Há cerca de um ano, Noronha do Nascimento, presidente do Supremo Tribunal
de Justiça, que hoje está perto de deixar de exercer as suas actuais funções, deu uma entrevista, onde manifestou a sua opinião sobre o interesse das
escutas a Sócrates.
Sábado, noutra entrevista ao Expresso, o presidente do
STJ volta a ser questionado sobre a mesma questão. Eis uma passagem da conversa:
‘A 22 ou 23 de julho de 2009 recebi uma chamada do procurador-geral (Pinto
Monteiro) a dizer que tinha de ir a Lisboa. Perguntei se era urgente, ele disse
que não e fui para Porto Santo fazer praia. Voltei a 5 de agosto e foi aí que
soube o que era. "Tem isto aqui e tem de ser você a decidir o que fazer." Tinha
os CD e uns volumes marcados com post-its nos sítios onde interessava, onde
estavam os resumos com as conversas do primeiro-ministro. E aquilo era tão pouco
que eu disse ao meu gabinete: mandem-me um carro com segurança, porque tenho de
ler os volumes todos. Peguei em tudo e fui para o Douro, para uma casa que tenho
sobre o rio. Li aquilo e pensei: querem enganar-me. Tem de haver mais do que
isto. Estava na varanda a ver aquilo tudo, um por um, a ver se havia escutas
escondidas além das assinaladas. Controlei os resumos todos e foi uma surpresa:
a montanha pariu um rato. Nas escutas de Sócrates só havia conversas pessoais:
"Vou jantar, estou estoirado, vou dormir."’
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