15 outubro, 2009

Jornalistas ?

Quem não quer ser lobo que não lhe vista a pele.

Um jornalista púdico

Depois de tantos anos a atacar tudo o que era do Governo e especialmente do Primeiro Ministro, não quiz que se falasse das “escutas”

Director do 'Público' revelou desconforto por sentir que estavam a lançá-lo numa arena. Estação nega combinação.

Quase no final do Prós e Contras, de segunda-feira, na RTP, sobre as relações entre jornalismo e poder político, José Manuel Fernandes, director do Público, acenando com o telemóvel, garantia que tinha trocado sms com Fátima Campos Ferreira combinando que o caso das escutas seria apenas "uma nota de rodapé" do programa. "Não foi nada disso que estava falado", disse ontem ao DN a jornalista da RTP. Antes disso, já José Manuel Fernandes tinha ameaçado, em e-mail ao provedor da RTP, faltar ao programa pela forma como a estação o estava a promover.

"A única coisa que ficou combinada foi que o caso das escutas seria um dos ângulos a abordar durante o programa, e que seria lançado apenas na segunda parte", explicou Fátima Campos Ferreira, que desvaloriza a declaração do director do Público, lembrando que "no ardor de um debate dizem-se por vezes frases que surgem a quente". "Penso que José Manuel Fernandes pretendeu com essa frase reiterar a ideia de que aquele era apenas um dos ângulos a abordar e que estava a demorar mais do que todos os outros", sublinhou.

A jornalista confirmou ainda que a promoção inicial do programa acabou por ser retirada do ar após uma conversa com José Manuel Fernandes e depois de Paquete de Oliveira ter recebido um e-mail em que o director do Público ameaçava não comparecer por parecer que o estavam a "meter numa arena", segundo explicou o provedor da estação ao DN. Depois, na conversa com Fátima, José Manuel Fernandes mostrou "desconforto" pela forma como o debate estava a ser apresentado. "Por isso, decidi retirar a promoção do ar, tal como estava", concluiu.

Durante o debate de segunda-feira, e aparte "o lavar de roupa suja", como Paquete de Oliveira o classificou "a partir de dado momento", Henrique Monteiro garantiu que o e-mail publicado pelo DN e a que o Expresso também teve acesso, mas não publicou, veio de "fonte política". João Marcelino, que o provedor da RTP considera ter tido "menos tempo para falar" do que os outros intervenientes, garantiu que se certificou da sua veracidade "junto dos envolvidos no processo". [ DN ]






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