Ontem durante todo o ia recusei-me a falar, ouvir ou ver algo que tivesse a ver com o jogo de futebol de Portugal coma Sérvia.
Ao principio da noite numa das televisões passava em directo um jogo de rugby. Havia muito interesse sobre esta modalidade e falava-se sobre a actuação dos “lobos” – a equipa portuguesa que disputa a fase final do campeonato do mundo, única equipa amadora, contra os colossos que por lá estão. O peso, as medidas e a técnica da grande maioria, em nada se podem comparar com os nossos representantes.
Do basquetebol também se falou, mas muito menos, pois é claro.
Do futebol, a expectativa estava criada.
Pelas 3 horas da manhã, no noticiário de uma das nossas TV, lá aparecia a grande tragédia.
Portugal empatara a um tento.
Mas o pior, o muito pior, tinha acontecido.
A caminho das cabinas, no meio daquelas confusões que só acontecem no futebol, houve cenas mais próprias de um combate de boxe, que propriamente de boa jogada de futebol.
Ao que se disse, um sérvio tentou agredir um português e vai daí o treinador dos portugueses, aborrecido que já estava, pois Portugal deixou-se empatar nos últimos momentos do jogo, e ainda por um golo irregular, marcado nitidamente fora de jogo, esticou o braço e deu um valente tabefe no da antiga Jugoslávia.
Não sei o que cada um dos jogadores disse ao outro, mas imagino, e estão a saber porquê, certamente.
Nada disto se estranha, pois acontece, muitíssimas vezes, por esses campos de futebol de Portugal e do Mundo.
Mas o futebol tem muitas coisas estranhas.
É utilizado, para muita gente ganhar dinheiro, para fugir aos impostos, à justiça, para subir na política, etc.
O futebol é acima de tudo conservador. Para se modificar uma regra, que toda a gente saber que está mal, demora anos e anos.
Já repararam o trabalho que os “coitados” dos árbitros tem durante o tempo de jogo ?
São eles que mandam em tudo, sabem de tudo, apitam ou não a tudo.
Até têm a capacidade e uns óptimos relógios que conseguem cronometrar os tempos de paragem do jogo, para no final das duas etapas dizerem em linguagem gestual, que foram tantos minutos de paragem e que tem que ser compensados com tempo extra.
Curioso é que as modalidades de basquete, hóquei ou andebol, que movimentam muito menos dinheiro, usam cronometristas para esse efeito e os árbitros só se preocupam com o próprio desenrolar do jogo.
O futebol é mesmo conservador.
Reparem, que o jogo é feito por 11 artistas da bola de cada lado, mais 4 juizes de campo, mais os suplentes, médicos, treinadores etc., etc., mas, quando das confusões, nunca se vê um polícia e aparecem logo, uma centena de “artistas” que ninguém sabe o que fazem, para amenizar ou aquecer a situação.
Nada mais haveria a dizer, senão fosse o que aconteceu enquanto almoçava. Pois é, 25 minutos de conversa na TV, sobre o jogo, o tabefe, etc., etc.
Não me parecia estar em Portugal. Fiquei com a certeza de que neste rectângulo, nada mais importante aconteceu.
Ao que sei, o tabefe, não ocasionou qualquer traumatismo ao “coitado” do sérvio.
Na passada semana, um carro da PSP, resolveu sair da sua mão e mandou não sei quantas pessoas para o hospital e o acidente, só não passou despercebido, não se sabe porquê.
Mais exemplos para quê ?
Sabemos que o futebol dá de comer a muita gente, muita honesta, felizmente, mas muita desonesta.
Já esquecemos o Apito Dourado ?
Mas, tanto tempo de antena ?
Será que nos querem passar um atestado de estupidez ?
A propósito, pela hora do jantar, recebia uma queixa mais que justificada e que tem a ver com a seguinte questão – As escolas só abrem para a semana. Apresentações, esta sexta-feira, todas no mesmo dia, muitas à mesma hora.
Quem tem mais que um filho, não pode estar em mais que um lado ao mesmo tempo.
Não se podia dilatar mais no tempo esta situação ?
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