12 maio, 2015

COMENTADORES A CRISE E AS PENSÕES

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COMENTADORES A CRISE E AS PENSÕES
   
- A guerra da informação
 vista da trincheira
 dos explorados
 Tudo aquilo que provoque reflexão, análise, crítica, indignação ou revolta – ainda que plenamente justificadas – é banido dos grandes meios de comunicação social. O controlo da informação substitui, nas chamadas democracias, a polícia política e a censura das velhas ditaduras. E de forma muito mais barata e eficaz. Estupidificar o povo, em vez de agredi-lo, é a melhor maneira de o submeter.
O império dos comentadores da TV
  
Não há crise para quem a comenta
«O império dos comentadores onde quem manda são os políticos» é o título de artigo no Público, que contém alguns números estonteantes.
Para começar este: «Se aos quatro canais generalistas se juntarem os canais de informação portugueses no cabo (RTP Informação, SIC Notícias e TVI24), é possível assistir a 69 horas de comentário político por semana. O equivalente a quase três dias completos em frente à televisão.» Que ninguém se queixe de falta de interesse das televisões pela política: mais do que isto, só futebol!
Dos 97 comentadores com presença semanal na televisão, 60 são actuais ou ex-políticos. Sem espanto, em termos de número de comentadores, o primeiro lugar do pódio é ocupado pelo PSD, seguido pelo PS e pelo CDS. E embora o PCP tenha mais deputados na Assembleia da República do que o Bloco, este está quantitativamente melhor representado.
Mas os números de facto impressionantes, se verdadeiros, são alguns (poucos) que são divulgados quanto à maquia que estes senhores levam para casa. E se não me suscita qualquer aplauso o facto de José Sócrates ter querido falar pro bono na RTP, considero um verdadeiro escândalo que Marcelo Rebelo de Sousa ganhe 10.000 euros / mês (mais do que 20 salários mínimos por pouco mais de meia hora por semana a dizer umas lérias), Manuela Ferreira Leite metade disso e que Marques Mendes tenha preferido passar para a SIC por esta estação ter subido a parada da TVI que só lhe propunha 7.000. Claro que estamos a falar de estações privadas, em guerras de concorrência. Mas algo de muito estranho e esquizofrénico se passa num país quando o valor de mercado destes senhores é deste calibre. Estaremos em crise, mas comentá-la compensa e recompensa ? E de que maneira!
Pergunta-se:
- Se a maioria  já teve – ou tem – altas responsabilidades governativas ou partidárias, por que carga de água é que sabe, do pé para a mão, como resolver os problemas nacionais?
- Será que ninguém percebe que o que estão está a fazer é criar uma falsa ilusão de debate e esclarecimento, que esconde o grande propósito dos seus comentários: manter ostatus do actual sistema político, económico e (anti)social, como se ele não fosse o grande responsável por tudo aquilo que nos está a cair em cima? Que é tudo puro ilusionismo?
ainda mais qualquer coisa
À semelhança dos debates políticos, também os programas desportivos (trio de ataque, o dia seguinte, prolongamento, contra golpe, etc.) têm comentadores que defendem interesses próprios e da sua seita, a par de interesses instalados. Análises honestas e isentas, tal como nos comentários políticos (partidários), é coisa que não existe.
Para além disso, a maioria dos comentadores estrategicamente colocados auferem uma média de 1.250 euros por programa de uma hora, ou seja, 5.000 euros por mês.


Tribunal Constitucional alemão não vai em cantigas
As reformas são um direito dos trabalhadores

O Tribunal Constitucional alemão considera que as reformas são um direito dos trabalhadores idêntico à detenção de uma propriedade privada, cujo valor não pode ser alterado. Tribunal Europeu dos Direitos do Homem segue a mesma linha.
O Tribunal Constitucional alemão equiparou as pensões à propriedade, pelos que os governos não podem alterá-las retroactivamente. A Constituição alemã, aprovada em 1949, não tem qualquer referência aos direitos sociais, pelo que os juízes acabaram por integrá-los na figura jurídica do direito à propriedade. A tese alemã considera que o direito à pensão e ao seu montante são idênticos a uma propriedade privada que foi construída ao longo dos anos pela entrega ao Estado de valores que depois têm direito a receber quando se reformam. Como tal, não se trata de um subsídio nem de uma benesse, e se o Estado quiser reduzir ou eliminar este direito está a restringir o direito à propriedade. Este entendimento acabou por ser acolhido pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
Seguindo esta filosofia, taxar de forma continuada uma pensão, de forma a reduzi-la, de facto, para além de ser uma habilidade, configura uma imoral e desumana violação dos direitos humanos.


Enquanto isso…
…Pensões dos portugueses
 podem ir a vida!
Risco de perda de pensões é bem real. A iniciativa partiu de Victor Gaspar, ou seja, do PSD. Victor Gaspar , e António José Seguro ainda não exigiu a revogação da medida.
De facto, está em curso o roubo da Segurança Social, através dos fundos depositados pelos trabalhadores e entidades patronais e geridos pelo IGFSS. Neste momento, 40% desses fundos estão aplicados em dívida pública portuguesa. E o Victor Gaspar, como presente de saída, deixou o diploma que vai autorizar – ou melhor, vai obrigar – o IGFSS a vender 50% aplicados noutros fundos e comprar mais dívida pública portuguesa. 
Ou seja, 90% do dinheiro que entregámos ao Estado para gerir as nossas reformas, vai passar a ser garantido por dívida pública de Portugal.
Ou seja, em caso de perdão da dívida… lá se vai a massa. Nada mal pensado.
Se esta decisão se fosse tomada por um gestor de uma seguradora, seria motivo para processo judicial, dado que, como se sabe, as reservas das seguradoras – garantia do cumprimento das suas obrigações – têm regras rígidas de aplicação. E são fiscalizadas pelo ISP.
Aliás, qualquer economista, logo no 1.º ano, aprende que aplicar 90% de reservas de garantia no mesmo produto, qualquer que ele seja, é suicídio económico. E em dívida pública na actual situação, pior ainda.

Na verdade, tudo isto acontece porque os políticos portugueses e Europeus, “SABEM” que o Povo Português é de uma ignorância e passividade à prova de bala.

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