Após vários anos de ocupação, a fortificação mourisca de Scalabis acaba de ser libertada com a fuga do Califa Almoita Ali Flores, que a dominou subjugando a urbe à sua prepotência e arrogância fundamentalistas.
Cercado por um exército de credores, e temendo o linchamento em praça pública, o Califa apressou-se a bater em retirada para os lados da costa marítima da Península Ibérica, levando consigo apenas 2 caixotes cheios de promessas vãs, revestidas a ouro fino e pedras preciosas.
Promessas muito ricas que habilmente iludiram os habitantes e o levaram a “Conquistar Santarém”, e que serão agora outra vez usadas para ludibriar outras gentes e outras terras a norte do Tejo.
A norte, porque a Sul, de onde é originário, o infiel foi rejeitado na sua própria terra, gorando-se assim a intenção de marchar sobre o Califado Algarvio.
Era sua estratégia conquistar também Marrocos no norte de África.
A fuga da velha Scalabis foi precedida por uma degustação de porco preto assado no espeto, onde alguns vassalos deram largas ao seu contentamento por Almoita Ali Flores se ir embora, cumprindo-se assim o objetivo político-militar de “Libertar Santarém”.
O estado em que a urbe se encontra, não só no seu espaço urbano como também nos campos de Alvisquer que o circundam, está a ser alvo de estudo para apresentação da candidatura de Santarém a Património Nacional das Mentiras.
E teve razão o Califa ao afirmar que só não vê o que ele fez quem não quer ver.
Era o caso do porco, coitado, que no espeto já assado nada podia ver.
Acabou por ser comido!
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