Poesia Escrita na Prisão de Peniche
No espaço onde funcionava o Parlatório há vários testemunhos de prisioneiros. Entre eles existe um manuscrito com um poema de António Borges Coelho que, na década de 70 foi musicado por Luís Cília.
As traineiras abrigam-se na barra,
os mastros em fantástico arvoredo.
São peixes coloridos, de brinquedo,
e eu o triste rapaz que solta a amarra.
os mastros em fantástico arvoredo.
São peixes coloridos, de brinquedo,
e eu o triste rapaz que solta a amarra.
Os telhados reúnem-se no largo,
assembleia de pobres e crianças.
Em falas, cantos cobram-se esperanças.
Homens chegam do mar com rosto amargo.
assembleia de pobres e crianças.
Em falas, cantos cobram-se esperanças.
Homens chegam do mar com rosto amargo.
Lá baixo a vaga escreve na muralha
a história destes muros. Toda em brios
salta adiante o Baleal e falha.
a história destes muros. Toda em brios
salta adiante o Baleal e falha.
E na gávea da velha fortaleza,
fico a seguir o rumo dos navios,
num choro de asas de gaivota presa.
fico a seguir o rumo dos navios,
num choro de asas de gaivota presa.
António Borges Coelho
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