Poema
Vozes de animais
Palram pega e papagaio,
E cacareja a galinha;
Os ternos pombos arrulham,
Geme a rola inocentinha.
Muge a vaca, berra o touro,
Grasna a rã, ruge o leão
O gato mia, uiva o lobo,
Também uiva e ladra o cão.
Relincha o nobre cavalo,
Os elefantes dão urros,
A tímida ovelha bala,
Zurrar é próprio dos burros.
Regouga a sagaz raposa
Brutinho muito matreiro;
Nos ramos cantam as aves,
Mas pia o mocho agoureiro.
Sabem as aves ligeiras
O canto seu variar;
Fazem gorjeios às vezes,
Às vezes põem-se a chilrar.
O pardal, daninho aos campos,
Não aprendeu a cantar:
Como os ratos e as doninhas
Apenas sabe chiar.
O negro corvo crocita,
Zune o mosquito enfadonho;
A serpente no deserto
Solta assobio medonho.
Chia a lebre, grasna o pato,
Ouvem-se os porcos grunhir;
Libando o suco das flores,
Costuma a abelha zumbir.
Bramem os tigres, as onças,
Pia, pia, o pintainho;
Cucurita e canta o galo,
Late e gane o cachorrinho.
A vitelinha dá berros;
O cordeirinho, balidos;
O macaquinho dá guinchos,
A criancinha vagidos.
A fala foi dada ao homem,
Rei dos outros animais:
Nos versos lidos acima
Se encontram, em pobre rima,
As vozes dos principais.
Tão bem que vai esta oposição.
São assim como a passarada numa gaiola.
O poema acima demonstra bem as vozes dessa oposição.
Ainda pensam que por muito e em todos os momentos e por um qualquer assunto, ganham mais votos pelo tempo de antena nas televisões, nas rádios ou pelo número de linhas na imprensa escrita ou nas páginas da Internet
Desde há muito que a falta de vergonha, do bom senso e de um mínimo de honestidade e sobriedade em analisar os factos políticos era o mais vulgar no dia a dia político.
Nos últimos dias, esse modo de fazer política, baixa e reles transpareceu luminosamente na oposição a quem hoje está no Governo.
Afirmações há, de políticos que já foram governantes, que não tem qualquer lógica ou razão de ser, mas são debitadas a todo o momento para a opinião pública
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