Ambos sem vergonha
"Ainda Relvas e o Passos mandado
Numa situação normal, Miguel Relvas já teria deixado o Governo; ou pelo próprio pé ou pelo pé do primeiro-ministro. Nas democracias mais evoluídas, nenhum membro de Governo teria resistido a uma onda de críticas tão grande e com uma acusação tão grave na crista, sobretudo depois de a confirmar com um pedido de desculpa.
Mas em Portugal ninguém se demite de nada por mais erros que cometa. É a consequência de uma classe política muito fraca e sem dignidade, que não conquista o poder, mas assalta-o numa primeira fase e depois sequestra-o.
Neste contexto, se Relvas não quiser sair, ninguém o pode tirar, nem o próprio primeiro-ministro, que não manda em nada. Já se percebeu que a cúpula deste Governo emana assim de uma entidade levemente obscura de poderes e interesses também pouco claros, onde Passos Coelho não risca nada. Resta-lhe defender Relvas, claro"
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