15 maio, 2010

Pensões, pensionista e pensionados

O que deram ao país?


Num país onde parece que tudo gira em torno de uma conta de deve e haver em torno dos impostos que se pagam e dos subsídios e borlas que se recebem, começa a ser tempo de questionar os portugueses e, em particular, as elites sobre o que deram ao país.
Por exemplo, o que terão dado ao país alguns dos ministros das Finanças que foram recebidos pelo Presidente da República? Sabemos que receberam cursos gratuitos, que alguns receberam bolsas para se doutorarem no estrangeiro, que coleccionam pensões abusivas, avenças e honorários de comentadores televisivos, isto é, recebem muito e tanto quanto parece deram muito pouco.
O que deram os magistrados ao país? Estudaram à borla, estiveram no Centro de Estudos Judiciários quase à borla, arranjaram emprego certo, ganham muito acima da maioria dos portugueses, recebem mordomias diversas, até tinham mais férias que os alunos da escola primária, mas a nossa justiça é uma desgraça, é quase uma anedota chamar justiça ao que se passa nos nossos tribunais. Ultimamente ultrapassaram mesmo os limites, decidiram intervir na política e fazerem golpes de estado com canhoneiras processuais.
Poderia enumerar quase todas as classes privilegiadas do país, grupos corporativos, ou opinion makers e lançar-lhes a mesma questão, o que têm dado ao país? Pouco, muitos deles nada e uma boa parte até só têm dado prejuízo. Uma boa parte das nossas elites enriquece com o subdesenvolvimento do país, seguem à risca a regra segundo a qual em terra de cegos quem tem olho é rei.
Começa a ser tempo de os portugueses começarem a identificar quem neste país está empenhado no seu desenvolvimento de quem em nome de falsas preocupações com o desenvolvimento está a enriquecer à custa do país, mesmo que esse enriquecimento fácil o esteja a destruir. ( O Jumento)

1 comentário:

Anónimo disse...

Transcrevendo o final do penúltimo parágrafo, «na terra dos cegos quem tem um olho é rei», reitero o significado explícito de tal aforismo.
Mas o mais grave reside no facto de os cegos gostarem de o ser. Por isso, que não se queixem. Pena é que os que vêem bem sofram pela tacanhez que grassa nesta terra.
CIDADÃO ATENTO