Visto por Miguel Sousa Tavares
Quando terminou o 'Jornal Nacional de 6.ª', disse que era o fim do 'jornal nacional de manipulação'...
E disse que era um atentado à liberdade. Nunca vi, em nenhuma televisão do Mundo, um jornal como aquele.
Considera que esteve demasiado tempo no ar?
Acho que nunca deveria ter estado no ar. Pense-se o que se pensar do actual primeiro-ministro, aquilo era um jornal para atacar uma pessoa concretamente. E às vezes perguntava por que não se fazia uma emissão contra o Paulo Portas ou a Manuela Ferreira Leite, outra contra o Jerónimo de Sousa ou o Louçã. Não há nada? Porque não investigam os submarinos ou os dinheiros da Festa do 'Avante!'. Lembro-me de ter dito à [jornalista] Ana Leal: o que acontece ao vosso jornal no dia em que Sócrates for absolvido? Se a justiça chega ao fim e não apura nada. O jornal morre por falta de objecto. O caso Freeport dura há seis anos por uma única razão: porque ainda não conseguiram entalar o Sócrates. Se fosse o Zé dos anzóis já tinha sido arquivado. Acho inconcebível que um primeiro-ministro viva sob suspeita de corrupção durante seis anos e que os contribuintes estejam a pagar esta investigação. Nós não podemos ser governados por alguém que não sabemos se é corrupto ou não. O Ministério Público tem obrigação de, rapidamente, apurar aquilo. Ou tem indícios, ou não tem indícios. Agora, permitir que o primeiro-ministro seja queimado em lume brando na Imprensa enquanto eles arrastam o processo à pesca à linha, a ver se alguém morde o anzol, é inconcebível. Eu não quero ser julgado assim. Não quero ter um primeiro-ministro julgado assim.
Mas acabou por sair da TVI após a saída de José Eduardo Moniz e do fim do 'Jornal de 6.ª'. Não teme ficar ligado a essa linha editorial?
Ao 'Jornal de 6.ª' não fico ligado de certeza, ao José Eduardo Moniz sim. E eu não saí da TVI antes porque ele estava lá. ( CM )
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