.

 

O silêncio que os “negócios “ da família "Dona Disto Tudo" mereceu da comunicação social, tão exigente noutros casos, é um atestado de cumplicidade: uns, os jornalistas venderam-se, outros queriam ser como os Espirito Santo. Em qualquer caso, as redacções dos jornais e das TV estão cheias de Espiritos Santos. Em termos tauromáticos, na melhor das hipóteses não temos jornalistas, mas moços de estoques. Na pior, temos as redacções cheias de vacas a que se chamam na gíria as “chocas”.

O que o silêncio cúmplice, deliberadamente cúmplice, feito sobre o caso Espirito Santo, o que a técnica do desvio de atenções, já usada por Goebels, o ministro da propaganda de Hitler, revelam é que temos uma comunicação social avacalhada, que não merece nenhuma confiança.

Quando um jornal, uma TV deu uma notícia na primeira página sobre Sócrates( e falo dele porque a comunicação social montou sobre ele um operação de barragem pelo fogo, que na altura justificou com o direito a sabermos o que se passava com quem nos governava e se esqueceu de nos informar sobre quem se governava) ficamos agora a saber que esteve a fazer como o toureiro, a abanar-nos um trapo diante dos olhos para nos enganar com ele e a esconder as suas verdadeiras intenções: dar-nos uma estocada fatal!

Porque será que comentadores e seus patrões, tão lestos a opinar sobre pensões de reforma, TSU, competitividade, despedimentos, aumentos de impostos, gente tão distinta como Miguel Júdice, Proença de Carvalho, Angelo Correia, Soares dos Santos, Ulrich, Maria João Avilez e esposo Vanzeller, não aparecem agora a dar a cara pelos amigos Espirito Santo?

Porque será que os jornais e as televisões não os chamam, agora que acabou o campeonato da bola?

Um grande Olé aos que estão agachados nas trincheiras, atrás dos burladeros!

Carlos de Matos Gomes

 

Nascido em 24/07/1946, em V. N. da Barquinha.

 

Coronel do Exército (reforma).

 

Cumpriu três comissões na guerra colonial em Angola, Moçambique e Guiné.

 

 

 

 

 

 

28 agosto, 2014

Mira Amaral - Sempre a sacar

Luís Mira Amaral

A fiscalidade verde

Quando foi nomeada a Comissão para a Reforma da Fiscalidade Verde, presidida por um ex-regulador e atual consultor para as ventoinhas, pensei numa lógica tecnocrática e com a minha habitual ingenuidade política: se eu fosse ministro das Finanças não havia duas comissões, uma para a economia suja que trata do IRS, IRC e IVA, coisas que deviam preocupar Pires de Lima, e outra para a tal economia verde. Haveria só uma para a qual o ambiente daria a sua contribuição.

Depois de ouvir Moreira da Silva, esse marialva da energia, cujo treinador de campo (e não de bancada...) é o Carlos Pimenta, dizer que o aumento do ISPP sobre os combustíveis sujos seria neutro do ponto de vista fiscal porque seria compensado pelos encargos deduzíveis no IRS, designadamente para aqueles que andam de bicicleta ou de transportes públicos (como se fosse possível na mobilidade fazer tal switch imediatamente...), percebi tudo: o PM e a MF estão inteligentemente a usar o Moreira da Silva, para nos sacar mais algum nos impostos! Chapeau para os dois!

O subsídio ao popó elétrico é um completo disparate. Tal veículo é ainda um produto de nicho para os mais abastados

É evidente que a proposta de apoios para o abate de veículos velhos é correta do ponto de vista ambiental, da eficiência energética, da segurança rodoviária e do estímulo ao comércio automóvel, que foi dos sectores mais afetados pela austeridade.

Mas o subsídio ao popó elétrico é um completo disparate. Como já aqui expliquei, tal veículo é ainda um produto de nicho para os mais abastados circularem nas cidades, não permitindo a atual tecnologia das baterias que o carro elétrico seja uma proposta de valor para o mass market. Assim sendo, tais apoios são uma espécie de Robin dos Bosques ao contrário, pois tal significa pôr os pobres a subsidiar os ricos! Isto já tinha aliás acontecido nas tarifas ultragenerosas dadas à microgeração pois só os mais abastados é que tinham dinheiro para o investimento nos então dispendiosos painéis solares, vendendo depois por um balúrdio essa energia à rede eléctrica, sobrecustos pagos por todos nós nos famosos Custos de Interesse Económico Geral.

Também, como diz Júlio Santos, diretor da revista "Turbo", por que carga de água "é que um veículo híbrido que emite (anuncia...) 116 gm/km de CO2 é mais 'amigo' do ambiente do que outro com um motor diesel convencional, com emissão de 85 gm/CO2?" Se o objetivo é o CO2, tal não faz nenhum sentido. Tenta-se escamotear que na base dos híbridos estão motores térmicos (a gasolina ou diesel) que obviamente não escapam às emissões de C02! É claro que o que se pretende é apoiar o modo elétrico na tentativa vã de escoar o excesso de energia eólica! Quanto aos incentivos às bicicletas, como sugere Júlio Santos, "porque não um incentivo a quem comprar um burro, desde que tenha contabilidade organizada"!!!

 

 

 

26 agosto, 2014

Despesa sobe

No Jornal I- sobe a despesa,  sobe com os impostos a subirem. Onde vamos parar?

“Aplicando a mesma lógica à evolução da execução orçamental até Julho, ontem divulgada pela DGO (em baixo), conclui-se que a despesa, sem as componentes de juros e salários do Estado, está a subir 2% até Julho, mais 617,8 milhões de euros. Um cenário contrário ao estimado no DEO e que evidencia que há uma diferença negativa de 1 080 milhões entre o aumento da despesa até Julho (mais 618 milhões) e o valor que uma queda de 1,5% nestas despesas representaria até Julho (menos 462,4 milhões).

Além do conjunto de despesas de que o governo mal fala estar a crescer, quando devia estar a cair, também há a referir as receitas fiscais: o executivo está a conseguir o dobro do que tinha previsto (mais 4% contra 2%).”

 

Sanguessugas

Este Governo actua como uma enorme e faminta sanguessuga no pantano da política.
Suga o sangue dos mais vulneráveis e incautos até ficar anafada.  Quando volta a ter fome, programa outra lauta refeição.
Até que, esquecendo-se de que o um destes dias o pasto das suas  refeições  acaba, porque o fornecedores morrem ou se revoltam.

25 agosto, 2014

Economia - os vampiros

Quando se ouve o Ministro da Saúde achar bem a compra por estrangeiros dum hospital privado, em funcionamento e com lucros substanciais,  dizendo que a nossa economia precisa de investimento estrangeiro, devemos ficar indignados ou não?
Quando se vende a EDP, empresa nacional, a investidores chineses, devemos reagir como?
Quando se vende a maior seguradora e a mais antiga a investidores chineses, devemos bradar aos céus?
Quando se vende ou outra seguradora, em negócio que não ilude a falta de transparência em todo o seu processo, por um preço irrisório, com a certeza de que será revendida logo que possível, devemos corar de vergonha.
Corar de vergonha, bradar aos céus, gritar alto e de bom som a nossa maior indignação – tudo isto não é investimento, é vampirismo – é sugar o sangue do trabalho de muitas centenas de milhares de portugueses que durante anos, com o seu esforço colocaram em pé e fomentaram o seu progresso em todoas essas empresas que hoje são passados a pataco para os seus lucros serem transferidos para fora de Portugal lançado no desemprego muitos milhares dos seus trabalhadores.
Isto não é investimento.
Investimento é fomentar, contruir e desenvolver novas empresas em Portugal, desenvolvendo a economia naciol, fomentando o emprego e aumentando as nossas exportações.
Estamos a ser vendidos aos pouco, não faltará muito para que apenas nos reste o Sol, se esse mesmo não for igualmente vendido.

21 agosto, 2014

Divida Pública a subir, a subir

Dizem eles, os do Governo que o País está melhor?

Ora se está bem, como seria se estivesse mal!

FAMÍLIA ESPÍRITO SANTO

 

 

 

 

Mesmo assim, não tenham pena, que não vão ficar  pobres....

 

OS ACTIVOS DA FAMÍLIA ESPÍRITO SANTO

 Herdade da Comporta

(onde, candidamente, iam brincar aos pobrezinhos) com uma área de 12,5 mil hectares (área cultivada de arroz, 1 100 hectares e produz também: vinho, milho, batata-doce e curgetes). A parte florestal tem uma área de 7 100 hectares de pinheiros e carvalhos. Existe um projecto imobiliário e turístico.

Industria hoteleira

Possui 14 unidades hoteleiras (Tivoli, Hotels & Resorts), todos de 4 e 5 estrelas. No Brasil 2 unidades ( S.Paulo e Praia do Forte em S.Salvador da Baía). Em Portugal 12 unidades (6 no Algarve, 3 em Lisboa, 2 em Sintra e um em Coimbra). Tem uma oferta total de 3000 quartos.

Operador Turístico

Tem mais de 50 balcões espalhados pelo País. A actividade alarga-se até Angola, Itália e Espanha. Opera com as marcas Top Atlântico, Carlson Wagonlit e BCD Travel. Detém a operadora online Netviagens. ES Bank no Panamá (acrescento eu), que o Estado tomou conta da Administração, não nacionalizou!

Portucale

Proprietários da herdade Vargem Fresca (Ribatejo) com cerca de 510 hectares, alberga dois campos de golfe, Ribagolfe I e II. A Portucale esteve envolvida num escândalo em conjunto com o governo Santana Lopes/Durão Barroso/Paulo Portas, acerca de um abate ilegal de sobreiros, autorizado às pressas e após terem perdido as eleições para o PS. Conta-se, que na altura o CDS teria recebido um milhão de euros e justificado ter sido oferecido por diversos donativos de militantes, entre eles, o muito glosado MANUEL LEITE DO REGO.                                                                                                                                                     

Esta Propriedade foi destacada da Companhia das Lezírias (do Estado), com o argumento/justificação de que iriam ali plantar novas espécies arbóreas!!! Éra bom, conveniente, que alguém fizesse uma investigação sobre a forma como esta propriedade foi transacionada. Como foi retirada ao Estado, a que preço!

Espirito Santo Saúde

O grupo tem cerca de 18 unidades clínicas, 1200 camas e cerca de 9000 funcionários. Os três principais hospitais são o da Luz, em Lisboa, o da Arrábida, em Vila Nova de Gaia e o Beatriz Ângelo, em Loures.

Fazendas no Brasil

O Grupo Espírito Santo tem duas grandes fazendas no interior do Brasil. Uma no Estado de S. Paulo com 12 mil hectares, mais propriamente em Botucatu, chamada Fazenda Morrinhos. Produz, laranjas, limões, eucalipto e cana de açúcar.

A outra, é a Fazenda Pantanal de Cima, no estado de Tocatins, com uma área de 20 000 hectares, 3 mil dos quais asseguram produção de arroz no verão e de soja no inverno.

Herdade no Paraguai

É a maior herdade do Grupo, Estende-se por cerca de 135 mil hectares, no Paraguai. Este terreno  tem uma dimensão equivalente à do quinto maior concelho do País (Uma área onde caberiam 16 Lisboas) Alberga mais de 53 mil cabeças de gado e possui 75 mil hectares de pastagens, 12 mil hectares de floresta e 5 mil de cultivo agrícola,  nomeadamente de soja e algodão.

Atlantic Meals - Agroalimetar

Produz arroz, milho e alimento para crianças, como as farinhas sem glúten. Tem três unidades industriais em Portugal (Coruche, Biscainho e Alcácer do Sal) e uma outra em Sevilha. Opera com as marcas Ceifeira, Sorraia, Atlantic e Atlantic Le Chef. A Atlantic Meals é fornecedora das indústrias cervejeira e agroalimentar. Tem uma capacidade de secagem de  arroz e milho de 50 mil ton. ano.

Espirito Santo Property Brasil

É a empresa imobiliária do grupo no Brasil associada à OA (Oscar Americano), com vários projectos residenciais, de comércio, parques logísticos, escritórios e loteamento. As actividades principais são em S.Paulo, onde desenvolve projectos imobiliários emblemáticos, como o complexo Villa Lobos, com área comercial e residencial, ou a Alameda dos Pinheiros. Tem expandido a actividade a outros estados brasileiros, como é o caso da Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Baía. Já concretizou empreendimentos fora do Brasil, como é o caso do edifício Plaza Miami, no centro desta cidade norte americana, um prédio com uma área total de 120 mil metros quadrados com área residencial, escritórios e hotel.

Espirito Santo Property (Portugal)

É um dos maiores promotores imobiliários de Portugal. Vocacionado para o segmento alto, a empresa foi criada com o nome Espart, designação que acabou por ser alterada em Novembro do ano transacto. Um dos primeiros grandes trabalhos foi o desenvolvimento da Quinta do Patiño, no Estoril (onde está o Dias Loureiro e o Rendeiro) transformando um antigo palácio e respectivos jardins numa das áreas mais exclusivas de Portugal. Conta além disso, no seu portfólio, com edifícios em Lisboa, com o nº. 15 da Rua Castilho e o 238 da Avª. da Liberdade, o Ivens 31, no Chiado e o Parque dos Príncipes, em Telheiras. E tem as residências do Palácio Estoril, a Quinta do Peru, em Azeitão, as Casas de São Francisco, em Santiago de Cacém, o Oeiras Golf & Residence, o Doro Atlantic Garden, em Gaia e as Quintas D'Al-Gariya, em Portimão, entre outros edifícios.

Companhia de Seguros Tranquilidade

Valor de activos sob gestão 800 (oitocentos) milhões de Euros.

Banco Espirito Santo

A GALINHA DOS OVOS DE OURO.

Não consta neste rol, as "poupanças estratégicas" eventualmente acantonadas em offshore´s (do BES/Angola, não se sabe onde param, cerca  5,7 mil milhões de $USA).

Sabe-se é que:

O BES/Portugal, emprestou 3 mil milhões de Euros. ao BES/Angola, os quais, dizem, estão perdidos.

O BES emprestou ao Grupo Espirito Santo 1 200 milhões de €. Com insolvência deste grupo, a liquidação desta verba é um sonho.

A Caixa Geral de Depósitos, desembolsou 300 milhões de €, recebendo como garantia as acções do grupo, nesta altura do campeonato valem um grandíssimo ZERO. A C.G.D. (empresa pública), empresta 300 milhões de €? E quem será o responsável? Logicamente a ministra das finanças. Estão todos calados que nem ratos...

No cômputo geral,  a exposição de empresas portuguesas no Espírito Santos Financial Group (maior accionista do BES), é de cerca 5 000 milhões de € (cinco mil milhões de euros).

Ao  ser aceite o pedido de protecção de credores e/ou em alternativa ser declarada a insolvência deste grupo, lá vem mais  um "tsunami" financeiro (Quando o mar bate na rocha quem se lixa, quem é?, quem é?: Obviamente o mexilhão).

No meu mail de cinco do corrente, aconselhava a quem tivesse muita fé, a pôr uma velinha aos pés da N.S.de Fátima e que rezassem muito e com toda a veemência, a fim de não ser outra vez o "mexilhão" a pagar estes desmandos. Hoje, não peço que ponham uma velinha mas sim uma palete delas e não rezem, acampem na igreja e se possível,  peçam acompanhamento pelo Duarte Lima. 

A desgraça deste país é o sistema bancário e tudo o que rodeia. Não foi esta oligarquia, com o conforto do sr. governador do Banco de Portugal e do residente de Belém os incentivadores da chamada do FMI? com que objectivo? O objectivo era a salvação das suas casas bancárias, as maiores causadores da dívida soberana, hoje sobejamente sabido, ser ela mais privada do que pública em detrimento do povo português, vilmente sacrificado, para satisfação da ambição destes malandros.

Enoja, ver, ler e ouvir os mais diversos gurus do regime, tentar minimizar  os desmandos desta "troupe". No entanto, o excremento é tanto, que a carpete da "sopeira",  já não tem capacidade para acolher tanto lixo e este, já incontrolavelmente, é exposto à saciedade.

Onde estarão as críticas do Marcelo Rebelo de Sousa (cardeal Richelieu) e de Sousa Tavares? O primeiro tem como companheira, há longuíssimos anos,  Rita Berta Cabral, administradora não executiva do BES e um dos três membros da Comissão de Vencimentos do BES, entre 2008/2012. Assíduo acompanhante de Ricardo Salgado nas férias no Mediterrâneo. Os netos do segundo (Sousa Tavares), são os mesmos netos do sr. Ricardo Salgado.

Em súmula, que tem o sr. Cavaco Silva e o Governo a comentar sobre estas turbulências? Terão o moral suficiente para tomar decisões adequadas e criticar o seu aliado mais forte no derrube do governo anterior? Já começa a ser trágico (para o povo português) o constante envolvimento destas entidades com esta pirataria bancária. E o que é constrange mais, desde o mais brilhante quadro até ao mais humilde servente? O saber-se que esta gente vai usufruir de chorudas pensões de reforma e passam incólumes perante esta (in)justiça portuguesa.

Por fim, descobriu-se um novo super-homem, Vítor Bento. Este sr. foi convidado para presidir à administração do BES (antes tinha sido convidado para ministro das finanças. Declinou (sempre é melhor banqueiro que ministro) e assim avançou outro super-homem Vítor Gaspar (...afinal  havia outro..."vítoraf" ... como diz uma famosa canção), o que me leva a acreditar que o Vítor (Gaspar), não era tão super como os "gurus do regime" nos quiseram vender e este (Bento) será?

Desconfio  e muito. Para já, o sr. Vítor Bento (protegido do Catroga) não tem qualquer experiência bancária. Teremos que acreditar na sua perspicácia e inteligência e apesar de lhe conceder o benefício da dúvida nestes requisitos, não acredito nele. E porquê? Quando este individuo afirma e reafirma que a actual situação económica/financeira tem por culpado primário o POVO PORTUGUÊS, por ter VIVIDO ACIMA DAS SUAS POSSIBILIDADES, vai agora presidir a uma entidade, testemunho vivo, contrário à sua  pseudo-teoria.

 Atenciosamente / Best regards / Bien Cordialement

             Manuel Ramos De C.A. Bartilotti.

                

 

 

 

19 agosto, 2014

Gomes Ferreira - precisava de3 uma tareia?

Sobre o «economista» Gomes Ferreira


• João Quadros, O fio da navalha:

«(…) José Gomes Ferreira, o homem com um programa de governo, veio sossegar os espíritos e afirmou, na SIC Notícias, que o BES estava sólido e que se ele tivesse dinheiro investia tudo em acções do BES (estavam a 0,45 nesse dia). Foi pena não o ter feito e é pena que ainda tenha emprego. O meu quentinho é pensar que a malta que compra o livro do José Gomes Ferreira é bem capaz de ter seguido o conselho e ter gasto tudo em acções do BES. Aquele casal que foi à FNAC, de propósito, para pedir um autógrafo ao Zé Gomes, anda agora a ver se o encontra para lhe dar uma tareia porque seguiu o conselho do mestre e investiu as poupanças da filha em acções do BES. (…)»

 

 

 

Reformados - como els os veem

Um grupo de jovens adultos na casa dos 30/40 anos (cuja folha de descontos para a segurança social seria interessante conhecer), sem curriculum a não ser escrever opinião em jornais, tem escrito vários artigos a dizer que não estão para “sustentar as reformas”. A primeira constatação é que já tinham idade para ter educação mas isso já começa a ser sinónimo de irreverência e não do que efectivamente é – falta de chá. A segunda é que escrevem com uma ignorância da história da segurança social que se fica a pensar se será esse o critério para garantir o lugar de opinador – não saber de nada.

“Se há jovens que acham que os reformados lhes devem alguma coisa o que seria se os reformados de hoje, quando fossem jovens, em vez de descontarem para a reforma – segurança social – começassem a guardar o dinheiro para na velhice terem como sobreviver? Eu respondo: os jovens iam começar a trabalhar aos 10 anos de idade (e aos 40 eram velhos). Quando as pessoas não têm perspectivas de uma velhice protegida o que fazem, em geral, faziam, no século XIX, é muitos filhos – e colocá-los a trabalhar aos 10 anos. A segurança social é um sistema que beneficia todos, velhos e novos, porque justamente se baseia na solidariedade intergeracional.

A ideologia de que os “velhos são um peso para os jovens” foi criada no seio do Banco Mundial, citamos em livro (A Segurança Social é Sustentável) as partes que o dizem directamente, para justificar a privatização em fundos de pensões da segurança social. Poucos exemplos na história são tão ricos a este respeito como os últimos anos – em Portugal os fundos de pensões só existem privados enquanto as pessoas não se reformam – depois, assim que é preciso começar a pagar reformas – são “gentilmente” cedidos ao Estado: foi assim com a PT, a ANA, e outros, até ao recente caso da Banca – a Banca deu o seu fundo de pensões ao Estado (para pagar dívidas à Banca e ao sector farmacêutico) e do Estado saem todos os anos, a cada ano, insisto, 530 milhões de euros (do orçamento geral) para pagar estas pensões da Banca.

Sugiro a indispensável leitura desta entrevista com Sara Granemann, autora justamente de uma tese de doutoramento sobre fundos de pensões no Brasil. De salientar, entre muitas outras questões que aborda, que ao contrário do que é erradamente escrito, incluindo em livros académicos, a segurança social não nasceu com Bismark mas na Comuna de Paris – é este o primeiro Estado a introduzir políticas sociais universais.

Raquel Varela

 

 

 

18 agosto, 2014

BES - Bescabulário

Bescabulário

 José Diogo Quintela – in Público 18AGO2014

 Apresento aqui um glossário para ajudar quem não consegue perceber o que é que se está a passar no BES. Mas não é só para trabalhadores do Banco de Portugal e da CMVM. O português comum também pode tirar proveito deste minidicionário. (Aviso: tem vários erros ortográficos para parecer ainda mais uma explicação dada por um professor português.)

 BANCO MAU — é a personagem das histórias infantis que se contam aos filhos e netos de accionistas de referência. "Avozinha, porque é este fundo estruturado tens uma taxa de juro tão grande?", pergunta a neta. "É para te comer melhor!", diz o Banco Mau. "Vais passar a ser o Capuchinho Que Está no Vermelho!"

 CORE TIER — é uma corruptela de courtier, que quer dizer "cortesã". Porque os banqueiros não frequentam bordéis vulgares, com prostitutas comuns, mas recorrem aos serviços de finas cortesãs. Quanto melhor for o nível de core tier do Banco, maior é a capacidade financeira para proporcionar meretrício de alto gabarito aos seus administradores. "Os angolanos só aceitaram investir no nosso banco depois da noite em que perceberem que tínhamos core tier 1."

 DDT — sigla pela qual é conhecido Ricardo Salgado. Até há um mês, DDT significava "Dono Disto Tudo". Desde meados de Julho que significa "Devo Dinheiro a Todos".

     Segundo os liberais portugueses, o Estado nunca deve interferir no mercado, a não ser quando deve interferir no mercado

 PAPEL COMERCIAL DO GES — papel que parece bom, mas afinal não serve para nada. "O Robert De Niro achava que ia ter um bom papel no filme do Martin Scorsese, mas quando leu o guião percebeu que afinal era um papel comercial do GES."

 REGULADOR — para os liberais portugueses, o Regulador é a entidade estatal responsável por alguém perder dinheiro em qualquer actividade económica. Pode sê-lo através do excesso de intervenção ou da ausência de intervenção. Segundo os liberais portugueses, o Estado nunca deve interferir no mercado, a não ser quando deve interferir no mercado. Alguém tem de moderar a actividade dos diferentes reguladores. Talvez um regulador.

 Adianto, também, alguns neologismos que surgiram entretanto e já fazem parte do vocabulário dos portugueses.

ANGOLA OU BULGÁRIA? — a pergunta de José Guilherme cuja resposta de Ricardo Salgado valeu 14 milhões de euros. Antes havia a "pergunta de um milhão de dólares", agora temos uma pergunta cuja resposta vale ainda mais. "Será que Ricardo Salgado vai preso? Essa é que é a pergunta 'Angola ou Bulgária?' deste caso."

 ABESTADO — diz-se de alguém que é abastado, mas com todo o património que possui retido no Banco Mau. "O Amílcar já nem consegue pagar a conta da água, é abestado." 

GESBOLA — uma espécie de vírus ébola que só afecta quem está ligado ao GES. "O Bernardo foi almoçar ao Pabe, mas ninguém se aproximou dele. Parece que tem Gesbola." 

SCHADENFRAUDE — mistura entre "Schadenfreude" e "fraude". É um prazer muito específico, sentido com o infortúnio de outras pessoas que são acusadas de fraude. "Jardim Gonçalves sorriu ao lembrar que muitos amigos de Ricardo Salgado lhe tinham chamado vigarista, ao mesmo tempo que nunca tinham sequer falado das vigarices do presidente do BES. Agora que se descobrira que Salgado era o maior vigarista de todos, teve uma agradável sensação de Schadenfraude."  

 

 

 

 

CONTRIBUIÇÃO DE SUSTENTABILIDADE...

Partilho o email de  Sérgio o. Sá, com uma vénia

 

«CONTRIBUIÇÃO DE SUSTENTABILIDADE: ser ou não ser reforma, eis a questão»

 

 

Foi este o título inserto no jornal Público do dia 15 deste mês de Agosto, ao qual se seguiu um extenso texto de desenvolvimento a propósito da decisão que o Tribunal Constitucional fez recair sobre as medidas propostas pelo Governo para efeito da sustentabilidade da Segurança Social.

Ora, reportando-me ao título da notícia, oferece-me dizer que tais medidas não correspondem, de modo algum, a qualquer reforma. A realização de uma REFORMA, quaisquer que sejam as áreas e as razões que a justifiquem, exige tempo, aprofundados estudos, experimentação, análise de resultados, eventuais emendas ou alterações, etc., e não medidas avulsas e cegas, que não tenham em conta as realidades subjacentes ao que se pretenda reformar.

Quanto  à sustentabilidade da Segurança Social (considerando as instituições que a prestam), é verdade que alguma coisa tem de ser feito nesse sentido. Mas isso não implica grande trabalho nem demasiados estudos, tão pouco terá de tanger questões de ética. Bastará que o sistema, ou sistemas, para abranger toda a gente, atribuam pensões apenas na proporção dos anos de descontos e dos montantes destes, feitos pelos respectivos beneficiários.

Bastará isto, e aos fundos da Caixa Geral de Aposentações e do Centro Nacional de Pensões não mais faltarão provisões.

Bastará isto, repito. Só que aos “senhores” que têm (des)governado e (des)governam este País, bem como à maralha que os rodeia, não convém tal medida, pois seriam os mais penalizados por ela. Daí não ser de esperar que a questão da atribuição das pensões de reforma venha a ser moralizada.

É evidente que a atribuição de pensões apenas a quem para tal contribuiu e/ou contribua deixará de fora muita gente que tem beneficiado dos dinheiros da Segurança Social. E também é óbvio que entre essa gente há, de facto, quem não tenha outras fontes de rendimento, umas vezes por  impossibilidade de as conseguir honestamente, outras vezes por acomodação ao deixa-andar, e outras vezes ainda por habilidosa astúcia, deitando mão de truques para “ficarem pobres”, conheço alguns destes casos. Por último, aquela outra gentinha que, já tendo muito, ainda faz uso da esperteza política e/ou de engenhos correlativos para sacar boas somas dos mealheiros que têm dono.

Em tais situações, ou melhor, relativamente ao primeiro caso, terá de ser a sociedade, no seu todo, a contribuir para que a subsistência dessa gente seja garantida. Não em jeito de pensões de reforma, pois esse direito cabe apenas a quem para elas descontou enquanto trabalhador, mas por outros meios a prever e a suportar pelo Orçamento de Estado e não pelos fundos da C. G. A. e do C. N. P. que, como disse há pouco, têm dono.

Relativamente aos que se adaptam ao deixa-andar, cumpre também à sociedade, na pessoa do Governo, que dela se diz representante, o direito e o dever de exigir…, quando muito fornecer-lhes a cana e ensiná-los a pescar, não é dar-lhes o peixe e o resto do repasto, como vem acontecendo, a contar com a eventual recompensa através do voto.

Quanto à outra gentinha, pobre-rica ou rica-pobre, como se queira, política e afim, uma vez que quem nos desgoverna não tem interesse em moralizar a sua postura, caberá igual e forçosamente à sociedade a obrigação de o fazer.

Como se constata, há reformas que não têm de ser feitas. O que tem de acontecer é a mudança de mentalidade e a perda do medo de se ser honesto.

 

Sérgio O. Sá

Como 9 homens derrubaram o banqueiro que mandava em Portugal

                                                                                Reencaminho

 Como 9 homens

 derrubaram o banqueiro

 que mandava em Portugal

 

 TUDO MUITO BEM CONTADINHO. VALE A PENA LER APESAR DE LONGO.

Como 9 homens derrubaram o banqueiro que mandava em Portugal
 

Ricardo Salgado sai do BES no meio de várias investigações às contas do Grupo e depois de guerras sucessivas

Por Ana Taborda, Joana Carvalho Fernandes, Pedro Jorge Castro e Vítor Matos

A rotina de Ricardo Salgado não mudou muito. Continua a chegar ao banco por volta das 8h – depois de ler os jornais no percurso de carro entre Cascais e a Av. da Liberdade, em Lisboa –, a sair pelo menos 12 horas mais tarde e a dividir a sala com os restantes administradores do BES. Mas, desde que começou a preparar a sua saída da presidência, a agenda teve de sofrer alguns ajustes. Tem ido mais vezes a encontros no Banco de Portugal, passa horas fechado em reuniões (em salas discretas no último piso do BES) e cancelou alguns compromissos, sobretudo os que implicavam deslocações, como as comissões executivas itinerantes – reuniões com as direcções regionais, uma a cada duas semanas, em média. O banqueiro que liderou o BES durante 23 anos deixa a presidência no fim de Julho. Na segunda-feira, despediu-se dos colaboradores admitindo estar a viver "emoções fortes". A carta foi escrita em casa, no fim-de-semana, longe do open space que divide com a comissão executiva. Não sai porque quer, nem sozinho. E foram pelo menos nove os homens que contribuíram para a queda do Espírito Santo mais poderoso do País.

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Como 9 homens derrubaram o banqueiro que mandava em Portugal
 

José Maria Ricciardi
Presidente do Banco Espírito Santo Investimento


O encontro foi marcado para a tarde de domingo, 8 de Junho, em Cascais. Nesse dia, António Ricciardi recebeu em casa, junto à Boca do Inferno, dois dos maiores accionistas do Grupo Espírito Santo (GES) – Manuel Fernando Espírito Santo e Pedro Mosqueira do Amaral juntaram-se ao comandante e ao filho, José Maria Ricciardi. Havia apenas um tema na agenda: apoiar Ricciardi a posicionar-se para a presidência do BES, em substituição de Ricardo Salgado – que nesse fim-de-semana estava na Suíça. Segundo disse o próprio Ricciardi em comunicado, foi "celebrado e subscrito" um "acordo" entre a maioria dos ramos familiares (cinco, no total) – de fora ficaram o ainda presidente do banco, Ricardo Salgado, e José Manuel Espírito Santo. "Fui convidado a assumir a liderança do sector financeiro do Grupo Espírito Santo", acrescentou Ricciardi na mesma nota.

Na quinta-feira dia 19, uma nova reunião viria a pôr este acordo em suspenso. Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, convocou, um a um, todo o Conselho Superior do GES – habitualmente os contactos são feitos pelas secretárias. Na reunião, que durou cerca de hora e meia e decorreu na Rua do Comércio, sede do Banco de Portugal, o governador terá começado por agradecer os esforços feitos pelo BES no sentido de reforçar o capital do banco. Depois, veio o tema mais polémico: os membros da família deviam deixar a administração. Sem excepções. Ou seja, o nome de Ricciardi também não poderia chegar à presidência. Não era novidade – há vários meses que o Banco de Portugal defendia uma gestão independente para o BES – mas Ricciardi não terá gostado. "Perguntou porque é que não podia continuar na administração. E porque é que não podia ser CEO", diz fonte próxima – afinal, tinha sido autorizado a ficar na presidência do BESI. O ambiente era tenso e Carlos Costa terá feito saber ao presidente do banco de investimento dos Espírito Santo que não estava a gostar da forma como este o questionava. Pedro Duarte Neves, vice-governador do Banco de Portugal, também esteve no encontro.

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Nesse mesmo dia, logo depois da reunião com o Banco de Portugal, o Conselho Superior fechou-se até perto das 22h no número 195 da Av. da Liberdade. Foi no último piso da sede do BES que, no dia 19 de Junho, se validou o nome de Amílcar Morais Pires para CEO. Ricciardi não esteve presente na reunião, mas não aprovou o nome. Até porque, duas semanas antes, acreditava noutro plano: "Preparou uma lista para a administração do BES. Ele seria o presidente e Joaquim Goes [que faz parte da administração de Ricardo Salgado e chegou a ser apontado como provável sucessor] manter-se-ia na administração", diz outra fonte.

Apesar da guerra, os primos continuam a falar-se e a tratar de assuntos do Grupo. O que não significa que o clima de hostilidade tenha terminado. Ricciardi anunciou que vai dedicar-se apenas ao BESI e que pretende duas coisas: fazer um aumento de capital e separar o banco de investimento do BES. Do lado do BES, não é certo que tenha a vida facilitada: o banco é o único accionista do BESI e terá uma palavra a dizer. O que não quer o BES? Que o novo accionista, escolhido por Ricciardi, e a administração do BESI, também liderada por ele, fiquem com a maioria do capital.

A tensão entre os primos começou em Outubro, mês em que Ricardo Salgado fez duas visitas a Angola e em que Ricciardi começou a tratar da sucessão. "O Ricardo Salgado dizia que cada vez se sentia melhor e mais novo e ele não gostava", diz outra fonte. Quando soube das movimentações de Ricciardi, o presidente do BES quis reforçar a sua legitimidade na liderança do banco e pediu uma moção de confiança – votada e aprovada a 7 de Novembro, em reunião de Conselho Superior, marcada para as 15h. Do lado de Ricciardi apenas o pai, António, se pronunciou – a favor. No dia seguinte, José Maria tornava público o seu desacordo – recusou dar o voto de confiança a Salgado. O BES emitiu outro comunicado, em que falava de falta de "lealdade institucional". Quatro dias depois, Salgado e Ricciardi fizeram uma declaração conjunta. Ricciardi "reúne todas as condições para ser um dos membros possíveis à sucessão", dizia o presidente do BES. E o primo dava-lhe, afinal, o "voto de confiança". A paz não durou muito.

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Carlos Costa
Governador do Banco de Portugal


Na sexta-feira, dia 20, 24 horas depois da reunião do Conselho Superior, o BES avançou com uma nova proposta para a administração do banco – Morais Pires lideraria a Comissão Executiva, substituindo Ricardo Salgado. As críticas não tardaram: o administrador financeiro do Grupo, homem de confiança de Salgado, dificilmente estaria por fora das polémicas com as contas. Além disso, seria uma forma de o ainda presidente do BES, que na última semana foi três vezes ao Banco de Portugal (BdP), manter o poder. Talvez por isso, dizem fontes próximas do BdP, Carlos Costa tenha optado por se distanciar da solução.

Quatro horas depois de o BES anunciar a lista que vai ser votada em assembleia-geral, o BdP emitiu um comunicado. Informava "aguardar a decisão da Assembleia-Geral dos accionistas do Banco Espírito Santo [marcada para 31 de Julho] para avaliar o cumprimento por cada um dos indigitados dos requisitos necessários para o exercício de tais funções". Ou seja, não se pronunciaria sobre Morais Pires pelo menos até ao fim do próximo mês. Do lado de Salgado, só há elogios. O banqueiro enaltece o "currículo" de Morais Pires e fontes próximas da administração defendem a sua idoneidade. "O Banco de Portugal disse a alguns elementos da administração que deviam mudar de vida e não se pronunciou sobre Morais Pires. Se é idóneo para continuar na administração do BES, é idóneo para ser CEO."

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O novo modelo de gestão do BES está a ser negociado com o BdP desde Abril, mês em que o supervisor fez saber que queria uma gestão independente.

Em Setembro, depois de ter sido detectado um erro de 1,3 mil milhões de euros nas contas da Espírito Santo Internacional, uma das três holdings que controla o GES, o BdP pediu detalhes sobre a dívida do Grupo e encomendou uma auditoria à consultora KPMG. Em Fevereiro, chegaram os primeiros resultados e menos de um mês depois, uma das holdings do Grupo fez uma reserva de 700 milhões de euros – o BdP temia que não conseguisse cumprir as responsabilidades com clientes.

A auditoria pedida às contas da Espírito Santo International (ESI) não foi simpática e levou mesmo Ricardo Salgado a admitir que houve "incompetência". Foram apuradas "irregularidades nas suas contas" e concluiu-se: "A sociedade apresenta uma situação financeira grave". A ESI está em falência técnica. E Pedro Queiroz Pereira, com quem Salgado também esteve em guerra, já tinha levantado questões sobre as contas.

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Pedro Queiroz Pereira
Presidente da Portucel e da Semapa


Chegaram a ser 16. Durante a guerra com o presidente do BES, Pedro Queiroz Pereira (PQP) montou uma equipa para analisar documentos e relatórios das empresas do Grupo Espírito Santo. As primeiras informações terão chegado ao BdP ainda no Verão, mas houve mais. De acordo com o jornal 'Público', em Outubro de 2013, o Mercedes cinzento metalizado de PQP foi visto à porta do BdP. O gestor saiu acompanhado por um colaborador com várias pastas e seguiram para uma reunião com o vice-governador Pedro Duarte Neves. Salgado veio, mais tarde, a prestar esclarecimentos.

Nesta altura, a guerra entre dois dos homens mais poderosos do País já era pública. Agudizou-se a 28 de Maio de 2013, na assembleia-geral da Sodim, que controla 13,8% da Semapa – o Grupo Espírito Santo e Maude Queiroz Pereira, irmã de PQP, votaram contra as contas da empresa. Dois dias depois, PQP deu ordens para que todas as suas acções depositadas no BES fossem transferidas para o BCP. O assunto motivou mais uma queixa junto do BdP: Queiroz Pereira acusou o BES de dificultar a transferência.

Nessa altura, ainda havia participações cruzadas entre os dois Grupos: Queiroz Pereira tinha 7% da Espírito Santo Control e o GES, além de accionista do Grupo, representava a Mediterranean, uma sociedade luxemburguesa que há mais de 10 anos Queiroz Pereira tentava saber por quem era detida e que o GES anunciou, em 2012, ter comprado. Foi um dos principais factores que levaram PQP a acusar Ricardo Salgado de querer dominar a Semapa, uma versão que fontes próximas do banqueiro sempre negaram.

PQP terá ainda feito pedidos de informação no Luxemburgo – há três holdings do Grupo com sede no país a serem investigadas. O BdP e a CMVM têm colaborado na prestação de informação, mas não têm recebido mais. O conflito entre os dois resolveu-se com um pacto de silêncio, a retirada de processos em tribunal e o fim das participações cruzadas. Mas dificilmente vão voltar os tempos em que Manuel Queiroz Pereira, pai de PQP, dizia que Ricardo Espírito Santo (avô de Ricardo Salgado) era o seu "amigo de todos os dias".

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Francisco Machado da Cruz
Contabilista da Espírito Santo Financial International


Ainda é a voz de Francisco Machado da Cruz que responde às chamadas feitas para o seu gabinete no imponente Espírito Santo Plaza, em Miami, nos Estados Unidos. A gravação no atendedor automático repete o nome do commissaire aux comptes – o contabilista – que Ricardo Salgado responsabilizou pelas irregularidades na Espírito Santo International (ESI): 1,3 mil milhões de euros de passivo da holding escondidos. Mais um episódio decisivo para a pressão do BdP para afastar a família da gestão.

Neste capítulo da história recente do Grupo Espírito Santo há três versões. Uma: Salgado disse, em entrevista ao Jornal de Negócios, que Machado da Cruz "perdeu o pé" no meio da crise. Duas: o Expresso noticiou que Machado da Cruz disse, em documentos entregues ao BdP, que Salgado sabia que, desde 2008, "uma parte do passivo não estava reflectido nas contas" – só não conhecia "o seu valor concreto". Três: o contabilista disse depois, no comité de auditoria da ESFG, que os administradores (Salgado incluído) "não estavam em posição de monitorizar a actividade da ESI, incluindo a informação financeira", e assumiu a "total e única responsabilidade" pelos erros. Demitiu-se, mas não cortou relações com o grupo Espírito Santo – Machado da Cruz esteve em Lisboa na semana passada. Não respondeu ao email enviado pela SÁBADO.

O nome do contabilista aparece, há décadas, ligado aos negócios da família – ele é um velho conhecido de Salgado. Em 1975, quando foi fundada a Espírito Santo International, ele era director da holding. Machado da Cruz desempenhou cargos de administração em empresas como a Aveiro Incorporated, a Mayfield Properties, a Estoril Incorporated e a Espírito Santo Management Corp – todas com sede em Miami. Foi presidente desta última empresa, agora inactiva, desde Janeiro de 2002. Foi vogal do conselho fiscal do BESA a partir de 2006. No relatório e contas de 2012, o último disponível, ocupa o cargo de vogal. Ainda é identificado como presidente no site do Espírito Santo Plaza, mas três ex-colegas disseram à SÁBADO que Machado da Cruz já não trabalha ali.

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Rosário Teixeira
Procurador do DCIAP


Da sede do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) à sede do BES são 350 metros. Ao longo da última década, Rosário Teixeira já desceu várias vezes a pé a Rua Alexandre Herculano, em Lisboa, para fazer buscas no banco liderado por Ricardo Salgado. Foi este magistrado do Ministério Público que colocou o banqueiro sob escuta, entre Setembro de 2011 e Janeiro de 2012, como revelou a SÁBADO após as primeiras buscas do caso Monte Branco. Então, o presidente do BES ainda era um dos homens mais influentes do País, mas não podia ter conversas telefónicas sem que fossem interceptadas pela equipa M da Inspecção Tributária de Braga, que estava a centralizar as investigações no terreno.

A suspeita que levou o magistrado a pedir ao juiz Carlos Alexandre que validasse o requerimento das escutas estava relacionada com os processos de privatização da EDP e da REN, em que detectou indícios de vários crimes, incluindo corrupção e abuso de informação privilegiada. Estava em causa a hipótese de os chineses da China Three Gorges terem retirado a proposta mais alta pela compra de parte da EDP, por alegadamente terem tido conhecimento dos preços propostos pela concorrência, levando à suposta perda de 117 milhões de euros por parte do Estado. Os chineses foram assessorados na operação pelo BESI, liderado por José Maria Ricciardi. Semanas depois, as escutas foram interrompidas por alegada falta de meios dos investigadores.

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Rosário Teixeira foi o magistrado do DCIAP responsável pela investigação da maioria dos escândalos judiciais que envolveram o BES. A começar pelo processo Portucale: no fim do governo liderado por Santana Lopes, em 2005, foi aprovado um empreendimento imobiliário promovido pelo Grupo Espírito Santo que previa o abate de sobreiros numa zona protegida.

Seguiu-se a operação Furacão, investigação que detectou um esquema de fraude fiscal em dezenas de empresas, e alegadamente promovido por entidades com relações privilegiadas com bancos, como o BES.

Desde essa altura, o banco tem um ex-inspector da Polícia Judiciária no seu departamento de compliance, para gerir o fornecimento das informações frequentemente solicitadas por Rosário Teixeira.

Embora seja discreto, o procurador é frequentemente apontado como o maior especialista português em investigação de criminalidade económico-financeira. "Trabalha 14 horas por dia. (...) Tenho pena de não o poder clonar", disse em 2012 Cândida Almeida, então directora do DCIAP.

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Nicolas Figueiredo
Ex-gestor de conta da Akoya


No processo Monte Branco, Rosário Teixeira investigou a Akoya, uma empresa de gestão de fortunas, dirigida por Michel Canals e de que era sócio Nicolas Figueiredo – este geria uma conta de Ricardo Salgado no banco suíço UBS, desde o ano 2000, e em 2007 transitou para a Akoya, mantendo o presidente do BES como cliente.

Nos interrogatórios a Nicolas Figueiredo, este confirmou que o banqueiro era o cliente 2.5 da sua lista. Ricardo Salgado acabou por regularizar cerca de 26 milhões de euros que tinha fora do País, aproveitando um regime excepcional e pagando o respectivo imposto.

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Também fez uma correcção à sua declaração de rendimentos de 2011, indicando ao fisco 8,5 milhões de euros adicionais, segundo o jornal 'i'. Recebera essa verba por alegadas consultorias ao construtor José Guilherme, que terá ajudado a fazer negócios em Angola. O valor poderá ter sido superior: Nicolas Figueiredo admitiu que Salgado teria recebido cerca de 14 milhões de euros de uma empresa de José Guilherme.

Depois destas regularizações, Ricardo Salgado pediu para ser ouvido por Rosário Teixeira, na operação Monte Branco. Em Janeiro de 2013, o procurador passou-lhe uma declaração onde atestava que não era suspeito no caso e que não havia indícios de crimes fiscais. Mas os escândalos continuaram.

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Álvaro Sobrinho
Ex-administrador do BESA


Já nem Ricardo Salgado tem forma de esconder o arrependimento por ter escolhido Álvaro Sobrinho para administrador do BES Angola. Várias transferências de dinheiro do gestor para Portugal suscitaram a desconfiança das autoridades – e do próprio banqueiro.

Primeiro foi constituído arguido por suspeita de branqueamento de capitais e associação criminosa numa investigação a uma fraude ao Banco Nacional de Angola, que terá ascendido a 110 milhões de euros. Depois, o Ministério Público recebeu uma denúncia da Comissão de Mercados Valores Mobiliários relacionada com a compra, por parte de Álvaro Sobrinho e da mulher, de seis apartamentos de luxo no Estoril Sol Residence, no valor de 9,5 milhões de euros. Além dos apartamentos, as autoridades arrestaram 9,1 milhões de euros que o gestor tinha em contas no BES e na Caixa Geral de Depósitos.

A venda de parte do BESA à Portmill, do general Kopelipa, terá desagradado a Álvaro Sobrinho, e contribuído para agravar mais as relações deste com Ricardo Salgado. O presidente do BES acusou publicamente Álvaro Sobrinho de o tentar atacar através de notícias no 'i' e no 'Sol', pertencente à Newshold (empresa que também é accionista da Cofina, detentora da SÁBADO).

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Em Janeiro do ano passado, depois de Álvaro Sobrinho ter sido afastado da presidência do BESA, a administração do BES decidiu contratar guarda-costas para proteger, em permanência, Ricardo Salgado, o seu braço-direito Amílcar Morais Pires e o presidente do BESA, Rui Guerra. Embora o grupo tenha uma empresa de segurança, a ESEGUR, contratou uma empresa israelita que contará com antigos agentes da Mossad.

Entretanto, há três semanas, o 'Expresso' noticiou que tinham desaparecido 5,7 mil milhões de dólares do BESA durante a gestão de Álvaro Sobrinho. A administração que lhe sucedeu suspeitava mesmo que 745 milhões tinham ido parar às suas mãos. Segundo o CEO do BESA, Rui Guerra, não há informação sobre quem são os beneficiários nem para que fins foi utilizado o dinheiro, que representa 80% do total de crédito concedido pelo banco, e que foi atribuído sem garantias.

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José Eduardo dos Santos
Presidente de Angola


Dia 30 de Abril: os jornais dizem que Angola tinha dado ao BESA uma garantia que abrangia créditos avaliados em 4.133 milhões de euros – 70,2% da carteira de financiamento do banco angolano controlado pelo BES. Esta rede de segurança era concedida pelo governo – lia-se no relatório e contas do Espírito Santo Financial Group – como parte do Plano de Desenvolvimento de Angola até 2017. Salgado não podia prever o que se seguiu. Dia 18 de Junho: Luanda era o último recurso para conseguir o empréstimo de 2,5 mil milhões de euros para a restruturação do GES. O presidente-executivo fez uma visita-relâmpago a Angola, noticiou o 'Expresso'. O banqueiro reuniu-se com altas figuras do regime angolano e com investidores –todos lhe disseram que não.

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Pedro Passos Coelho
Primeiro-ministro


O primeiro-ministro "não hesitou" em negar a pretensão de Ricardo Salgado em obter apoio político para um empréstimo da CGD e do BCP, no valor de €2,5 mil milhões, confirmou à SÁBADO fonte próxima de Passos Coelho. Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças. também recusou. Passos Coelho explicou a decisão no dia 24 de Junho:"O Grupo Espírito Santo terá com certeza, como outros grupos, os seus problemas para resolver, e o Estado não é chamado a resolver esses problemas". Na perspectiva de Passos, estas são questões que "respeitam a um grupo privado que tem os seus interesses legítimos e normais, mas que não cabem na alçada directa nem do Governo nem, neste caso, do supervisor [financeiro]".

Artigo publicado na revista SÁBADO n.º 530 de 26 de Junho de 2014

 

 

 

 

 

 

 

12 agosto, 2014

Carlos Costa outra vez !!!

Com Sócrates, o CM usa quase uma página inteira aqui... é assim

 Com títulos destes, mais dia menos dia, o Novo Banco cai mesmo.
 Interessa ao Carlos Costa, governador do BdP ?
 Fica a pergunta e fica a minha suspeita !!
 Os investidores já têem pouca confiança em Portugal e o Costa dá-lhes esta ajudinha . . . . . 

 Aqui vai a parte da capa do Correio da Manhã de hoje :