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26 maio, 2010

O SOl, Saraiva, Felícia Cabrita e Ana paula Azevedo

Depois de tanta celeuma, ficou claro que os ditos jornais e jornalistas não podem fazer o que querem e quando querem.
Não haverá por agora tanta publicidade à decisão do Tribunal como quando da publicação das escutas, mas essa situação tambem já é um hábito.
O jornal e as jornalistas devem estar em boas condições económicas para proceder à liquidação das verbas com que foram condenados - 20.000 € para Saraiva e mais 10.000 € para cada uma das jornalistas.

"Tribunal proíbe Sol de publicar conversas de Rui Pedro Soares

O Tribunal Cível de Lisboa decidiu hoje manter a proibição de o jornal Sol publicar conversas em que o ex-administrador da PT Rui Pedro Soares tenha participado, apesar de o semanário já ter editado várias notícias sobre o caso desde fevereiro.
A decisão obriga ainda o diretor do Sol, José António Saraiva, a pagar uma indemnização de 10 mil euros pela violação das providências cautelares apresentadas em fevereiro por Rio Pedro Soares, enquanto as jornalistas Felícia Cabrita e Ana Paula Azevedo terão de pagar 5 mil euros cada uma.
O tribunal "mantém a proibição de os jornalistas editarem, em papel ou na internet, ou em qualquer outro meio, conversações ou comunicações telefónicas em que Rui Pedro Soares tenha participado", refere a sentença.
O documento refere também "a condenação dos jornalistas no pagamento duma indemnização pecuniária compulsória por cada violação dessas providências cautelares, no valor de 10 mil euros para José António Saraiva e de 5 mil euros para Ana Paula Azevedo e Felícia Cabrita". " (Diário Digital)

09 fevereiro, 2010

Maria Flor Pedroso

Apenas um pormenor.
A entrevistadora do Professor Marcelo,  passou como pivot num programa com alguns jornalistas numa TV.
A maneira e modo como se encontrava vestida e maquilhada, em nada teve a ver em comparação como se apresenta nas noites de Domingo - muito cinzenta no trato, pouco maquilhada e muito escura de vestimenta ao contrário de como se apresentou nesse programa.
Será para não ofosvcar o Professor?

28 novembro, 2009

DUBAI - Portugal será assim?

Qualquer português, mesmo "burro" comprende que Portugal não é, nem poderá nunca ser o Dubai.
Convem não exagerar

"O que se passa no Dubai é um exemplo do que pode acontecer a uma economia como Portugal. Não é brincadeira. A dívida dos Emirados atingiu 103% da riqueza gerada e a economia, por lá, está sustentada nos serviços - valem 74% do PIB. É aí que estão os incríveis hotéis de sete estrelas, as ilhas em forma de palmeiras ou a pista de esqui em pleno deserto. É também por isso que o país declara agora precisar de mais tempo para pagar a sua dívida.

Portugal, como se sabe, tem uma dívida próxima dos 90%. A economia, conhece-se também, vive dos serviços: valem 70% do PIB. Tudo o que produz é, em geral, para consumo interno - de quem vive ou de quem vem de fora. Não há - já se disse - os chamados bens transaccionáveis (esses produtos apetecíveis noutros mercados). A indústria, por isso memo, é residual. "  (IONLINE)

18 outubro, 2009

Prós e Contras

Porque esta crónica merece ser lida até à útima sílaba, aqui vai ela:

No Prós-e-Contras, excelente programa de Fátima Campos Ferreira, pouco faltou para que os jornalistas participantes se engalfinhassem. Foi na segunda-feira. Quem apaziguou os ânimos e tentou inverter o sentido da zaragata para aspectos mais positivos, foi Paquete de Oliveira, provedor do leitor da RTP, que qualificou a triste chicana de "lavar de roupa suja." Paquete é um homem sério, sábio e sensato. Dois dos jornalistas presentes (neste caso são dois, mas há muitos outros) não me merecem a mínima consideração nem o mais escasso respeito. Não há memória de qualquer deles ter escrito uma grande reportagem, um artigo assinalável pela pedagogia e pelo estilo, uma crónica definitiva, uma entrevista para figurar no armorial do ofício. São dois zelosos burocratas medíocres, que os acasos do descaso fizeram trepar a postos importantes em dois jornais.

O jornalismo desportivo, durante o fascismo, salvou a honra de uma Imprensa amordaçada. Como a Censura era muito mais branda, os redactores serviram-se, inúmeras vezes, dos relatos que faziam para, através de metáforas e de analogias, criticar o regime. E, como viajavam por todo o mundo, à margem do trabalho de agenda escreviam brilhantes peças jornalísticas sobre as características sociais e políticas, os povos e os hábitos dos países visitados.
Quero, também, assinalar que fui um dos doze jornalistas que assinaram um documento, exigindo a sindicalização dos camaradas desportivos. Esta exigência de ordem profissional e moral era tenazmente contrariada por gente dos "diários", a maioria deles sem a grandeza daqueles que desdenhavam. Ouvi, na segunda-feira, com surpresa e nojo, designarem-se, uns e outros, por "colegas." Quando entrei nos jornais ensinaram-se o seguinte: "Jornalistas são camaradas e tratam-se sempre por tu. Colegas são as putas." Ficou-me para sempre. [JornalNegóciosOnLine]




Durante a desagradável refrega, um dos preopinantes, para apoucar um terceiro, bolçou, depreciativo e grotescamente impante, que este último procedia do jornalismo desportivo.
Afirmação lacrada por atroz ignorância. Vou tentar ser didáctico. Do jornalismo desportivo foram alguns dos maiores nomes da Imprensa portuguesa de sempre. Lembremos o exemplo clássico de "A Bola", semanário (hoje diário) fundado por Cândido de Oliveira, um dos vértices do "triângulo de oiro" constituído por Tavares da Silva e por Ricardo Ornellas. Três homens de grande cultura, de aparo afiado e de vocabulário riquíssimo. Tavares da Silva foi o fabuloso criador de algumas das grandes metáforas do jornalismo. Ornellas, com quem trabalhei, no "Diário Popular", discreteava, com supremo à-vontade, tanto sobre Camilo, Vieira, Eça, Fialho, como acerca dos problemas delicados do futebol. Os três escreviam num idioma de lei.
N'"A Bola" foram redactores pessoas da estirpe de Carlos Pinhão, Vítor Santos, Aurélio Márcio, Carlos Miranda, Homero Serpa, Alfredo Farinha. Qualquer um de estes publicou textos magníficos. E qualquer um de os preopinantes aludidos não chega aos calcanhares daqueles que um deles depreciou. Ainda hoje, o grande diário mantém a tradição, com redactores como Santos Neves, Vítor Serpa, Cruz dos Santos, outros de igual gabarito.
Conheci, pessoalmente, a maior parte destes grandes jornalistas, agora, por decorrência de raciocínio, minimizados por um pobre tipo. E, a talhe de foice, lembro que o primeiro chefe de Redacção de "A Bola" foi Augusto Valdez, um homem a quem os homens de bem se sentiam orgulhosos em apertar a mão. Valdez, tal como Cândido de Oliveira, estivera preso no Tarrafal.
Valdez, comunista, e Cândido, antifascista activo, estabeleceram naquele campo de concentração, uma amizade que se prolongou pela vida fora. Sem emprego, Valdez foi convidado por Cândido para chefiar a Redacção do novo semanário. Pouco ou nada sabia da profissão. Isso, porém, era secundário, e Cândido ministrou-lhe os ensinamentos primordiais.
Foi, também, n'"A Bola", que Cândido de Oliveira criou uma secção… de literaturas, artes e afins. Era um roda-pé, na última página, intitulado "Cartas a um Jovem Desportista que se Interessa pela Cultura" e levava a prestigiada assinatura do maior crítico e ensaísta literário do século XX: João Gaspar Simões. Muitos anos depois, e por insistente sugestão de Carlos Pinhão, conhecidos escritores e jornalistas colaboraram no prestigiadíssimo jornal.
Mas outros grandes jornalistas houve, no desportivo. Nomeio Raul de Oliveira, Frederico Cunha, Alves Teixeira, Couto Santos. Sem nunca esquecer o grande Neves de Sousa. Um parágrafo de qualquer destes vale, ainda hoje, mais, do que as escorrências que os dois aludidos preopinantes têm feito publicar. Notoriamente, ambos ignoravam estas etapas da Imprensa portuguesa.

17 agosto, 2009

Jornalistas da treta

JORNALISTAS?

Andam por aí, vagueando ou vagabundeando com os seus escritos, uns malabaristas da escrita, mal enquadrados no tempo e no espaço em que vivemos, e que, com o beneplácito dos directores de alguns jornais, vão vomitando alguns resíduos do seu conspurcado inteleco para as páginas de alguns jornais.

O exemplo que abaixo se transcreve é um dos mais rigorosos exemplos de como a falácia e a mentira é colocada como escrita nas páginas de um qualquer pasquim que se acobarda ou movido por inconfessos interesses promove ou deixa que tal aconteça.

A desonstidade intelectual, transvasa todo o artigo, procurando atraves da mentira e da falácia, colocar no espirito dos leitores mentiras por quem tem medo e oculta a verdade.

Quem se intitula de jornalista, ao abrigo das mais elementares regras da ética deontológica e do rigor que deve observar no exercício da sua profissão, não poderia nunca ter escrito o que escreveu.

Quem ler as declarações do primeiro ministro, saberá que grande parte do que aqui está escrito não se aproxima minimamente da verdade, melhor, fica longe e deturpa profundamente a verdade.

Porque razão toma como boas e verdadeiras as declarações de Merkel e como “banha da cobra” as declarações de Sócrates?

Sócrates nunca, em momento nenhum, nas explanação das suas ideias, proferiu as palavras e as ideias que o “jornalista” quiz interpretar. Basta ler, mesmo em leitura soletrada por um qualquer analfabeto as suas palavras para ficara a saber que o que se pretendeu, com esta prosa infame e indecorosa dizer, foi denegrir a imagem do Primeiro Ministro.

Por último, quem publica testos deste teor, não pode esconder que se identifica com eles. Vindo e sendo quem são, muito mal vai esta democracia.

Não nos devemos deixar cair na tentação de aceitar como bons todos os escritos e ideias que nos apresentam.

Longe de nós, este tipo de “pecadores”, capazes de vender a “alma ao diabo”.

Na Alemanha tambem haverá este tipo de "jornalismo"?

Vendilhões do templo.

Amen!!!

Estado do Sítio


A chanceler alemã Angela Merkel vai ter eleições em Setembro. Tal e qual como cá. E, naturalmente, quer manter-se no poder. Apesar disso, é uma senhora que não cede à demagogia e à mentira e sabe que os seus cidadãos não são parvos nenhuns.
A Alemanha, como outros países, foi apanhada em cheio pela crise financeira e económica e está a sentir na pele os efeitos. Por estes dias a senhora Merkel foi confrontada com uma ligeira recuperação do PIB alemão no segundo trimestre, isto é, 0,3% em relação aos primeiros três meses do ano. E a chanceler alemã foi muito clara ao dizer que seria pouco sério antecipar o fim da crise ou prever o que se irá passar na economia e no mercado de trabalho nos próximos tempos. Declarações responsáveis, serenas, sérias de uma senhora que vai ter eleições em Setembro e que, naturalmente, as quer ganhar.
Por cá, como se sabe, não há nada disto. Por cá, como se sabe, a mentira, a irresponsabilidade e a falta de seriedade andam de mãos dadas indiferentes à crise e ao sofrimento de muitos milhares de indígenas deste sítio pobre, manhoso, triste, cheio de larápios, repleto de mentirosos e, obviamente, cada vez mais mal frequentado. A política de banha da cobra feita por medíocres continua a ser o pão-nosso de cada dia. O senhor presidente do Conselho esteve dez dias em Menorca a gozar umas mais do que merecidas férias. Infelizmente decidiu interromper as ditas com um artigo de opinião sobre uma escolha qualquer.
Infelizmente o senhor presidente do Conselho não fez a escolha decisiva e decidiu regressar com os mesmos tiques, as mesmas palavras, as mesmas mentiras, a mesma demagogia. Eufórico, com um sorriso patético, veio gabar-se das suas políticas quando o Instituto Nacional de Estatística anunciou um crescimento de 0,3% do PIB no segundo trimestre. Para o senhor presidente do Conselho essa ligeira recuperação mostra que o seu Governo está no rumo certo e proclamou de imediato o princípio do fim da crise.
No dia seguinte, a mesma instituição revelou que o desemprego tinha subido para 9,1% e que mais de 507 mil pessoas estavam sem trabalho, o pior desempenho dos últimos 30 anos. É claro que o senhor presidente do Conselho, desta feita, culpou a crise internacional pelo desastre. Estes dois comportamentos são obviamente muito reveladores. A Alemanha é dirigida por uma senhora séria e responsável e este sítio é, como se vê, governado por um vendedor de banha da cobra.

António Ribeiro Ferreira, Jornalista

16 julho, 2009

Público - despede

Despedimentos no “Público”

«A ameaça de despedimento colectivo paira sobre o "Público". Os trabalhadores receberam ontem propostas individuais para a redução salarial.

Se 90% não concordar, a redução de profissionais é o cenário mais provável.

O ultimato começou por ser até final do dia, mas a Administração acabou por estender o prazo até às 12 horas de sexta-feira para que os mais de 200 trabalhadores, abrangidos por esta medida, decidam se aceitam a negociação individual.

Muitos estão de férias, e seria pouco provável que conseguissem enviar uma resposta em tempo útil.

12 junho, 2009

O Publico

José Manuel Fernandes, um dos maiores e mais persistente activista contra tudo e todos os que se relacionem com o Governo e o PS.
Um dos melhores exemplos da independência jornalistica deste país.
Quem será o seu Patrão?

O "BANCO DO PSD"
(RESPOSTA A JOSÉ MANUEL FERNANDES)
«O pacto de silêncio não existiria se as pessoas implicadas tivessem outra condição social ou outra conotação partidária
O director do PÚBLICO, José Manuel Fernandes, resolveu dedicar-me um acrimonioso editorial, aliás politicamente militante, a pretexto da exigência pública que fiz ao PSD para tomar posição sobre a responsabilidade de conhecidos militantes seus na ruinosa gestão do Banco Português de Negócios (BPN), que tantos danos causou ao país. Segundo o autor, eu teria aberto a "caixa de Pandora do populismo". A crítica é, porém, infundada, misturando alhos com bugalhos, sendo por isso injustificada a acusação que me é feita.
Deixando de lado o wishfull thinking sobre as possíveis consequências eleitorais negativas do meu desafio à liderança do PSD - o que não me apoquenta -, a verdade é que todo o raciocínio assenta numa deliberada confusão sobre o que está em causa. Com efeito, não imputei ao PSD a responsabilidade do "caso BPN", nem sequer lhe pedi contas sobre ele. Sei bem que nenhum partido pode ser politicamente responsabilizado pela má conduta profissional ou empresarial de militantes seus, salvo quando no exercício ou a coberto de cargos partidários, o que não foi o caso. O que eu disse, e mantenho, é que, tendo em conta a responsabilidade directa de conhecidas figuras gradas do PSD na gestão do BPN e da entidade que o detinha (a SLN), incluindo antigos dirigentes e membros do Governo, o PSD devia emitir a sua opinião política sobre a questão, condená-la e demarcar-se dela, incluindo a censura daqueles. Há silêncios que comprometem. Se se mantiver silencioso, como é que vai poder elidir a alcunha popular do BPN como "o banco do PSD"?
Se os partidos políticos não podem ser responsabilizados pela censurável conduta extrapartidária dos seus militantes, já é exigível que se distanciem dela quando seja especialmente lesiva dos interesses públicos e comprometa politicamente o partido. Desde logo, para defender o seu bom-nome e a sua dignidade institucional. No caso concreto, aliás, como é que o PSD pode manter-se silencioso, quando um dos referidos responsáveis na história do BPN/SLN se sentiu obrigado a renunciar ao cargo de membro do Conselho de Estado, para não continuar a lesar a imagem desse órgão e a embaraçar o Presidente da República? O que comprometia o Conselho de Estado não compromete também o partido de que ele foi dirigente e ministro e de que continua a ser militante eminente? Quantos militantes do PSD se sentem confortáveis com a companhia política dos protagonistas do BPN/SLN?
A gravidade do caso BPN não resulta propriamente das notórias prevaricações financeiras cometidas pela gestão do banco, cujo presidente foi entretanto indiciado por ilícitos criminais e submetido a prisão preventiva. O que é grave é que, independentemente dos ilícitos cometidos e do grau de culpa, a referida gestão provocou prejuízos de tal monta que não se tornam menos graves mesmo que tenham resultado somente de incompetência crassa ou de imprevidência grosseira. Para as centenas de milhares de depositantes que ficariam sem o seu dinheiro se o Estado não tivesse tomado conta do banco, com a sua nacionalização, é indiferente saber se houve responsabilidade penal ou contra-ordenacional. E o mesmo sucede com os contribuintes que vão ter de pagar com os seus impostos os muitos milhões do "buraco" financeiro do banco!
Importa evidentemente recordar que a nacionalização se impôs como resposta para salvar os depósitos em risco, face à ausência de liquidez que o banco revelava e a iminência de uma situação de ruptura de pagamentos que ameaçava não somente o dinheiro dos muitos milhares de depositantes, mas também a própria estabilidade do sistema financeiro nacional num momento particularmente perigoso, que coincidiu com o desencadear da crise financeira global.
Para continuar na sua comprometedora atitude de silêncio sobre a responsabilidade dos seus ex-dirigentes e ex-governantes, o PSD armou-se em vítima de uma acusação infundada, que ninguém lhe fez, tendo para isso contado com a ajuda de muitos defensores oficiais e oficiosos. Mas, para além do desprestígio causado à banca e ao sistema financeiro nacional a nível interno e externo, as vítimas do caso BPN são justamente os contribuintes portugueses que vão ter de suportar com os seus impostos as ruinosas aventuras dos aprendizes de banqueiro "laranjas". É a essas vítimas que o PSD deve uma satisfação, sob a forma de condenação política e de retirada de confiança política dos seus militantes, tanto mais que foi a condição de ex-governantes e de figuras eminentes do partido que lhes proporcionou as condições para montar a operação financeira do SLN/BPN. Como o teriam conseguido, se não fosse esse currículo político?
Uma das mais extravagantes acusações de que fui alvo, por ter levantado publicamente esta questão, consiste em dizer que eu violei uma espécie de pacto interpartidário e mediático de silêncio sobre o assunto. Não tenho nenhuma razão para verificar a existência de tal conspiração de silêncio, expressa ou implícita, embora seja notória, e não precisar de demonstração, a complacência da generalidade dos media sobre a condição partidária dos principais responsáveis pelo escândalo do BPN. Do que não tenho, porém, dúvidas é que tal pacto de silêncio não existiria seguramente, ou não seria respeitado, se as pessoas implicadas tivessem outra condição social ou uma diferente conotação partidária. Como disse noutro lugar a este propósito, gente grada da direita é outra coisa...
Já agora, e repetindo o que disse noutro lugar há alguns meses, também me surpreende a falta de tomada de posição institucional ou individual dos nossos banqueiros tradicionais sobre os escândalos do BPN e do BPP (para não citar outros casos...), que põem em causa a ética e a deontologia do sector. Desde os alvores do capitalismo moderno que a actividade bancária foi caracterizada por exigentes princípios de ética profissional, até por lidar com dinheiros alheios e se basear na confiança dos clientes e dos pares. Não se compreende que os banqueiros que prezam a deontologia própria da actividade e o bom-nome da profissão se mantenham silenciosos perante tão flagrantes violações dos mais elementares requisitos de responsabilidade profissional por parte do arrivismo lampeiro de ex-políticos à procura de enriquecimento fácil e de subida rápida na escala do prestígio social. Ai das profissões que não cuidam do seu bom-nome e da sua reputação!
Seja como for, não me conformo com tabus nem com pactos de silêncio nestas matérias, quando lesam valores patrimoniais e interesses públicos com a importância deste caso. Para além de não ter as inibições próprias da filiação partidária, tenho no meu currículo muitos anos de denúncia e de combate aos interesses instalados, económicos e políticos, e aos acordos implícitos de não hostilidade que eles estabelecem entre si ou com os partidos políticos. Não vou mudar de atitude. Professor universitário.»
[Público assinantes] «Vital Moreira»