08 janeiro, 2011
Juízes, Médicos, professores, sindicalistas e mais…
São sempre os mesmos.
Os mais bem pagos, os que trabalham sem horários ou com horários a seu belo prazer.
Os que tem emprego assegurado, pago directamente do bolso dos contribuintes, os que tem "trabalho" nesse grande patrão, a maior empresa deste amargurado país, que é o Estado.
Aqueles que tem a sua reforma sempre em mente, muitos deles não precisando de trabalhar muito e não muitos anos.
Uns bons milhares de sindicalistas, eles também pagos pelo patronato "Estado", vivendo também do "orçamento de Estado"
São todos esses que com o argumento da inconstitucionalidade da situação, já tendo as suas mordomias asseguradas, não querem contribuir para a resolução da situação do país.
Estes deveriam ter um pouco de vergonha, deixando de olhar apenas para o seu umbigo e verificar que a seu lado, os pensionistas e os desempregados não podem utilizar os seus sindicatos para utilizarem os tribunais com as providências cautelares para travar a sua prestação ao país com os cortes nos salários.
Alguns, sérios e honestos intelectualmente, ainda se podem envergonhar, mas há por aí muita dessa gente, trabalhadores, mas acima de tudo, empregados, que nunca virão a sentir vergonha das atitudes que tem tomado.
Muitos desses, são os que tem ajudado e muito, a afundar este país.
Cavco Silva – as más acções
Valente n "O Publico"
«[...] sem dúvida nenhuma que as relações do Presidente da República com o pestífero banco vão envenenar o seu próximo mandato. Talvez durante meses, talvez durante anos. Não tardará, por exemplo, que o público e os políticos se apercebam de que personagens centrais do cavaquismo foram também personagens decisivas da tranquibérnia do BPN e que, mesmo dando de barato a sua inocência e virgindade, um homem que mandou no país como primeiro-ministro não os devia deixar à solta e, sobretudo, não devia comprar e vender acções da Sociedade Lusa de Negócios (dona da coisa), com o estapafúrdio lucro de 140 por cento, de que em princípio ele — com o seu doutoramento de York e a sua celebrada passagem pelo Terreiro do Paço — devia desconfiar.
Verdade que 300 mil euros não são uma fortuna e que a excitação da época levava com naturalidade a excessos lamentáveis. Só que a alegada candura de Cavaco não o recomenda. Quem se envolveu [...] na trapalhada do BPN não é aparentemente a criatura indicada para superintender, com o seu conselho e a sua prudência, a economia de Portugal inteiro. Quem nos garante que do assento etéreo a que tornará a subir não sairão opiniões ruinosas para o país? Quem nos garante que esse primoroso economista que tanto respeitávamos não se deixará enganar por um trafulha qualquer da Venezuela ou da Líbia? O dr. Cavaco pede confiança aos portugueses; e faz muito bem. Mas, com o caso do BPN perdeu ele próprio a confiança dos portugueses.»
e
coincidências
José Oliveira e Costa, ex-presidente dos conselhos de administração da Sociedade Lusa de Negócios e do Banco Português de Negócios, está a ser julgado por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, infidelidade, fraude fiscal qualificada e compra ilícita de acções. O julgamento decorre a partir de 19 de Janeiro -- em cima das eleições presidenciais, nas quais o BPN adquiriu aparatoso protagonismo.
Principal arguido do processo que visa averiguar responsabilidades da ruína do banco, Oliveira e Costa é acusado de se ter servido deste para "obtenção de poder pessoal e influência nas áreas financeira e de realização de negócios, aceitando conceder a terceiros que com ele colaborassem dividendos retirados do BPN ainda que em prejuízo do banco". Ou seja, de favorecer terceiros com dinheiro que não era seu.
Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do governo de Cavaco, o arguido é – ou foi – um "próximo" do Presidente. A ponto de ter sido ao responsável máximo da SLN, que, a crer nos documentos tornados públicos pelo Expresso em Maio de 2009, Cavaco solicitou, e cito, "a venda das 105.378 acções da SLN de que sou titular e que se encontram depositadas no BPN, conta nº 6196171". Sem cotação oficial, as acções terão sido negociadas pelo valor determinado pela SLN, ou seja, aparentemente, por Oliveira e Costa, que assim funcionaria como corretor privado de Cavaco, seu gestor de conta (dado movimentar a conta do agora presidente) e ainda como comprador – se, como tem sido afirmado, as acções foram reapropriadas pela SLN.
De acordo com o Expresso, o valor de venda foi de 2,4 euros, o que, aceitando como valor de compra em 2001 (quando Cavaco tomou posse delas) um euro, equivale a 140% de lucro. Pode ser só coincidência que tão impressiva mais valia tenha surgido no contexto de uma relação estreita com alguém acusado de distribuir favores, por via de burlas e apropriações indevidas, "a quem com ele colaborasse"; mas decerto não é disparatado solicitar sobre isto esclarecimentos.
O que se estranha é que Cavaco insista, desde 2008, quando o BPN se afundou e Oliveira e Costa foi detido (precipitando a queda de Dias Loureiro, então do Conselho de administração da SLN e do Conselho de Estado) em afirmar nunca ter comprado nem vendido nada ao BPN, omitindo sempre as acções que deteve na SLN. Nem instado por Alegre a esclarecer o negócio que fez com/através de Oliveira e Costa as menciona: prefere apelidar as perguntas de "desonestas" e de "campanha suja". Ora não só estes termos indiciam que vê "sujidade" no tema das acções – redobrando o interesse no questionamento – como a recusa de resposta ecoa a forma como o Presidente lidou com outro assunto sujo, esse politicamente muito mais relevante: o das escutas. E se sobre esse, apesar de nada ter esclarecido, pouco ficou por perceber, não sirva o BPN para o dar por esquecido.
07 janeiro, 2011
Cavaco Silva - candidato
Deu o dito por não dito.
Nada adiantou sobre a margem de lucro que adquiriu, aliás, o ganho dos 145.000 € ficou abaixo de muitos outros accionistas.
Que negócio, este da SLN e do BPN!
A coisa não estava a correr bem e então vendeu? Diz um seu amigo, que está à frente da SLN valores, que outros venderam por valor superior as mesmas acções.
Nada disto tem explicação.
Melhor, a explicação está na falência do BPN.
Futebol é assim
Os €uros a "voarem" para o estrangeiro…
"O antigo empresário de futebol José Veiga e o ex-jogador João Vieira Pinto são acusados pelo Ministério Público dos crimes de fraude fiscal qualificada e de branqueamento de capitais, no âmbito da transferência do futebolista do Benfica para o Sporting, no Verão de 2000. O despacho de acusação implica ainda Luís Duque, então presidente da SAD "leonina", e Rui Meireles, à época director financeiro do clube de Alvalade, como co-autores de fraude fiscal."
06 janeiro, 2011
Justiça
Não será para "controlar" os juizes, mas passa a saber-se o tempo infinito que muitos processos levam nas prateleiras dos tribunais.
Porquê? Vamos lá saber.
"Criado sistema que calcula tempo médio processos em tribunal
Um grupo de cidadãos criou um sistema de cálculo online que permite visualizar a duração de processos judiciais em várias comarcas para ajudar a compreender melhor a Justiça em Portugal.
O sistema permite calcular, por exemplo, a duração de processos por área geográfica, assim como por tipo de processo, permitindo saber que um processo civil nos Juízos Cíveis de Lisboa tem uma duração média de 62 meses, enquanto em Coimbra o mesmo processo demoraria 19 meses.
«Apercebemo-nos que a justiça é uma das áreas mais faladas e vemos casos de processos que duram 20 anos. Achámos que sendo nós da área das Tecnologias de Informação, poderíamos desenvolver uma ferramenta que permitisse conhecer melhor o sistema», disse à Lusa Paulo Trezentos, professor assistente do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) e um dos autores do projeto"
BPN – acções do Sr Silva
As acções do Sr Silva, vistas por Jardim.
"Acho uma campanha suja", sustentou o líder madeirense, argumentando que qualquer cidadão tem direito de vender acções de que seja proprietário quando quiser.
"Estávamos numa altura alta da Bolsa, ele é um homem que sabe de Economia e Finanças, sabe ler a Bolsa melhor que qualquer um de nós, sabe fazer as suas previsões económicas e como qualquer cidadão quando chegou ao momento que entendeu que era bom vender, vendeu", disse."
BPP
Teresa Caeiro terá que pedir desculpas a Manuel Alegre. Não se pode falar, só por falar.
Não misturar alhos com bugalhos
Esta manhã, ouvido pela TSF, Manuel Alegre explicou a questão da alegada publicidade ao BPP. Ainda mais esclarecedores foram os depoimentos de Nuno Artur Silva (gravado) e de Pacheco Pereira (não gravado) também na TSF. Convém, portanto, reter os seguintes pontos:
1. Foi pedido, pela agência BBDO, a inúmeras figuras públicas que escrevessem um texto literário em que fosse abordada a sua relação com o dinheiro.2. Como fez questão de frisar Nuno Artur Silva, em nenhum momento foi transmitido pela agência em causa que os textos literários seriam usados em publicidade. O director das Produções Fictícias admitiu, entre outras hipóteses, que os textos fossem canalizados para um suplemento, com o patrocínio do BPP, de um jornal.3. Quando Manuel Alegre viu o seu texto aparecer, à semelhança dos textos de muitas outras figuras públicas, numa campanha de publicidade, exigiu à agência que o seu fosse retirado da campanha, o que aconteceu.4. Ainda assim, foi-lhe depois enviado um cheque de 1.500 euros para pagamento do texto que escrevera. Manuel Alegre devolveu de imediato o cheque.5. Sendo Manuel Alegre deputado, a Comissão de Ética da Assembleia da República não questionou nunca o comportamento de Manuel Alegre.Tudo está bem quando acaba bem.
Caixa Faialense - tantos "boys do PSD"
Muita gente gostaria que o caso BPN se esfumasse na indiferença geral, como aconteceu com a falência fraudulenta, ocorrida em 1986, da Caixa Económica Faialense, banco que roubou as poupanças dos clientes. Lembram-se? Em 1999 ainda o processo se arrastava no Tribunal Constitucional. Em 2004, Américo Duque Neto, o presidente da Faialense, foi condenado a cinco anos de prisão, reduzidos a dois por perdão judicial, bem como ao pagamento de 2,5 milhões de euros de indemnização a José Bairos Fernandes, emigrante açoriano no Canadá que perdeu todas as economias com a fraude. Uma reportagem da jornalista Isabel Horta, da SIC, dissecando o processo, trouxe à colação ministros dos governos Balsemão, como João Vaz Serra de Moura, ministro da Qualidade de Vida (VII gov), e Luís Morales, ministro do Trabalho (VIII gov), bem como vários notáveis do PSD. Outros tempos.
A fraude da Caixa Económica Faialense é exemplar. Em 1995, em Toronto, José Bairos Fernandes matou a tiro o gerente da agência da Faialense. Em França, outro emigrante suicidou-se. Os que vieram de França manifestar-se ao Terreiro do Paço, foram espancados pela polícia de choque, era Dias Loureiro ministro da Administração Interna de Cavaco (XII gov). Em visita oficial ao Canadá, Manuela Aguiar, secretária de Estado das Comunidades de Cavaco, recusou receber os emigrantes espoliados. Em 2004, o Supremo Tribunal Administrativo obrigou o Estado a pagar uma pensão mensal (vitalícia) de 1200 euros a José Bairos Fernades.
O colunismo filet mignon, que julga as malfeitorias à luz do pós-2005, podia ilustrar-se nos anos do cavaquismo. Sempre ganhava outra distância.
05 janeiro, 2011
Joao Ferreira do Amaral
"Os países do Sul da Europa não estão bem na zona euro. E a Alemanha está a defender na UE uma estratégia nacional"
Automóveis na crise
04 janeiro, 2011
Justiça
A bagunça que o processo Face Oculta tem demonstardo ser no interior da própria Justiça, vai continuar. Agora com outros intervenientes- arguidos e advogados.
Haverá ainda por aí alguem que acredite nesta nossa justiça?
"O procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro, cumpriu à letra as indicações do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha Nascimento, para destruir nos seus despachos sobre o caso Face Oculta - cuja instrução se inicia hoje, em Lisboa - as transcrições das conversas entre o primeiro-ministro, José Sócrates, e o ex-banqueiro Armando Vara. Pinto Monteiro não se limitou a rasurar ou a eliminar as passagens dessas conversas: as folhas dos autos foram retalhadas à tesoura nos sítios onde estavam registados os diálogos entre Sócrates e Vara. E foi com esses recortes que algumas folhas do processo chegaram à Comarca do Baixo Vouga e ao Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa."
Iva - mais 2,5%
Isso mesmo, lá pelas terras de Sua Magestade Isabel II.
Não têm o €uro, nem o FMI à perna, mas pelos vistos a Libra não tem ajudado muito.
Esperemos o que os nossos comentadores "politiqueiros" irão comentar.
"A subida para 20 por cento, que entra em vigor esta terça-feira no Reino Unido, segue a tendência geral europeia. O Governo britânico reconhece que a medida é “dura, mas necessária” – voltou hoje a dizê-lo –, e da oposição colheu reparos imediatos e a exigência de um pedido de desculpas aos britânicos."
O Sr. Alberto e o Sr. Silva
02 janeiro, 2011
José Niza escreve
Quando vamos ao sótão das memórias, às vezes acontecem surpresas gostosas.
Vou contar-vos duas.
Em 6 de Dezembro de 1982 redigi o texto de um telegrama-petição que foi enviado da Assembleia da República para o então Presidente do Brasil, General João Baptista Figueiredo.
O caso era o seguinte: o Sérgio Godinho – obviamente por motivos políticos, mas sob o pretexto de consumir maconha – estava há vinte dias preso, sem culpa formada, numa penitenciária do Rio de Janeiro.
Como os deputados também servem para estas coisas, redigi um texto muito diplomático e politicamente correcto, no qual, entre outras coisas, escrevi: "A injustificadamente prolongada prisão de Sérgio Godinho, de acordo com as notícias que nos chegam a Portugal, reveste-se de um conjunto de circunstâncias que nos levam a recorrer à alta intervenção de Vossa Excelência…
Mas também acrescentei: "Lamentamos manifestar a Vossa Excelência a nossa preocupação pelas eventuais consequências negativas que este caso poderá imprimir às relações entre os nossos Povos..."
Até aqui, nada de especialmente especial.
Mas o que é verdadeiramente impressionante é a lista e a qualidade dos deputados subscritores, de diversos partidos, que eu consegui reunir.
Vejam só alguns desses nomes: Almeida Santos, António Guterres, Manuel Alegre, António Arnaut, António Vitorino, Jorge Sampaio, Raul Rego, Marcelo Curto, Natália Correia, Nuno Rodigues dos Santos, Magalhães Mota, Teófilo Carvalho dos Santos, Helena Cidade Moura, José Manuel Mendes, Jorge Lemos, etc, etc.
Há semanas ofereci ao Sérgio Godinho uma cópia da petição com uma dedicatória onde escrevi: "No tempo em que ainda havia deputados…" E ele agradeceu. E concordou.
Nestas buscas de mil papéis com letras carcomidas pelas humidades do Inverno e pelos calores do Verão encontrei duas cartas do Zeca Afonso.
Uma delas é de Setembro de 1971 e o Zeca fala-me do disco que estava a preparar e que iria chamar-se Cantigas do Maio, o tal da Grândola e outras maravilhas. Finalmente ele tinha concordado com o que eu já há anos lhe dizia: que a encenação musical das canções tinha de ser enriquecida com outros instrumentos, com novas sonoridades, com novas concepções harmónicas e com arranjos mais elaborados. Para isso ele convidou o José Mário Branco, na altura exilado em França. Mas estava com medo. Com medo, porque não sabia o que o Zé Mário ia fazer e não queria romper com a simplicidade dos acompanhamentos anteriores. Et, pour cause, convidou-me para participar na gravação. Mas o que ele verdadeiramente tinha em vista dizia-mo na carta: "As tuas sugestões no que respeita aos trabalhos de estúdio
poderiam ser-nos úteis." Por outras palavras: "Se os gajos se espalharem tens de pôr ordem na casa." Mas não foi preciso. O trabalho do Zé Mário foi brilhante.
A outra carta é também de 1971 e foi-me enviada para Zau Évua, (*) no norte de Angola: eu estava numa guerra a sério e não propriamente a apanhar sol nas praias do Musssulo…
Dizia-me ele – no seu delírio lúcido – que ia cantar a Angola e a Moçambique e precisava que eu o acompanhasse à viola.
E então, era assim: "Se quiseres aparece, o que me daria uma enorme satisfação"… "Se tiveres possibilidade tomas um táxi aéreo ou segues de avião para Sá da Bandeira. Basta-te reservar bilhete e ou paga o exército ou o Rádio Clube de Huíla. Vê se te safas." E rematava: "Em Moçambique poderiam oferecer-te uma passagem, tocarias em Lourenço Marques e Beira! Que tal?" Como se vê, tudo fácil e nada mais simples: trocava a guerra pelas baladas e a tropa ainda me pagava as viagens! Ok chefe!
(*) O editor do Blog também esteve em Zau Évua, companheiro de José Niza no BCAC2877 de 1969(Julho) a 1971(Agosto)