O suposto estudo é mais do que tendencioso e até parece ter sido encomendado... Simplesmente MENTE! Fui trabalhar com 13 anos de idade, em 1956. Bom aluno no Ensino Primário, estudar era o que gostaria de continuar a fazer, mas as circunstâncias da vida (de miséria) em que vivia impediram-me de o fazer. Mais tarde, como militar, fui parar ao então ultramar. Quando regressei, em 1968, com outra visão do mundo e com reforçada vontade de andar para a frente, agarrei-me aos livros, em horário pós-laboral. Fiz o liceu, depois a faculdade. Licenciei-me e mais tarde tirei mestrado. Tanto sacrifício, meu Deus! Trabalhar, chefe de família e estudante fora de horas. Os últimos 16 anos da minha actividade profissional foi como professor (do ensino não superior). Modéstia à parte, um bom professor, integrado nos quadros de nomeação definitiva. Muitos dos meus alunos encontran-se, hoje, ocupando altos cargos, quer em Portugal quer em várias partes do mundo: professores, investigadores, diplomatas, médicos,músicos, escritores e poetas, que de quando em quando me enviam aquele abraço que me vai dando o alento de que a minha idade já precisa, e me faz acreditar que valeu a pena tanto sacrifício. Quando me aposentei, com 16 anos de docência, ganhava menos do que arquitectos, engenheiros, médicos, gestores, assessores, técnicos superiores de várias áreas, com igual ou menos tempo de serviço do que eu, e até de vendedores, de encarregados de obras com apenas o ensino primário, de inspectores, de electricistas e de muita outra gente que nada fazia nem faz neste país. Afinal, quem ganha muito? Os professores? Os tais que têm muitas férias e poucas horas de trabalho? Pois é. Mas também nesse domínio cheguei a contabilizar o tempo em que operava. E às vezes eram meses a mais, por ano, do que qualquer outro trabalhador. Niguém fale do que não sabe. Sobretudo que não sabe o que é a nobreza e a responsabilidade de ajudar a fazer cidadãos de corpo inteiro, como é a da profissão de professor. Sérgio O. Sá
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O suposto estudo é mais do que tendencioso e até parece ter sido encomendado... Simplesmente MENTE!
Fui trabalhar com 13 anos de idade, em 1956. Bom aluno no Ensino Primário, estudar era o que gostaria de continuar a fazer, mas as circunstâncias da vida (de miséria) em que vivia impediram-me de o fazer. Mais tarde, como militar, fui parar ao então ultramar. Quando regressei, em 1968, com outra visão do mundo e com reforçada vontade de andar para a frente, agarrei-me aos livros, em horário pós-laboral. Fiz o liceu, depois a faculdade. Licenciei-me e mais tarde tirei mestrado. Tanto sacrifício, meu Deus! Trabalhar, chefe de família e estudante fora de horas. Os últimos 16 anos da minha actividade profissional foi como professor (do ensino não superior). Modéstia à parte, um bom professor, integrado nos quadros de nomeação definitiva. Muitos dos meus alunos encontran-se, hoje, ocupando altos cargos, quer em Portugal quer em várias partes do mundo: professores, investigadores, diplomatas, médicos,músicos, escritores e poetas, que de quando em quando me enviam aquele abraço que me vai dando o alento de que a minha idade já precisa, e me faz acreditar que valeu a pena tanto sacrifício.
Quando me aposentei, com 16 anos de docência, ganhava menos do que arquitectos, engenheiros, médicos, gestores, assessores, técnicos superiores de várias áreas, com igual ou menos tempo de serviço do que eu, e até de vendedores, de encarregados de obras com apenas o ensino primário, de inspectores, de electricistas e de muita outra gente que nada fazia nem faz neste país.
Afinal, quem ganha muito? Os professores? Os tais que têm muitas férias e poucas horas de trabalho? Pois é. Mas também nesse domínio cheguei a contabilizar o tempo em que operava. E às vezes eram meses a mais, por ano, do que qualquer outro trabalhador.
Niguém fale do que não sabe. Sobretudo que não sabe o que é a nobreza e a responsabilidade de ajudar a fazer cidadãos de corpo inteiro, como é a da profissão de professor.
Sérgio O. Sá
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