Eles não querem ser avaliados. Quem pensa o contrário estará enganado.
Deixemos passar esta época "balnear" até ao início do segundo período e veremos
Simplificação do modelo aprovada em Conselho de Ministros
Professores em condições de pedir a reforma até 2011 dispensados da avaliação
17.12.2008 - 15h47 Romana Borja-Santos, com Lusa
O Governo aprovou hoje o regime transitório e simplificado do modelo de avaliação docente que vigorará até ao final do primeiro ciclo de avaliação e que ficará concluído a 31 de Dezembro de 2009.
Além de algumas mudanças já anunciadas no final de Novembro, a principal novidade consiste em dispensar da avaliação os professores que se encontrem em condições de pedir a reforma até 2011 e os docentes contratados em áreas profissionais, vocacionais e artísticas, não integradas em grupos de recrutamento.
Comentários:
17.12.2008 - 21h01 - kikas, matosinhos
há varios grupos profissionais, que ganharam um excesso de peso financeiro que asfixia a sociedade. Previlegios instalados, direitos adquiridos, carreiras estabelecidas.O defice orçamental e a estagnação da economia, está intimamente ligada a esta questão e o que é que a sociedade recebe em troca? Rios de dinheiro gastos e resultados mediocres, não podemos hipotecar o futuro do nosso país em prol de qualquer interesse instalado, Sra Ministra não ceda, as reformas estão com 20 anos de atraso.
17.12.2008 - 21h01 - Filipe, Lisboa
A classe de Professores nunca mostrou disponibilidade para apresentar propostas construtivas e ser sujeita à avaliação, porque pensam que o facto de terem sido admitidos para Professores chega, porque pensam que tendo conquistado o estatuto de professores não podem ser avaliados, mas isso é vergonhoso para a classe dos Professores. Os Professores deviam defender, não a auto-avaliação mas defender uma avaliação dos professores com consequências e diferenciação entre eles, admitindo que muitos são bons, outros “acima da média”, outros na média e outros ainda “abaixo da média”. A avaliação de desempenho só deve premiar aqueles Professores que sejam efectivamente muito bons!
17.12.2008 - 20h57 - Filipe, Lisboa
O problema nunca foi a avaliação dos Professores ser demasiado burocrática, dêem-lhe uma avaliação duas vezes mais burocrática mas sem quotas, ou seja, sem consequências na progressão, no salário e na reforma e vão ver como eles se vão deixar de preocupar com a burocracia e com a qualidade do ensino. É importante prosseguir a reforma da Administração Central – onde os Professores do básico e do secundário representam 37% em número e mais de 40% em valor e para além do direito a receber salário, tem a obrigação de cumprir a lei de avaliação de desempenho. A ausência de avaliação profissional na Escola Publica é um prémio aos medíocres e um factor de desmoralização aos bons. Espera-se sobretudo dos Professores da escola pública - onde estão os mais pobres - pensem na sua responsabilidade de educar e impeçam escola a escola, sala a sala, aluno a aluno, o clima de instabilidade. Afinal sempre esteve nas mãos dos Professores dar o melhor exemplo de educação.
1 comentário:
Li a notícia do novo "arranjo" do governo sobre a avaliação e os três comentários seguintes e entendi dever deixar também aqui o meu.
Sobre o novo "arranjo", é pior a emenda do que o soneto.
Muita da gente que vai pedir a reforma até 2011 está mesmo com muita sorte. É que não vai ser avaliada e nem curso superior tem, falta-lhe bases pedagógicas, do que ensinaram durante a sua vida pouco ficou para bem dos alunos que lhe passaram pelas mãos. Logo pouco ou nada deram ao país que lhe pagou durante trinta e tantos anos de carreira. É a contradição total da Srª Ministra.
Quanto ao que diz o/a Sr/ª Kikas, não confunda alhos com bugalhos. A economia não está em baixo por culpa dos professores. Mas sim por causa de quem é contra os professores. E se a sociedade não recebe nada em troca é simplesmente porque não quer. Porque querer receber em troca algo de verdadeiro interesse e com significado dá trabalho, custa. O querer a sério é só para quem tem desejos sérios.
Aconselha a SrªMinistra a não ceder. A não ceder a quê?
Não sabe que se a Srª Ministra estivesse no activo como docente, que diz ter sido, era das que não queria ser avaliada? Não sabia, mas fica a saber agora!
Ao Sr. Filipe quero dizer que não discordo totalmente do seu ponto de vista. Mas o problema também não é como o está a ver. Não se trata de substituir uma avaliação feita de fora para dentro por outra feita de dentro para fora. A questão é de "quem avalia quem"?. Isso tem sido dito e explicado vezes sem conta.
Concordo perfeitamente que os melhores profissionais sejam recompensados por isso e que os menos capazes não os acompanhem em termos de escalões de vencimento, e que os incapazes que, embora poucos, também os há, mudem de emprego. Mas o que acontecerá é que um profissional com competência média ou duvidosa irá avaliar um colega de capacidade excelente e nem se aperceba disso, da diferença entre eles, ou não entenda muito do que vê e ouve se a matéria que lecciona for outra, ou não tenha interesse em valorizar o colega para não ficar para trás, ou, pelo contrário, dê um jeitinho para o ajudar a ficar à frente de outros,enfim...
Se eu fosse docente, preferia uma avaliação feita por inspector, por alguém do Ministério ou Direcção Geral ou sei lá de onde mais, a uma avaliação feita por quem estivesse a concorrer comigo. Compreende porquê, não compreende?
Quanto aos problemas da burocracia, não é propriamente da burocracia específica do acto avaliativo. É sim de todo um processo de papéis que já vem de anos anteriores e tende a aumentar, mas que não serve para nada, apenas para gastar papel, muitas vezes dos próprios professores, para atafulhar os armários e para ir para o lixo ao fim do ano ou de algum pouco tempo mais.
Fala de INSTABILIDADE? Comigo a governar ela acabava. Bastava devolver aos professores a autoridade que já tiveram - não a prepotência, a régua ou a cana, isso não! - perante os alunos e seus encarregados de educação. Fazer da escola um local de TRABALHO/APRENDIZAGEM e não de lazer. Responsabilizar os pais pela educação dos filhos.
Fico por aqui. Não pretendo ser contra ninguém, apenas ajudar a compreender um problema complicado, de que os profissionais do ensino não são culpados. Sinto-me à-vontade para o afirmar, pois não sou docente, mas também não ando aqui por ver andar os eléctricos.
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