Que belo "poema" sobre este vendedor de ilusões e escritor de novelas.
"Saiu como entrou, de mansinho e com patinhas de veludo, promessas vãs, poucas realizações e assustadora despesa. Para a candidatura, vão lá sete anos, reuniu-se de fiéis correligionários que o apresentaram às forças vivas, num rodopio pela geografia concelhia. Prometeu libertar-nos, apesar de por aqui terem já passado D. Afonso Henriques, vivido Passos Manuel e Salgueiro Maia nos ter legado um Abril de liberdade, que teimam em trair; mandou edificar dois pórticos, derrubou arvoredo secular, tornou irreconhecível as Portas do Sol, rasgou uma via estruturante onde dificilmente cabem duas carroças a par, e reforçou-nos a liberdade num terreiro: Jardim da Liberdade. Organizou uma Fundação, também da liberdade, que a muito custo reconhecemos a utilidade para a cidade e para a região. Das promessas eleitorais, esqueceu a casa mortuária, a organização do trânsito, a praia da Ribeira de Santarém e a via que a ligaria a Valada, “para nos aproximarmos do Tejo”. De um défice de quase 50 milhões de euros que o PS deixara, conseguiu num mandato e meio ultrapassar os 120 milhões, sem contabilizarmos os milhões a pagar pela aquisição do Presídio e EPC, cuja carência de três anos acrescentará mais dívida a quem se seguir. A promessa de pagar as dívidas em “cem dias” só pecou no erro de escrita, porque o correto foi “sem dias” certos para a sua liquidação. Assim, sim, a promessa cumprir-se-ia! Incondicional receita para qualquer cidade, o estacionamento pago, entregou-se de bandeja a um privado. Amigos que o ajudaram a alcançar o poder local, alguns dos tais correligionários, levaram no traseiro pontapés certeiros, e foram proscritos: Eurico Saramago, Mário Santos, Ramiro Matos, Carlos Coutinho, que me lembre. Finalmente, o discurso do adeus de Moita Flores é algo em que só ele acredita, se é que acredita; e quanto a deixar Santarém no mapa, só se for no mapa dos municípios que maior calote apresentam. Ao dizer adeus ao verde da lezíria deixou-nos um barrete, por hipotética troca pela canasta do Mar da Palha, onde o mesmíssimo Tejo roça Oeiras."
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