13 novembro, 2008

Professores, ainda

"Nunca conheci um sistema de avaliação do desempenho que não desse lugar a resistências e recriminações. Nunca vi um que não comportasse sérios defeitos e injustiças. Nada disso, porém, desmente a sua utilidade. O tema é árduo, especialmente tratando-se de serviços públicos complexos prestados por profissionais qualificados como a saúde ou a educação."

Joao Pinto e Castro

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«Sucede, porém, que a comunidade escolar não pode nem deve viver em roda livre. Ela tem por força que prestar contas perante os alunos, as famílias e o País (representado pelo Governo) e é aqui que entra o tema da avaliação. Para que as coisas melhorem, as normas internas de auto-regulação (as únicas que agora existem) têm que ser complementadas com normas externas e depois transformadas em função delas. Não se trata de negar a importância das normas internas, mas de retirar-lhes o carácter exclusivo de que actualmente beneficiam, visto que, na prática, a presente situação configura um predomínio dos pontos de vista e dos interesses dos professores, sobre os do país que devem servir.

Diz-se, com razão, que o sistema proposto tem falhas. Por mim, encontro pelo menos duas, que, por falta de espaço, não aprofundarei: a variação do modelo de escola para escola e a ligação que nele se estabelece entre o desempenho dos alunos e o dos professores. E haverá decerto outras que desconheço.

Será isto razão bastante para interromper o processo de avaliação? Para, como alguns dizem, "parar para pensar"? De forma nenhuma. A busca do modelo perfeito é uma doença da nossa cultura empresarial e organizacional que conduz directamente à procrastinação. Esperar pela solução sem mácula para só então avançar não passa, as mais das vezes, de uma desculpa para a inércia.» [Jornal de Negócios]

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