O primeiro-ministro, José Sócrates, viu-se envolvido nos meandros do «caso Freeport» por ter tomada uma decisão, enquanto Ministro do Ambiente, em 2002. Não era arguido no processo, nem sequer testemunha, mas o dito caso serviu às mil maravilhas uma campanha política demolidora, sobretudo em períodos eleitorais, quer em 2005, quer em 2009. A parada foi tão alta que até Manuela Moura Guedes – sim, Manuela Moura Guedes – foi adorada como se de uma santa se tratasse. Agora, durante a campanha presidencial, o «caso BPN» caiu em cima do Presidente-candidato, Cavaco Silva. Como era de esperar, o atoleiro do «caso Freeport» repete-se agora no «caso BPN». Pela minha parte dispenso estes «casos» a contaminar a discussão política. Mas, não deixo de sorrir, com um sorriso rasgado, quando leio os argumentos dos que fizeram do «caso freeport» uma aposta política e agora, no «caso BPN», escrevem exactamente ao contrário, roçando o argumentário de virgens ofendidas. Centrar campanhas eleitorais em casos destes é como pregar pregos no caixão da democracia, mas quem semeia ventos, colhe tempestades. Cavaco Silva vai ganhar as eleições presidenciais, naturalmente. Mas fragilizado politicamente. Há indícios de que o «caso BPN» ainda vai no adro. O segundo mandato de Cavaco Silva pode não ser tão fácil como o primeiro. ( Hojehaconquilhas)
10 janeiro, 2011
Não cuspas para o ar…
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