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16 outubro, 2018

Mário Centeno

Este Professor Doutor, algarvio de Olhão (terra da restauração) merece um elogio especial


Professor Mário Centeno (só para aborrecer o  senhor Professor Cavaco Silva)


Mário José Gomes de Freitas Centeno (Olhão, 9 de dezembro de 1966) é um economista português, Ministro das Finanças de Portugal desde 26 de novembro de 2015. 
Foi eleito presidente do Eurogrupo a 4 de dezembro de 2017, tendo iniciado funções a 12 de janeiro 
de 2018.

Biografia

É licenciado em Economia (1990) e mestre em Matemática Aplicada (1993) pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa, e mestre (1998) e doutorado (1995-2000) em Economia pela Harvard Business School da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.[1][2][3][4][5]

Foi economista do Banco de Portugal, a partir de 2000, e diretor-adjunto do Departamento de Estudos Económicos, de 2004 a 2013. Neste periodo de tempo foi também membro do Comité de Política Económica da União Europeia
De 2007 a 2013, foi presidente do Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento das Estatísticas Macroeconómicas, no Conselho Superior de Estatística. É também professor catedrático do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa.

A 26 de novembro de 2015 tomou posse como Ministro das Finanças do XXI Governo Constitucional de Portugal.

A 4 de dezembro de 2017 foi eleito Presidente do Eurogrupo, durante o processo de candidatura teve o apoio de Espanha, França, Alemanha e Itália.

11 outubro, 2018

Juízes e procuradores


Para alem dos políticos e algumas mais "profissões", o que se passa com juízes jubilados e procuradores é uma infâmia para quem se aposenta ao fim do tempo máximo obrigado por lei e suporta um corte na sua pensão face ao último salário recebido quando ainda trabalhava.

13 fevereiro, 2016

Valha-nos Deus

Não mantenho reserva especial sobre os propósitos e a actuação deste governo, até agora e para o futuro.
Há uma entre muitas razões para que tal aconteça – pior que o anterior governo, é impossível de existir.

No entanto, pelo que tem vindo a público, há por aí, muitos milhares de portugueses que não só não pensam assim, o que até tem a sua razão de ser, mas que continuam a pensar que o anterior Governo foi bom e se estivesse a governar seria melhor que este.
Não é difícil adivinhar que há masoquistas em todo o lado. Mas, a quem lhes roubaram parte das pensões e dos seus salários, mandaram familiares para o desemprego e para o estrangeiro com a necessidade de emigrar, já é difícil entender.
Pensionista, doente que utiliza o SNS, trabalhador a quem lhe foi retirado parte do salário e aumentado o tempo de trabalho ou foi lançado para o desemprego, continuar a acreditar que os responsáveis por essa política continuam a merecer confiança, não queria acreditar que tal fosse possível.
E é verdade, conheço alguma gente próxima de mim que assim pensa.
É caso para dizer – valha-nos deus!

09 fevereiro, 2016

A direita ataca todos os dias

CDS e PSD fazem um enorme esforço diariamente para denegrir a imagem do Governo, nem que seja mentindo, o que afinal não trás nada de novo, pois estão habituados a fazê-lo

Há um esforço do PS para contrariar as mentiras da direita

Neste gráfico pode ver-se como a direita mente


António Costa tem que ser firme e persistente em desmascarar o PSD e o CDS

13 janeiro, 2015

CES - arrasa Governo


 Parecer do CES foi aprovado com votos contra do Governo
O parecer do Conselho Económico e Social (CES) sobre a Conta Geral do Estado de 2013 foi hoje aprovado com os votos contra dos representantes do Governo, que não concordaram com as críticas feitas às políticas seguidas.

O CES considerou que as políticas em curso têm agravado as desigualdades e são um obstáculo ao desenvolvimento do país e à melhoria das condições de vida.
No parecer sobre a Conta Geral do Estado de 2013, que foi discutido e aprovado pelo plenário do CES, foram reforçadas as críticas expressas em anteriores pareceres, de que a manutenção das políticas que têm vindo a ser adotadas, e que são previstas para os próximos exercícios, "têm como consequência uma maior desigualdade na distribuição do rendimento".
O CES considerou "a situação especialmente grave num quadro em que Portugal era já um dos países mais desiguais da União Europeia.
No parecer é afirmado que o Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) e a orientação política a ele subjacente "constituem sérios obstáculos ao desenvolvimento do País e à melhoria das condições de vida da população portuguesa".
"Os resultados da execução orçamental em 2013 permitem confirmar o elevado risco das medidas de execução orçamental no que se refere à sua interação com a recessão/recuperação da atividade económica e as inevitáveis consequências de ordem social", refere o documento.
No parecer é salientada a subida da carga fiscal em 2013 e é defendida a necessidade de segmentar e quantificar as componentes relativas à subida das taxas dos impostos e aos resultados do combate à fraude e evasões fiscais.
O CES considera ainda que a Conta Geral do Estado (CGE) "deverá ser, para além de um documento de prestação de contas na ótica contabilística e financeira, um instrumento político que permita igualmente avaliar a forma como as medidas de política foram executadas, tendo como referência os compromissos assumidos no correspondente Orçamento do Estado e os seus efeitos económicos e sociais".

26 dezembro, 2014

Percentagens - da pobreza dos números do Governo

Estamos, estão os portugueses muito melhor.
E o futuro?

Os "arranjos" do Governo de Passos Coelho e da Maria deram nisto:

  • 87% da Governação em Impostos
  • 13% em emagrecimento da governação.
Quem pode acreditar, só por aqui, que a grande maioria dos portugueses está melhor?

Mário Soares -

Mário Soares, 
A pobreza inaceitável:«A grande maioria dos portugueses que resistem a deixar Portugal são pobres, muitos deles porventura muito pobres, como as estatísticas oficiais reconhecem. Daí que haja crescente emigração e, por isso, cada vez menos portugueses em Portugal, onde têm vindo a instalar-se muitos chineses prósperos. É extraordinário que, em mais de três anos de governo, Portugal tenha sido praticamente destruído de norte a sul, junto ao mar ou próximo da fronteira com Espanha, sem que se vislumbre qualquer ideia que não seja obter cada vez mais dinheiro. Com a pobreza a aumentar cada vez mais, é importante ter presente este facto na época de Natal. Onde estão os que se reclamam da democracia cristã e da social-democracia? Valem aos pobres algumas organizações como a Caritas, que dão de comer, em todo o país, a muitas pessoas com fome e sem casa para se abrigar. 

Em três anos tudo se modificou. A pobreza aumentou e o governo está completamente paralisado e sem saber o que fazer. E não caiu até agora por ser protegido em permanência pelo Presidente da República, que pertence ao mesmo partido maioritário do governo. Ao contrário de todos os antigos presidentes, que foram sempre abertos a todos os portugueses, independentemente dos partidos a que pertenciam. 

Por outro lado, diga-se que a Igreja Católica, que no passado sempre lutou contra a pobreza, tem agora um patriarca que, pelo seu silêncio, parece não se interessar pela pobreza, que desde o 25 de Abril até ao atual governo nunca foi tão grande. Bem como a emigração de tantos portugueses que, por isso mesmo, resolveram sair para o estrangeiro. O governo fala frequentemente de Democracia. Mas hoje a Democracia quase não existe. Ninguém sabe ao certo quanto ganham os ministros e o primeiro-ministro, tanto mais que alguns chamam ao dinheiro que recebem despesas de representação... Quanto aos jornalistas, alguns, para sobreviver, deixam-se controlar. Felizmente há exceções e nas televisões acontece o mesmo. 

As eleições não foram antecipadas, como o povo português desejava, porque o governo sabe que as perderia. O Presidente da República assim quis, porque obviamente é o que mais convém ao seu governo. Mas o povo que vota, apesar de tanta pobreza, sabe o que quer e não se vai deixar iludir. Não se esquece do desemprego e dos enormes cortes nas pensões, que desgraçaram e desgraçam tantas famílias, velhos e crianças. Por mais promessas que lhes façam em época de eleições, não as tomam a sério. Os portugueses têm fome e infelizmente medo. Mas não são parvos nem se deixam enganar. Tenhamos esperança! Atrás de tempo, tempo virá, como é inevitável. (…)»

Sem mais comentários

18 dezembro, 2014

Submarinos no fundo


A Justiça sobre a corrupção no negócio dos submarinos morreu solteira.
A Justiça ao fim de 8 anos deixou que o casamento não se efectuasse por obrigação.  Não conseguiu provar  que a noiva foi violada. Desistiu.
No final, à porta da igreja, com esta já fechada por ter estado demasiado tempo esperando os nubentes, a Jutiça oficializou aquilo que se esperava - por falta de provas não haveria casamento.
Os milhões que se gastaram com a operação de conciliação foram deitados fora, ao mar, como foram os submarinos.
Uma coisa, a Justiça não vai poder enganar quem esperava pelo casamento - sabe-se que houve interesses, prendas valiosas aos nubentes, mas, não conseguiu saber quem eles eram.
Assim, ao fim de 8 anos, foi arquivado mais um processo em que, supostamente, terão estado envolvidos agentes do Estado, sem que tivessem sido descobertos.  Alguns deles, nem chegaram a ser ouvidos comio testemunhas.
Mias uma vergonha da nossa, deles, Justiça.
Na Alemanha funcionou, em Portugal, não!
Vamos l,á saber porquê

11 dezembro, 2014

10 dezembro, 2014

Passos Coelho continua a mentir

Não haverá por aí, um jornalista criterioso, honesto e independente que chame ao Primeiro Ministro, os nomes que ele merece que lhe chamem?
Por exemplo, demagogo e mentiroso?
E aqueles, do seu próprio partido que o ouvem dizer tais barbaridades, nada tem a dizer, calam-se como cobardes amorfos e sem opinião?
A quem lhe chame pantomineiro e talvez com alguma razão - enganou alguns milhões quando das últimas eleições e agora, engana ou pretende enganar com os mesmos métodos outros tantos?
Á primeira, sempre se pode ser anganado, mas depois... agora só é engado por Passos Coelho quem quer ou quem gosta de ser enganado. Vamos lá saber porquê.
As desigualdades na mentira de Pedro Passos Coelho:

«Portugal tornou-se nos últimos anos um país mais desigual em termos de distribuição de rendimentos e isso danifica seriamente o crescimento da economia, assinala a OCDE, num conjunto de estudos hoje divulgado. Por exemplo, o rendimento dos 10% mais ricos é hoje dez vezes superior ao dos 10% mais pobres.» [DN]

24 novembro, 2014

José Sócrates - o folhetim continua

Em algum dia, em algum momento, o folhetim que se arrasta há dias, irá acabar.
Uma parte da verdade será sabida.
Uma parte da mentira será conhecida.
Os que disseram ou escreveram a verdade terão a consciência cumprida, mas esses não serão muitos.
Os que contaram ou escreveram muitas das mentiras, não terão grande problermas de consciência, porque o que fizeram foi  conscientemente com um propósito bem defenido e orientado

22 novembro, 2014

Sócrates - o bombo da festa?


Investigado por suspeita de estupidez?  ( In O Jumento)
Ao ajustamento financeiro o Ministério público parece ter aproveitado a “saída limpa” para desencadear um verdadeiro ajustamento judicial e depois de ter beliscado o PSD com o Labirinto desencadeia uma nova operação, desta vez a ao PS.
Sem processos judiciais intermináveis o país já estava em dificuldades, uma crise financeira mal superada, um sistema financeiro descapitalizado e à míngua, uma economia sem investimento onde chineses com dinheiro fácil substituem os investimentos na indústria. Uma crise política com um presidente que se revelou muito aquém dos padrões de competência desejados para o cargo, um governo a cair aos bocados, o maior partido da oposição mergulhado num lento processo de sucessão.
Como se tudo isto não bastasse a justiça portuguesa desencadeia dois processos judiciais que fazem abalar os alicerces do regime democrático quase transformando uma democracia parlamentar numa democracia justicialista. Pela primeira vez mandam-se diretores-gerais e , em particular, um diector-geral de uma polícia para uma prisão. Com esta operação preparou-se o ambiente para se fazer o mesmo com o governante mais odiado pelos magistrados.
Os portugueses não confiam nos bancos, deixaram de confiar nos governo, já não dão grande importância ao presidente e segundo as sondagens não têm grande confiança nos juízes. Resta perderem a confiança na democracia e nas eleições.
Quem vão eleger os portugueses nas próximas eleições? Os políticos em quem confiam? Nas propostas que consideram mais adequadas ao país? Parece que não, aprece que há quem queira que o próximo governo seja o resultado de uma coligação entre as irmãs Carmelita e o Ministério Público, presidido por um juiz do tribunal de instrução criminal e contando com a colaboração de Cavaco Silva.

PS - não tem que estar em estado de choque

Estado de choque e surpresa, foi algo que aconteceu a quem ontem soube e foi acompanhando as noticias da detenção de José Sócrates.  Notícias, muitas delas, atabalhoadas e muito mal apresentadas por jornalistas, que também eles, apanhados de surpresa, procuraram ganhar espaço televisivo, mantendo os espectadores presos aos televisores.

O PS funciona como uma organização que pode, eventualmente, no seu seio alguns dos seus apoiantes ou filiados que não se  tenham portado bem. A Justiça trata do resto. O Partido em si, não tem qualquer responsabilidade nessa situação.  Deve sim, encontrar  com honestidade uma solução para a causa e o efeito causado por um dos seus mais importantes membros
António Costa, não tem que ficar , nem pressionado a tomar decisões dráticas, pois igualmente, quando passar a tomar conta da direcção do PS, alijeirar os maleficios agora causados.
Quem não tem um amigo que se tenha enredado em problemas de justiça?  Podemos não ficar indiferentes, sendo que a solução terá que passar por aquele velho lema que diz - mas... a vida continua.
É verdade que Sócrates foi detido no dia em que PS está a realizar eleições directas para escolher o secretário-geral que vai suceder a António José Seguro e onde António Costa é o único candidato. Um dirigente socialista, sugere mesmo a possibilidade da existência de uma relação entre os dois acontecimentos – colocando uma suspeita sobre o Ministério Público de ter escolhido deliberadamente o “timing” para actuar, o que de facto começa a tornar-se  evidente.
Apesar de tudo, o PS não pode ficar em estado de choque, tem si que ficar em estado de alerta máximo.
Hoje, amanhã, depois, povo, jornalistas, políticos, em especial da oposição, vão levar até à exaustão o tema, não a condenação na praça pública, o que aliás já aconteceu a Sócrates no Caso Freeport.
Que a verdade seja descoberta e as condeção que houver sejam cumpridas

21 novembro, 2014

Rendimento Social de Inserção - mais 5000 fora

Nem assim este Governo baixa o deficit



"Em dois meses, quase cinco mil pessoas perderam o direito a receber o Rendimento Social de Inserção, segundo os dados do Instituto da Segurança Social (ISS) relativos a Outubro, que revela existirem actualmente 206.913 beneficiários." ( SOL )

Orçamento de 2015 só com medidas extraordinarias

Só faltava mais este:

"o relatório Budget Watch, elaborado pelo ISEG e pelo think tank Institute of Public Policy (IPP) Thomas Jefferson - Correia da Serra, esse objectivo só será atingido graças ao recurso a medidas extraordinárias." (Publico  )

Vistos Gold - disparates?

Cada qual vê, com os olhos que quer - uma análise muito superficial é o que é
1º Disparate – “O Estado não ganhou quase nada com os Vistos Gold, pois não pagaram impostos”.
Ora, ao servirem para comprar imobiliário (não falo de outros investimentos com pouco significado), os dinheiros que entraram à sombra dos Vistos Gold vão pagar todos os impostos que recaem sobre as habitações, sobretudo as de luxo. E não são poucos...

2º Disparate -- “O dinheiro que entrou não favoreceu a economia, pois não criou postos de trabalho”.
Ora, esse dinheiro entrou em circulação -- e Portugal bem precisa de capital! Portanto, directa ou indirectamente, vai beneficiar a economia. Quanto aos postos de trabalho, o dinheiro gasto em imobiliário vai permitir aos empreiteiros investirem em novas construções (ou noutra actividade qualquer), que criarão emprego.

3º Disparate – “Os Vistos Gold são um convite à corrupção”.
E qual será a solução? Acabar com tudo o que seja susceptível de corrupção? A construção civil, as transferências de jogadores, a compra de submarinos ou aviões, etc., tudo isso são negócios muito atreitos à corrupção. E vai-se acabar com eles?

4º Disparate -- “Os Vistos Gold só servem para lavar dinheiro, pois são provenientes de países como a China, sendo a origem do dinheiro duvidosa”. (SOL  )

Paulo Portas - Vistos Gold

O dedo em riste, não mete medo a ninguém, mas sempre se vai descobrir que os Vistos Gold serviram a uma rede mafiosa para lavagem de dinheiro.
Vamos saber isso, por muito que Paulo Portas venha agora dizer que não.
Mas alguém acredita em Paulo Portas?

Divida Pública aumenta

Aqui está a prova da política deste Governo (?) - mais divida, mais austeridade

«A dívida das administrações públicas na óptica de Maastricht subiu para os 131,6% do Produto Interno Bruto (PIB) até Setembro, depois de se ter cifrado nos 129,4% até Junho, segundo números divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal.
De acordo com o Boletim Estatístico de Novembro, publicado pelo banco central, a dívida pública na óptica de Maastricht, a que conta para Bruxelas, subiu no terceiro trimestre de 2014, passando dos 129,4% em unho para os 131,6% no final de Setembro.
Em Setembro, a dívida pública chegou aos 229.150 milhões de euros, acima dos 226.684 milhões de euros registados no final de Agosto e 9.925 milhões de euros acima do verificado no final de 2013, quando a dívida pública era de 219.225 milhões de euros.» [Observador]

20 novembro, 2014

Passos Coelho - O Esquecido

Há que ter paciência para ler até ao fim, mas sempre se fica a saber um pouco mais deste dito Primeiro0 Ministro

"A empatia foi imediata. No primeiro almoço entre Fernando Madeira, fundador e patrão da Tecnoforma, e o então deputado do PSD Pedro Passos Coelho, no início de 1996 (peixe grelhado degustado num restaurante à beira-Tejo), um inesperado e agradável assunto de conversa surgiu, antes de irem ao que interessava. Ambos descobriram que tinham lido O Fenómeno Humano, do filósofo francês e padre jesuíta Theilhard de Chardin (1881/1955), que exultava o "estofo" do Homem.

Theilhard de Chardin era um otimista incorrigível, a ponto de acreditar que o Vaticano aceitaria a equiparação que defendia entre a Razão material e o dogma da Fé - tese que lhe valeu uma longa proscrição. Mas fiquemo-nos só pelo otimismo, para agarrar a história de Fernando Madeira, alentejano de Evoramonte, com curso interrompido de engenheiro no Instituto Superior Técnico, em Lisboa. Em fins dos anos 1970, é formador profissional na Lisnave, que agonizava. Não hesitou um minuto, pois, quando, em 1980, recebeu um convite para se tornar supervisor de formação da Cabinda Gulf Oil, detida pela petrolífera americana Chevron, em Angola. Dois anos depois, numa pequena sala alugada num prédio da Av. da República, no centro de Lisboa, já trabalha sozinho na sua firma, a Ergoform, que fatura à Cabinda Gulf Oil manuais, slides e outro material didático para os formandos da companhia. Em 1984, arranca com a Tecnoforma e, em 1986, instala uma offshore na ilha de Jersey (Inglaterra), a Form Overseas, Ltd., que se transforma na placa giratória dos fluxos financeiros faturados à Cabinda Gulf Oil, 5 a 6 milhões de dólares por ano, na década de 1990, "nivelando por baixo", corrige fonte conhecedora.

Foi este homem, com 52 anos em 1996, que o jovem deputado Passos Coelho, 20 anos mais novo, muito impressionou, quando Fernando Madeira quis criar uma Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD), de que a Tecnoforma seria o mecenas. Ao aceitar ser presidente do Centro Português Para a Cooperação (CPPC), afinal o objetivo do almoço em que Theilhard de Chardin foi falado, Passos Coelho começou de imediato a elencar as pessoas certas para o conselho de fundadores. Formulou os convites, todos bem sucedidos, e explicou-os a Fernando Madeira: alguém próximo do então PR, Jorge Sampaio (seria Júlio Castro Caldas, à época bastonário da Ordem dos Advogados), do Governo de António Guterres (o deputado do PS Fernando de Sousa), da oposição (Marques Mendes, líder parlamentar do PSD), da Comunicação Social (Eva Cabral, na altura jornalista do Diário de Notícias e hoje assessora política do primeiro-ministro) e até um dirigente maçónico (coronel Oliveira Marques). Vasco Rato, atual presidente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, que tem sido mencionado como outro dos fundadores, não consta do documento constitutivo, mas participava em refeições de trabalho, sobretudo jantares, convidado por Passos Coelho.

De resto, vê-se agora que Passos Coelho se socorreu, igualmente, de gente da sua confiança para a lista do CPPC, como o gestor Luís Flores de Carvalho (hoje presidente da Parque Escolar) ou o médico Jorge Penedo (atualmente assessor técnico do ministro Paulo Macedo e membro da direção clínica do Centro Hospitalar de Lisboa Central). Juntaram-se-lhes os juristas João Luís Gonçalves e Filipe Fraústo da Silva, secretário-geral e presidente do Conselho de Jurisdição da JSD, respetivamente, quando Passos Coelho dirigiu esta estrutura do PSD (1990/1995).

Foi, aliás, numa sala da sociedade de advogados em que Fraústo da Silva trabalhava, na Av. da Liberdade, em Lisboa, que a ?11 de outubro de 1996 ocorreu a constituição notarial do CPPC. Ângelo Correia era suposto ser também um dos fundadores, mas, relatam testemunhas, esteve ali poucos minutos: contou uma anedota sobre Guterres (um pastor que, em vez de conduzir o rebanho, se colocava no meio das ovelhas) e saiu, sem apor a sua assinatura no documento.

Sabe-se, de fontes fidedignas, que João Luís Gonçalves, escolhido para diretor do CPPC, para coadjuvar Fernando Madeira, viu ser-lhe atribuído um Audi de serviço, ?adquirido pela Tecnoforma em regime de leasing. Também ao deputado do PS Fernando de Sousa, eleito presidente da Assembleia Geral da ONGD, foi entregue um automóvel para seu uso, no caso um BMW, comprado nas mesmas condições. Já o presidente, Passos Coelho, afirmou e reafirmou ao Parlamento, recentemente, que trabalhou pro bono, a propósito da controvérsia acerca do seu pedido de subsídio de reintegração (cerca de €60 mil), concedido em 2000 pelo então presidente da AR, Almeida Santos, após o atual primeiro-ministro ter declarado que, entre 1991 e 1999, desempenhou em regime de exclusividade as funções de deputado.

'Ouro negro' a fugir entre os dedos

Fernando Madeira e a sua equipa trabalharam no duro, para rapidamente cumprirem uma exigência do Governo de Eduardo dos Santos - a "angolanização" dos quadros básicos e intermédios das multinacionais petrolíferas que exploravam o ouro negro no país. E a Cabinda Gulf Oil não podia ter ficado mais satisfeita. "Em 1986, todos os operadores de produção já eram angolanos", conta um daqueles elementos.

Como prémio, a participada da Chevron libertou a Tecnoforma da "exclusividade" a que estava amarrada, sem deixar de colaborar com a Cabinda Gulf Oil. Ou seja, a empresa de Fernando Madeira podia trabalhar, em Angola, com outras petrolíferas. ?O empresário costuma dizer que, por essa altura, a Cabinda Gulf Oil lhe "impôs" a criação de uma offshore, vantajosa para todos. E, ainda em 1986, nasceu a já referida Form Overseas, Ltd., em Jersey, e com conta no Barclays. A offshore transforma-se na placa giratória dos fluxos financeiros da Tecnoforma - que passa a prestar serviços à Form Overseas e é paga por isso. Milhões de dólares são anualmente faturados à Cabinda Gulf Oil/Chevron pela Form Overseas, que faz chegar o dinheiro à Tecnoforma.

Os benefícios eram evidentes. Com o ?outsourcing, a Cabinda Gulf Oil retirava da sua folha de salários duas dezenas de funcionários estrangeiros ("angolanização" oblige); esses formadores recebiam, em Portugal, os seus ordenados em dólares (e limpos), provenientes da offshore, quando, na altura, as empresas do País estavam proibidas de pagar aos trabalhadores em divisas estrangeiras; e a Tecnoforma tinha uma carga fiscal mínima.

Até 1994, a empresa carburou ao máximo. No Instituto Nacional de Petróleos (INP) de Angola, conseguiu chutar uma subsidiária da multinacional italiana ENI e tomar-lhe o lugar na formação profissional. Prestava serviços, além da Chevron, à ELF e BP. Para consolidar o "bom nome", fazia quase de borla cursos administrativos, de inglês e informática, no gabinete da Presidência da República, e nos Ministérios da Agricultura e da Defesa.

Mas um dos grandes orgulhos de Fernando Madeira, diz-se, foi a realização de uma conferência de dois dias (14 e 15 de julho de 1993), em Luanda, sobre Formação e Gestão em Angola, no 10.º aniversário do INP. Estiveram presentes os embaixadores português, americano e francês, e a então ministra angolana do Petróleo, Albina Assis.

Na sede da Tecnoforma no Pragal, Almada, geriam-se, mediante o pagamento de uma comissão, bolsas de estudo a angolanos enviados pela Sonangol (a empresa estatal de petróleo em Angola) ou por multinacionais como a ELF, para ingressarem no ensino superior em Lisboa e Coimbra. A empresa tratava-lhes da instalação, de assuntos vários e da gestão das verbas.

Era a "angolanização" em curso, que muito dinheiro deu a ganhar à Tecnoforma, mas que passa a ser uma ameaça. Em 1995, aqueles e outros estudantes começaram a regressar e, de canudo na mão, ocupavam ?lugares-chave nas petrolíferas - incluindo a formação profissional. Fernando Madeira apercebeu-se de que o vento estava a virar e a empresa precisava de mudar de agulha. Havia duas experiências anteriores promissoras. Em 1992, logo após o fim da guerra civil em Moçambique, a Tecnoforma concretizou naquele país, com financiamento do Instituto da Cooperação Portuguesa, um programa de reintegração na vida civil de ex-militares do Exército e de ex-guerrilheiros da Renamo. Em Angola, em 1994, com verbas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e da Organização Internacional do Trabalho, fez um levantamento nacional das condições de formação para o emprego.
Mas aquele começava a ser o tempo das ONGD, com estatuto de utilidade pública, isenção de IRC e acesso ao mecenato. ?E Fernando Madeira foi aconselhado a criar uma estrutura dessas, que se candidatasse a fundos comunitários e do Banco Mundial. É aqui que nasce o CPPC e, pouco depois, Passos Coelho atravessou-se-lhe no caminho.

O 'salvador' Passos Coelho

Fernando Madeira diz a um dos seus diretores, Sérgio Porfírio, que é preciso constituir uma ONGD. Por mero acaso, Sérgio Porfírio conhece João Luís Gonçalves, que fora secretário-geral da JSD, quando Passos Coelho dirigia a Jota do PSD. Diz-lhe que está envolvido na montagem de uma ONGD e que necessita de um "político credível" para presidente. João Luís Gonçalves sugere Passos Coelho. Sérgio Porfírio leva o nome ao patrão da Tecnoforma, que o aprova. O que se passou logo a seguir está atrás relatado.

Oficialmente, "o CPPC procurava dar resposta a necessidades detetadas pela Tecnoforma em Angola, Cabo Verde e Moçambique, para as quais a fórmula mais adequada seria uma ONGD". No Pragal, na sede da empresa, o n.º 13 era o da Tecnoforma e o?n.º 9 o do CPPC, mas, no interior das instalações, uma porta ligava os corredores de uma e do outro.

Em março de 1997, Passos Coelho voltou a impressionar Fernando Madeira quando lhe telefonou a dizer: "Prepare-se que vamos a Bruxelas. O João de Deus Pinheiro vai receber-nos." Voaram em executiva, no dia 10, e o então comissário europeu deu-lhes uma indicação importante - havia verbas do Fundo Social Europeu disponíveis para cursos de Função Pública em Cabo Verde e nos outros PALOP.

De seguida, Fernando Madeira e João Luís Gonçalves puseram-se a caminho de Gaia, de carro, ao encontro do professor Luís Mota de Castro, um contacto intermediado pelo deputado do PS Fernando de Sousa. Mota de Castro havia sido docente na Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, e podia fornecer um input relevante para o projeto de Cabo Verde, dado o conhecimento que tinha da realidade africana. E assim aconteceu, através de um documento que entregou ao CPPC.

A 1 de novembro de 1997, Passos Coelho e Fernando Madeira voltaram a voar em executiva, agora com destino à Cidade da Praia, capital cabo-verdiana. Esta diligência, porém, revelar-se-ia um desastre. As autoridades pareceram não estar avisadas da visita, que pretendia apresentar o projeto de um Instituto Superior de Formação em Gestão e Administração Pública. O ministro cabo-verdiano da Educação encontrava-se em Lisboa. Algo descortês, Passos Coelho deixou Fernando Madeira sozinho, durante dias, e foi arejar para outras paragens da ilha de Santiago. Só foi possível marcar uma reunião com o diretor-geral da Educação para a manhã do dia 4 - o que parece ter resultado de um telefonema de Passos Coelho para o ausente ministro cabo-verdiano. Mas Passos não acompanhou Madeira naquele encontro com o dirigente cabo-verdiano.?O diretor-geral chumbaria o projeto do CPPC - queria uma universidade e não um instituto de formação intermédia.

Um projeto para Angola, de promoção de "emprego para o desenvolvimento", seria também chumbado. Porém, Passos Coelho voltou a estar à altura do que Fernando Madeira dele esperava quando foi preciso obter de Isaltino de Morais, presidente da Câmara de Oeiras, uma "carta de interesse" por um curso de costura (que começou em março de 1998), no então bairro de barracas da Pedreira dos Húngaros, sobretudo habitado por cabo-verdianos, e subsidiado pelo Fundo Social Europeu (FSE). Aquela "carta de interesse" de Isaltino, aliás, até chegou ao CPPC antes mesmo de o autarca receber em audiência formal a ONGD, representada por Passos e Madeira. Já a verba canalizada pelo FSE é, na verdade, desconhecida. ?O Instituto do Emprego e Formação Profissional, após insistentes pedidos de consulta da VISÃO, acabou por responder que não encontrava o processo respetivo.

Passos ainda daria jeito ao "patrão" da Tecnoforma na escrita do último relatório de atividades do CPPC, relativo a 1998 e com uma projeção de orçamento para 1999. Fernando Madeira pediu socorro ao deputado e presidente da ONGD, porque não sabia mesmo como arrancar com o texto. Só o projeto da Pedreira dos Húngaros fora concretizado, era muito pouco. Num ápice, Passos Coelho escreveu os dois primeiros parágrafos do relatório. "O ano de 1998 não foi particularmente feliz à concretização das atividades inicialmente projetadas", começava, para depois destacar que, "independentemente de tais factos, não podemos deixar de realçar os ensinamentos recolhidos da experiência adquirida". Conta quem sabe: "Não se atrapalhou nada - num instante deu a volta àquilo."

Fontes ligadas ao processo estimam que a Tecnoforma injetou no CPPC cerca de €225 mil, no conjunto de três anos - 1997, 1998 e 1999. É um montante muito acima das verbas inscritas nos mapas contabilísticos da ONGD, arquivados no Instituto Camões e subscritos por um técnico oficial de contas, José Duro, que faleceu em 2004. Em teoria, o chamado Balancete Analítico é suposto ser mais pormenorizado e assertivo, mas parece que, até ver, ninguém sabe onde tal documento se encontra.

Nas conversas mais distendidas, à imagem daquela sobre Theilhard de Chardin, houve quem se apercebesse, à época, que Passos Coelho falhara a leitura de O Príncipe, de Maquiavel. Uma lacuna grave, dir-se-ia, em alguém que aspirava a altos voos políticos"


Ler mais: http://visao.sapo.pt/a-vida-esquecida-de-passos-coelho=f799147#ixzz3JcziWAqO

REFORMADOS - sempre atacados

Este senhor, como professor, que diz que é, tem que ser ensinado.

E Maria do Rosário Gama, ensina: 

Cada vez que se pronuncia sobre reformados, JCN só diz asneiras. Desconhece que o sistema de pensões se baseia, não nos impostos dos jovens, que têm vários destinos, mas em 11% do seu vencimento, desconto que os mesmos fazem para a Segurança Social, enquanto trabalhadores no activo, assim como os actuais reformados já o fizeram para gerações anteriores. E os impostos dos reformados para que servem? Esta perseguição aos reformados é cíclica, por parte deste e de outros comentadores da nossa praça que, certamente, já acautelaram as suas reformas e por isso podem "cantar de galo". Gostaria de os ver criticar o desemprego jovem e não jovem, a emigração em massa dos jovens, a precariedade do mercado de trabalho, os cortes nos complementos de pensões dos trabalhadores do sector empresarial do Estado, o aumento de 2,59€ mensais para as pensões mínimas, os cortes nas prestações sociais, os casos de corrupção, os roubos aos contribuintes por má gestão da banca, a incompetência do governo, a passividade do Presidente da República... mas não! "Cortem-se pensões porque eles aguentam" E enquanto estes senhores tiverem tempo de antena e os reformados se mantiverem apáticos e não se unirem, este discurso vai penetrando e estas medidas surgirão como uma inevitabilidade!

César das Neves "O inimigo dos reformados não é o Governo"
O professor universitário João César das Neves escreve esta quarta-feira, no seu espaço de opinião no Diário de Notícias, que a “outra face” da crise é a de que as pensões estão “há muito” a ser “sustentadas pelos impostos dos jovens”. O economista assegura ainda que “o inimigo dos reformados não é o Governo, é a aritmética”.