31 agosto, 2015

Paulo Rangel - In Vai e Vem




Paulo Rangel, deputado europeu e figura proeminente do PSD, fez hoje na universidade de verão do seu partido um ataque descabelado à justiça. Querendo atingir António Costa e o PS, saíu-lhe o tiro pela culatra. Ao perguntar aos jovens que o escutavam se “Alguém acredita que se os socialistas estivessem no poder haveria um primeiro-ministro sob investigação?”, Rangel diz várias coisas ao mesmo tempo:
que José Sócrates foi investigado e está preso porque o PSD (e o CDS) estão no governo. Logo, dá razão à tese do próprio Sócrates de que é um preso político;
que a justiça é controlada pelos governos e só investiga políticos quando os partidos a que pertencem não estão no governo;
que Passos Coelho não foi investigado nos casos Tecnoforma e dívidas à Segurança Social porque o PSD está no governo;
que Paulo Portas não foi investigado no “caso submarinos” porque o CDS está no governo;
que Miguel Macedo, ex-ministro do PSD, não foi ainda constituído arguido no caso “vistos gold” porque o PSD está no governo;
que Marco António Costa não foi ainda constituído arguido no caso Câmara de Gaia porque o PSD está no governo

Conclusões que podem ser extraídas das declarações de Paulo Rangel:
quando o PSD não estiver no governo Passos Coelho será investigado sobre os casos acima citados;
idem para Miguel Macedo;
idem para Marco António Costa;
quando o CDS deixar de estar no governo Portas será´investigado no “caso submarinos”.

E assim, de uma penada, Paulo Rangel faz de procuradores e juízes meros paus-mandados do governo que estiver em funções.

O que é que Passos Coelho tem a dizer à “lição” dada pelo seu ex-rival aos futuros quadros do PSD?

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