Quem não acreditava que este país era um manacial de pessimistas e carpideiras, ou não andava por cá ou então, via muito menos com 2 olhos que o Camões só com um.
A comparação com o que se passa nos nossos noticiários com os estrangeiros, podemos saber da diferença.
Uma grande parte dos portugueses, "gosta de se sentir, de ser coitadinho".
Olha muito mal para o futuro, sente-se muito melhor a verter máguas sobre o leite derramado.
Quem sofreu, por exemplo, como todos os países que passaram pela 2ª Grande Guerra e verifica, por comparação, como sairam do grande buraco em que ficaram não pode deixar de questionar o que nos teria acontecido em igual situação.
Sentados no banquinho à porta de casa, cabisbaixos, dizendo mal de tudo e de todos, acima de tudo, culpando o Governo, as Autarquias e os serviços públicos, será assim que uma parte de nós nos sentimos bem?
«Os portugueses estão cada vez mais pessimistas.
Três quartos dizem mesmo que acreditam que a situação económica possa piorar em 2010. O Norte é a região mais afectada, já que foi a que registou mais falências e despedimentos. »
3 comentários:
Se a guerra cá tivesse chegado, teríamos aprendido, às nossas custas, a andar para diante. Mas todos, não só o zé-povinho! E não precisaríamos da Europa para nada!
Já afirmei isto várias vezes, há muito tempo, inclusive na Imprensa.
"Há petróleo no Beato", foi só uma peça de teatro.
Como não há petróleo e uem pensava que "viver isolado" teria sido a solução foi Salazar.
Por o ZÉ Portugues ser contra a associação, não querer ceder um pouco do pouco que tem para poder receber, mais e melhor, é que ainda hoje estamos assim - nãi vendemos fruta, legumes, hortículas, etc, não há cooperativas, associações regionais para recolher e comercializar produtos, etc.
A Europa, faz falta
Pois, tal como o país se encontra há tanto tempo, parece fazer sentido dizer-se que a Europa faz (fazia) falta. Mas isso só confere razão às minhas afirmações: «se a guerra cá tivesse chegado...», embora deva acrescentar : - ainda bem que a guerra cá não chegou!
O jogo duplo de Salazar evitou tal situação, mas eu sou dos que, mesmo em Portugal, sofreram as consequências dessa horrenda manifestação belicista europeia.
O que está em causa nestes nossos comentários é o mal de que Portugal sofre, mal que não é apenas dos últimos 100 anos, mas de todo um tempo de séculos. É uma questão de mentalidade, de mentalidade tacanha, consubstanciada pelo egoísmo, pela esperteza saloia, pela esperança no "abanar da árvore...", pela preguiça criativa, pela incapacidade de pensar, pela falta de honestidade, pelos interesses mesquinhos, etc., etc.
Não deixo, no entanto, de acrescentar que também cá temos do melhor que há no Planeta. Pena é que, pelo que atrás digo, esse melhor não seja convenientemente aproveitado e estimulado.
Não é aceitável o argumento, sobretudo dos nossos políticos de todos os quadrantes, de que Portugal é um país pequeno e pobre. A nível europeu, só cerca de dez são nitidamente maiores, dois ou três pouco mais área têm do que o nosso e os restantes são equivalentes ou mesmo inferiores em superfície.
Depois contentamo-nos com a (velha) desgraça de rejeitarmos o que é nosso, o que produzimos, o que inventamos de útil e necessário, pois de longe vem o pensar que o que é estrangeiro é que é bom.
Ainda por cima, não gostamos das terras onde nascemos e crescemos, acabando por abandoná-las para nos reorganizarmos num país que é o CAOS DO LITORAL, sem nos darmos conta do erro estratégico, a todos os níveis, que cometemos, erro que só aproveita ao capitalismo selvagem que até dizemos querer combater (não explico porquê para não me alongar).
Conformamo-nos com o desprezo em que deixamos a terra produtiva, abandonando-a ou vendendo-a ao desbarato a estrangeiros.
Cresce a vergonha de se ser agricultor ou, mesmo que pareça mais aliciante, empresário agrícola, como vem acontecendo sobretudo com a gente mais nova cuja mentalidade, feita à custa de facilidades, estabeleceu que passar pela universidade é só para vestir bata branca ou pôr gravata e ser tratado pelo título académico que consiga, tantas vezes sem notório mérito.
Esperamos sempre que alguém de fora cá venha montar uma fábrica, em vez de sermos nós a fazêlo.
Enfim...!
Estámos na União Europeia há vários anos. Esquecemo-nos de que somos o país mais antigo (em termos de fronteiras definidas) da Europa. Esquecemo-nos de que, bem ou mal, ajudámos o mundo a "fazer-se". Sofremos um acentuado deficit de orgulho positivo.
Sinto-me vexado por pertencer a um país que, se quisesse, poderia ser auto-suficiente, mas vive à custa dos outros, caminhando, a passos largos, para uma situação terceiro-mundista em termos de todas as dependências.
Quanto ao pessimismo nacional, ele resulta do que desejamos. Que ninguém se queixe.
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