TGV
“”As linhas da rede de alta velocidade ferroviária (TGV), que estiveram no centro da discussão nas últimas Cimeiras Ibéricas, vão passar para segundo plano este ano, num momento em que Portugal acaba de alterar as prioridades nas ligações.
A ausência da ministra espanhola do Fomento, Magdalena Álvarez na cimeira de Évora indica que o assunto deverá este ano ser discutido apenas pelos secretários de Estado que tutelam os transportes nos dois países.
As ligações entre Porto e Lisboa e entre Lisboa e Madrid passaram a ser prioridades para o Governo liderado por José Sócrates, relegando para segundo plano a linha que deverá ligar o Porto a Vigo, na Galiza.
O executivo português está a reavaliar a sustentabilidade desta ligação, que segundo o plano inicial era a primeira a avançar, podendo acabar por ser construída apenas para velocidades mais baixas.
Mário Lino ignora assim o pedido da homóloga espanhola, que na reunião que decorreu em Lisboa, em Maio deste ano, pediu a Portugal um impulso da linha dado o alto nível de execução em que se encontra a linha em Espanha.
Segundo a secretária de Estado dos Transportes, «as datas acordadas em anteriores cimeiras revelam-se irrealistas e fisicamente inexequíveis, atendendo ao ponto de situação do empreendimento e à data de tomada de posse deste Governo».
O primeiro-ministro também já admitiu prazos mais dilatados para o projecto, embora tenha garantido o empenho na construção das ligações previstas.
O projecto volta assim à estaca zero, no que diz respeito a prazos de execução, devendo ocupar grande parte das discussões entre os governantes na Cimeira Ibérica de Évora.
O traçado da linha de alta velocidade foi acordado entre Portugal e Espanha, em 2003, na Cimeira Ibérica, que decorreu na Figueira da Foz.
Portugal apresentou, na altura, quatro ligações a Espanha, Porto-Vigo, Lisboa-Madrid e Aveiro-Salamanca, uma linha entre Lisboa e Porto e uma linha entre Évora e Faro, a última a avançar e a depender de estudos.
No total, estimava-se que o projecto custaria 12,5 mil milhões de euros, com o Orçamento do Estado a financiar entre 10 e 20 por cento, os fundos de coesão entre 30 e 40 por cento e entre 15 a 20 por cento pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).
A Linha Porto-Vigo seria a primeira a ficar pronta, em 2009, custando 1,367 mil milhões de euros.
A ligação Lisboa a Madrid, em duas horas e quarenta e cinco minutos, tinha um custo 1,774 mil milhões de euros e deveria estar pronta em 2010, servindo as cidades de Lisboa e Évora.
A ligação Aveiro a Salamanca custaria 2,177 mil milhões de euros e estaria pronto em 2015, servindo os portos de Leixões e Aveiro, privilegiando o norte de Portugal como uma rota de mercadorias, além de passageiros e as cidades de Aveiro e Viseu.
A ligação Faro a Huelva em meia hora custaria 2,61 mil milhões de euros e seria a última a estar pronta, em 2018, servindo a região turística do Algarve e os aeroportos internacionais de Faro e Beja.
A ligação entre Lisboa e Porto, em menos de uma hora, custaria 4,2 mil milhões de euros e estará pronta em 2013, servindo as cidades Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria/Fátima e Lisboa.
Durante o governo de Santana Lopes, António Mexia, que assumiu a pasta dos Transportes, decidiu mexer no traçado desta última ligação, ao usar a linha convencional em alguns troços para reduzir os custos e acelerar a construção.
Este Governo assumiu desde o início que iria reavaliar as opções do executivo anterior, criando uma comissão de especialistas para estudar as ligações entre Lisboa e Porto e Lisboa e Madrid.””
3 comentários:
ÀS VOLTAS DE TGV.
Pelo menos vai servindo para conversa, conversa fiada..., e para ir enchendo os bolsos de uns quantos com os seus fictícios estudos, de percursos a traçar, bem entendido.
Se a ligação de Lisboa a Espanha fizesse sentido,com o posicionamento economico, empresarial, social e cultural dos portugueses a ser diferente da realidade que é a nossa, era de pensar seriamente no assunto. Mas infelizmente nem essa ligação interessa. A não ser para os espanhóis cá chegarem mais depressa com os seus produtos. Mas até para eles se leventa um problema: o consequente abatimento das suas frotas de camiões.
Para nós, seria um comboio oco, sempre vazio. A não ser que os "socristas", "linistas" e outros "istas" queiram um comboio só para eles.
Lisboa - Porto seria, à partida, um TGV sem sentido nenhum. Basta-nos um Alfa em boas condições.
Porto - Vigo, para quê? A maior aberração desta questão. Só serviria para os pescadores galegos fazerem chegar a Matosinhos mais rapidamente o seu peixe. Bem, aí, beneficiaríamos de umas sardinhas mais fresquitas alguns minutos.
Deixemo-nos de grandezas balofas, de megalomanias! Somos mesmo portugueses...
P.S.
Desde há quantos anos estão a ser gastos milhões e milhões em projectos e estudos sobre o TGV.
A quem se vai pedir responsabilidades?
A Santana Lopes e ao PSD que queriam 5 ligações e as acordaram com o Governo Espanhol?
Mas quem lá está há já 4 anos são os socristas e linistas. Eles têm cabeça oca?
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