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19 setembro, 2009

Jose Niza - Manuela Moura Guedes


Aqui o vemos no almoço do ano passado

José Niza, foi companheiro de guerra do editor deste blog, durante 2 anos, entre 1969 e 1971 no norte de Angola


Com a devida vénia e com um grande abraço, pois a 04 de Outubro lá nos encontraremos, como habitualmente em mais uma almoços convívio da "rapaziada" do BCAC2977





TVI - A Minha Leitura (José Niza)
Fui director de programas da RTP e depois seu administrador. E garanto-vos que, se alguma vez algum apresentador ou jornalista desse uma entrevista a chamar-me "estúpido", a primeira coisa que aconteceria seria o cancelamento imediato do seu programa, independentemente de haver ou não eleições em curso.Por isso me parece incompreensível que, embora rios de tinta já se tenham escrito sobre o cancelamento do jornal nacional que Manuela Moura Guedes (MMG) apresentava na TVI, todos os analistas e comentadores tenham ignorado a explosiva e provocatória entrevista que MMG deu ao Diário de Notícias dias antes de a administração da TVI lhe ter acabado com o programa.
Em meu entender essa entrevista, realizada com antecedência para ser publicada no dia do regresso de MMG com o seu jornal nacional, foi a gota de água que precipitou a decisão da TVI. É que, o seu conteúdo, de tão explosivo e provocatório que era, começou a ser divulgado dias antes.

E se chegou ao meu conhecimento, mais cedo terá chegado à administração da TVI.

Nessa entrevista MMG chama "estúpidos" aos seus superiores. Aliás, as palavras "estúpidos" e "estupidez" aparecem várias vezes sempre que MMG se refere à administração.
É um documento que merece ser analisado, não somente do ângulo jornalístico, mas sobretudo do ponto de vista comportamental. É uma entrevista de uma pessoa claramente perturbada, convicta de que é a maior ("Eu sou a Manuela Moura Guedes"!) e que se sente perseguida por toda a gente. (Em psiquiatria esse tipo de fenómenos são conhecidos por "ideias delirantes", de grandeza ou de perseguição).
MMG diz-se perseguida pela administração da TVI; afirma que os accionistas da PRISA são "ignorantes"; considera-se "um alvo a abater"; acusa José Alberto de Carvalho, José Rodrigues dos Santos e Judite de Sousa de fazerem "fretes ao governo" e de serem "cobardes"; acusa o Sindicato dos Jornalistas de pessoas que "nunca fizeram a ponta de um corno na vida"; diz que o programa da RTP 2, Clube de Jornalistas, é uma "porcaria"; provoca a ERC (Entidade Reguladora da Comunicação Social); arrasa Miguel Sousa Tavares e Pacheco Pereira, etc.E quando o entrevistador lhe pergunta se um pivô de telejornal não deve ser "imparcial", "equidistante", "ponderado", ela responde: "Então metam lá uma boneca insuflável"!

Como é que a uma pessoa que assim "pensa" e assim se comporta, pode ser dado tempo de antena em qualquer televisão minimamente responsável?

Ao contrário do que alguns pretendem fazer crer - e como sublinhou Mário Soares - esta questão não tem nada a ver com liberdade de imprensa ou com a falta dela. Trata-se, simplesmente, de um acto e de uma imperativa decisão administrativa, e de bom senso democrático.

Como é que alguém, ou algum programa, a coberto da liberdade de imprensa, pode impunemente acusar, sem provas, pessoas inocentes? É que a liberdade de imprensa não é um valor absoluto, tem os seus limites, implica também responsabilidades. E quando se pisa esse risco, está tudo caldeirado. Há, no entanto, uma coisa que falta: uma explicação totalmente clara e convincente por parte da administração da TVI, que ainda não foi dada.Vale também a pena considerar os posicionamentos político-partidários de MMG e do seu marido.J. E. Moniz tem, desde Mário Soares, um ódio visceral ao PS.
Sei do que falo.
MMG foi deputada do CDS na AR. Até aqui, nada de especialmente especial. O que já não está bem - e é criminoso - é que ambos se sirvam de um telejornal para impunemente acusarem pessoas inocentes, sem quaisquer provas, instilando insinuações e induzindo suspeições. Ainda mais reles é o miserável aproveitamento partidário que, a começar no PSD e em M. F. Leite, e a acabar em Louçã e no BE, está a ser feito. Estes líderes políticos, tal como Paulo Portas e Jerónimo de Sousa, sabem muito bem, que nem Sócrates nem o governo tiveram qualquer influência no caso TVI.

Eles sabem isto.
Mas Salazar dizia: "O que parece, é"!
E eles aprenderam.

- 1984. Eu era, então, administrador da RTP.

Um dia a minha secretária disse-me que uma das apresentadoras tinha urgência em falar comigo: - "Venho pedir-lhe se me deixa ir para a informação, quero ser jornalista"! Perguntei-lhe se tinha algum curso de jornalismo. Não tinha. Perguntei-lhe se, ao menos, tinha alguma experiência jornalística, num jornal, numa rádio... Não tinha. "O que eu quero é ser jornalista"! Percebi que estava perante uma pessoa tão determinada quanto ignorante. E disse-lhe: "Vá falar com o director de informação; se ele a aceitar, eu passo-lhe a guia de marcha e deixo-a ir".
A magricelas conseguiu.

Dias depois, na primeira entrevista que fez - no caso, ao presidente do Sporting, João Rocha - a peixeirada foi tão grande que ficou de castigo e sem microfone uma data de tempo.
P.S. A jovem apresentadora chamava-se Manuela Moura Guedes. E se eu soubesse o que sei hoje...

03 setembro, 2009

TVI - Informação

Para a maioria dos portugueses pensantes, a demisão desta triste senhora, seria algo já esperado.
Na TVI estava a acontecer, mas ninguem pensa que seria possível uma actuação semelhante na estação de Pinto Balsemão, por mais vantagens politicas que lhes pudesse advir.
Tal actuação só foi possível com a aquiscência e, especialmente com o patrocínio de Jose Eduardo Moniz.
A TVI transformou-se num vasculho de lama sobre a vida de José Socrates, como pessoa e como político.
MMG deveria sentir um espamo erótico por cada vez que trazia à pantalha da TVI notícias, cuidadosamente escolhidas no tempo e no modo.
É claro que há por aí muito potuguês que só se revê na desgraça alheia.
Como se este fosse o caso.
O exagero e a persistência com que trabalhava as notícias, que na maioria dos casos, passavam a ser mais opiniões de MMG, passaram a começar a enojar muita gente séria e honesta.
Por muito que esta linha editorial desse gozo e servisse interesses e conjurações politícas bem indiciadas, não começava a defender os interesses daqueles que lhes pagam os principescos salários no sentido de que eventualmente já se deveria estar a começar a sentir quebras de audiência.
Vai daí, os deuses com pés de barro, caem do pedestral mais depressa do que eles nunca pensaram.
Os patrões contabilizam os prós e contras e as mais valias do retorno.
Assim foi.

Vasco Polido Valente

Vasco Polido Valente

Já não vamos voltar a ver este cavalheiro a gaguejar continuamente, parecendo que está com um valente “pifo”.

Com centenas de “palradores” que proliferam pelos media, mais um, menos um, que diferença faz?

“Qualquer que seja o argumento invocado pela administração para suspender o Jornal Nacional de sexta-feira, este é um acto que não se pode praticar a um mês de eleições. Não se pode fazer uma coisa destas”, defendeu Pulido Valente. “Por isso, na sequência desta suspensão, entendi que não fazia sentido continuar”, defendeu.