09 setembro, 2009

Louçã, Manuel Alegre e o PS

Não há dúvidas, ontem Louçã disse-o, expressamente, à saida do debate. Quer esfrangalhar o PS com a ajuda de Manuel Alegre.

Vamos esperar para ver

“Vale a pena ler a entrevista de Louçã ao Público, animado pelas sondagens o líder do BE diz finalmente o que é a "esquerda moderna", o que pretende de Manuel Alegre e qual o modelo social que preconiza. Veremos se Manuela Alegre ou os meninos da classe média alta vão gostar deste Chavez à civil.

Depois desta entrevista quem vota BE não o faz para protestar ou porque Louçã é a alternativa, fá-lo porque defende que Portugal deve ser o único país comunista no mundo ocidental:

«PÚBLICO – A insistência do Bloco de Esquerda (BE) na necessidade de uma maioria de esquerda dão a ideia de que o Bloco quer tomar conta do PS, ou pelo menos de uma parte dele.


Francisco Louçã – Não, o que tenho dito, e que é o centro da estratégia do BE nestas eleições e que vai ser nos próximos anos, é utilizar como critério para definir a política a necessidade de resposta à crise social e em particular à recessão económica. E isso exige uma arrumação da política, das ideias, e das alternativas. Creio que o PS fracassou na gestão política da resposta à crise. Por razões que têm que ver com o absolutismo da sua maioria, a fractura social que a sua política acentuou (com o Código do Trabalho, a desregulação da vida social e com a facilitação da vida económica, com os grandes negócios a prejudicarem os interesses da economia do país, a prejudicarem o orçamento, as contas públicas) e por isso é que me parece indispensável dizer com toda a clareza que para uma esquerda que governe, para uma esquerda de maioria, é preciso formar essa maioria.


Como é que se forma essa maioria sem o PS?


Com uma recomposição que atravesse todo o espaço da política portuguesa.


Isso implica uma cisão do PS ou uma transformação do PS.

Implica uma reconfiguração, certamente com uma clarificação contra as políticas passadistas e conservadoras que têm vindo a acentuar a crise. Já existiram diálogos, como aconteceu com Manuel Alegre. É a partir desse trabalho de diálogo que se encontrarão pessoas que fazem parte de todas as cores da política e das alternativas políticas à esquerda.

Essa reconfiguração passa também pela mudança do líder do PS?
O PS fará o que quiser. A esquerda precisa sobretudo de ter uma força para ter maioria. Essa força não é o PS.


Mas tem necessariamente de ter uma parte do PS.
Tem de ter, seguramente. Tem de ter muitas pessoas que certamente hoje se reconhecem no PS ou são críticas do PS. E de muitas outras opiniões da esquerda.» [Público]”  In O Jumento

 

 

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