14 junho, 2010

Pacheco Pereira não desiste


Seria suposto não se gastar mais tempo com a Comissão dita de Inquérito que muitos milhões já terá feito gastar aos contribuintes para gáudio pessoal de muitos recebedores líquidos dos contribuintes, vulgo Deputados e de muitas outras personalidades que foram obrigadas aos interrogatórios dos deputados, arvorados em policias de "giro".
No final, ficou tudo, nem mais nem menos do que já se sabia.
Mas, Pacheco Pereira, o arauto suprema da mais legítima das verdades, acha que não. As sua intenções são superiores às de João Semedo. Depois de tanto tempo e dinheiro gasto sem nada se provar, há que vasculhar nos caixotes do lixo mais próximos, algo que possa acompanhar na confirmação das sua teses aquilo que todo o processo não conseguiu demonstrar ou provar – que o Primeiro Ministro mentiu. Então a Virgem púdica que nunca no seu percurso político mentiu, avança com a derradeira hipótese, contrariando as mais elementares regras da decência e do direito. A coberto da opinião daqueles que tem mantido o caldeiro de água a ferver para esturricar José Socrates quer divulgar os despachos do processo "Face Oculta".
Como outro deputado tambem teve acesso a esses despachos, João Oliveira diz que nada de novo surgiu com o conhecimento desses elementos.
Pacheco Pereira não desiste, quer salvar a honra do convento, principalmente a sua.

 
«Pacheco Pereira considerou-as "avassaladoras", João Oliveira, deputado do PCP, nem por isso. Foram os únicos que consultaram as escutas telefónicas do processo "Face Oculta" enviadas para a Comissão Parlamentar de Inquérito ao negócio PT/TVI. Depois da apresentação do relatório, João Oliveira foi o único elemento da CPI a admitir propor a inclusão da palavra "mentira" no relatório final. Já Pacheco Pereira, na declaração de voto do PSD, vai recorrer às escutas, ainda que não directamente, para contar a outra verdade dos factos.
"As escutas telefónicas não trazem substancialmente nada de novo", declarou, sexta-feira, ao DN João Oliveira, à saída da reunião da CPI, que serviu para a apresentação do relatório feito pelo deputado João Semedo. Mas, mesmo sem as escutas, João Oliveira foi o único deputado da CPI a admitir vir a propor a utilização da expressão "o primeiro-ministro mentiu" no relatório final da comissão. João Oliveira, no final da reunião de sexta-feira, defendeu que José Sócrates faltou à verdade e admitiu fazer propostas de alteração que "possam ir mais longe" do que a proposta apresentada por João Semedo. "Vamos perceber que classificação podemos fazer. Se for verdade que o primeiro- -ministro sabia do negócio [quando afirmou não saber], então essa classificação [de mentira] é uma decorrência", disse. » (DN)

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