Ilha dos Amores (Camões) marca nova fase de fruição.
Olhando o Rio Tejo em pano de fundo, ainda mais inspiradora se torna a Ilha dos Amores descrita no Canto IX de “Os Lusíadas”. Com 14 misteriodas ninfas espalhadas por um quadro natural de que fazem parte elementos botânicos mencionados naquela obra maior, mais a gruta onde Camões escreveu parte da mesma, um lago e uma fonte com repuxo musicado e colorido, este será o principal espaço atractivo da nova área do Parque dos Poetas que vai ser inaugurada no dia 16 de Fevereiro. Trata-se da zona B da 2.ª fase, que prossegue a homenagem à Poesia iniciada na 1.ª fase, desta feita enaltecendo 13 vultos literários, desde os Trovadores à Renascença.
Ao longo de cerca de sete hectares, situados na extremidade sul do parque (concretamente, entre a Rua Carlos Vieira Ramos e o viaduto do Espargal), o novo trilho poético conta com 13 conjuntos escultóricos – um por cada autor, os quais orçaram em 1 764 mil euros.
Devido ao papel primordial da sua obra, o criador de “Os Lusíadas” mereceu tratamento diferenciado neste particular, alcançando um total de 15 peças (as 14 ninfas e, ainda, um busto do poeta) e um custo de 850 mil euros. O conceito geral mantém-se, com as folhas gigantes a acolherem poemas e esculturas de cada homenageado.
A empreitada, que inclui um parque infantil, custou cerca de 7 milhões de euros. Menos de metade, ainda assim, do que custará a zona A da mesma 2.ª fase, a qual se estende entre a Rua São Salvador da Baía (onde terminou a 1.ª fase) e a já referida Rua Carlos Vieira Ramos. No entanto, o troço que falta tem os seus trabalhos atrasados e o limite apontado pela autarquia para a sua conclusão – cujo prazo era Abril – é, agora, o final de 2013.
“A zona que agora vai ser inaugurada é uma área mais verde, mais de arranjo paisagístico, onde a construção maior acaba por ser apenas a gruta de Camões e a Ilha dos Amores, enquanto a zona A, embora tenha sensivelmente a mesma área, tem uma série de equipamentos de maior envergadura, desde logo o Templo da Poesia, mas também o Labirinto dos Poetas, um parque de estacionamento, além de 27 conjuntos escultóricos…”, esclareceu ao JR-Oeiras Madalena Castro, vereadora das Obras Municipais e dos Espaços Verdes.
A estatuária da 2.ª fase (40 obras em 15 hectares) custou ao município quatro milhões de euros (ao 1,7 milhões de euros da zona B juntam-se os 2,3 milhões da zona A, por concluir). Recorde-se que a 1.ª fase, com 10 hectares e inaugurada em meados de 2003, acrescenta mais 20 obras a este acervo (e uma despesa de um milhão de euros), todas elas da autoria de Francisco Simões, o mesmo artista responsável pela homenagem escultórica a Camões (orçada em 850 mil euros) que está prestes a ser revelada ao público…
Em passeio pela área em questão, a vereadora lembrou, em jeito de contraponto ao peso financeiro, a sustentabilidade hídrica do projecto, já que o mecanismo de rega e de abastecimento ao lago da Ilha dos Amores usa os vastos lençóis freáticos do subsolo. E, no mesmo sentido, elencou os cortes entretanto aprovados pela autarquia no programa de obras e que permitiram reduzir a factura em quase cinco milhões de euros (ver caixa).
Mantendo o conceito de Alameda dos Poetas que vem da 1.ª fase, tanto a zona A como a zona B da 2.ª fase desenvolvem-se num terreno irregular ao longo de uma encosta (o chamado morro do puxa feixe) que permite desfrutar de uma excelente vista panorâmica, sobretudo para a foz do Tejo.
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