“Conhecia Paulo Portas como personalidade pública, como toda a gente. Acompanhei a sua carreira de jornalista. Uma pessoa com um enorme talento para a comunicação e grande ambição política” (p241-242) Vítor Gaspar, excerto da entrevista a Maria João Avillez
Em poucas palavras, Gaspar toca os traços essenciais do perfil de Paulo Portas: a “carreira” resume-se ao jornalismo; o “talento” é enorme … para a “comunicação”. Na “política”… apenas “ambição”….
Portas, o grande político, o orador eloquente, o político com sentido de Estado, o grande e insubstituível líder da direita, reduzido assim a alguém sem carreira, um fala-barato e um político ambicioso. A vingança serve-se fria!
Outra vez Gaspar:
“O único ponto importante para mim é que, de facto, a [minha] saída fora profissionalmente preparada e, naquelas 24 horas, o seu impacto foi muito pequeno nos mercados. ” (p341) A saída de Paulo Portas e o impacto que teve nos mercados mostra a força e a relevância da política. A centralidade da política é patente naquele momento.” (p342)
Como quem diz: “como profissional que sou preparei a minha saída e não prejudiquei o país. Portas portou-se como um amador e foi o que se viu, os juros ainda hoje se ressentem, eis a política como “eles” a fazem…
É ainda Vítor Gaspar, o anti-político, a fazer revelações e a avivar a nossa memória:
“Na primavera de 2011, tive a iniciativa de procurar Eduardo Catroga, porque me parecera que a nível político, no PSD, havia uma consciência muito imperfeita sobre como funcionavam negociações financeiras internacionais e como se podia consolidar a credibilidade junto dos mercados de obrigações”. (…) Achei que estas duas dimensões do processo estavam mal compreendidas. Vira qualquer coisa na televisão que me parecera errada e pensei: o melhor é tentar corrigir isto depressa, porque este erro de perceção pode ser custoso para o país…”.
E assim Gaspar descobre a careca a Eduardo Catroga, o senhor “pintelho”. O que Gaspar nos diz é que Catroga não estava dentro dos meandros das negociações internacionais nem tinha informação suficiente para poder negociar com a troika nem para elaborar ro programa eleitoral do PSD.
Catroga reagiu, mal disfarçando a fúria. Lá da sua zona de conforto, Gaspar deve estar a saborear o efeito das suas palavras assassinas… ( In Vai e Vem)
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