27 fevereiro, 2014

Morte aos reformados !Agora com bonecos satânicos.

O Prof. catedrático emérito do IST, António Betâmio de Almeida, diz: "Quem ouve os governantes nas televisões, parece que estão a fazer justiça ao tirar-nos parte das pensões. Deviam pedir-nos desculpa, mostrar algum reconhecimento."

 

 

Há um país onde a lei diz que todos são iguais, mas onde há uns menos iguais do que os outros.

Estes ajudaram a erguer o país, e muitos até foram à guerra em nome desse mesmo país.

Mas agora são gente pacífica, de físico debilitado e cujas vozes não chegam ao céu.

Não ameaçam ninguém, não paralisam o trabalho e já não cumprem os padrões de produtividade exigidos.

Adoecem mais do que os outros, e são considerados um fardo para a sociedade pelo que custam em tratamentos.

Não trabalham para pagar o que gastam, embora já antes tivessem trabalhado para pagar o que recebem.

O poder político desse país entende que vivem acima das suas possibilidades e que por isso são uma dor de cabeça.

Acha mesmo que seria mais fácil governar se eles não existissem.

Conclui assim pela sua inutilidade, que estão a mais, que são descartáveis.

Não se importa de lhes dificultar o acesso à saúde, porque é indiferente que morram mais cedo.

Talvez seja até preferível, porque morrendo mais cedo ajudam a melhorar o exercício orçamental.

Sendo alvos fáceis e dóceis, sem capacidade contestatária e sem instrumentos de pressão, nada custa retirar-lhes direitos e regalias antes julgados vitalícios.

Sendo solidários e ajudando os familiares mais carenciados, não recebem em troca a solidariedade do poderes públicos.

Pelo contrário, são os primeiros na linha de fogo, e quando o poder sente alguma aflição financeira é a eles, e muitas vezes só a eles, que começa por retirar as verbas necessárias.

Mesmo que a suprema autoridade judicial se interponha, declarando ilegal tal prática, os governantes não se sentem na obrigação de acatar a restrição, antes a contornam e insistem no mesmo.

E insistem retirando-lhes ainda mais verbas, e retirando a mais vítimas do que antes tinham feito.

Não dizem que aumentam o confisco, mas que estão a recalibrar.

Dizem também que não é um imposto, quando tem toda a forma de um imposto – e um imposto agravado.

Um imposto que se aplica apenas ao tal grupo, e não a todos os contribuintes do país.

Esse grupo são os velhos, e o país, onde não há lugar para velhos, chama-se Portugal.

É um país descalibrado, onde manda muita gente sem calibre.

 

Escritor, Jornalista e meu Amigo Joaquim Vieira, dispensou-me amavelmente este seu Artigo, que ontem foi por ele lido na ANTENA1:                                                

Por:Victor Neves.

 

 
 

 

 

 

 

 

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