Longe vai o tempo e nada saudoso em que era assim que se comemorava o 10 de Junho
2 comentários:
Anónimo
disse...
Fico sensibilizado quando vejo estas imagens. Não tenho culpa!Este homem que chora com a medalha ao peito, pode muito bem ser o pai de um dos muitos colegas meus que morreram na guerra de África. Também no momento chorei por eles e retenho imagens que nunca se separão da minha memória. Vendo bem e a todos estes anos de distância, nós não passávamos de miúdos. É bom que saibamos todos colocarmo-nos no lugar destes pais, e ao mesmo tempo olharmos para os nossos filhos e netos. Talvez entendamos todos o sofrimento que aquela guerra causou e quantas familias e sonhos destroçou. Como Alferes e Comandante de grupo, ao tempo, sentia-me responsável por todos. Oxalá todos tivessem regressado comigo. Teria sido para mim uma grande condecoração!
Como diz o ex-Alferes (comentário anterior), não passávamos de miúdos. Miúdos feitos homens à força..., embora muitos de nós soubéssemos de antemão para onde partíamos...
DESPEDIDA
Vou deixar-te. Sou obrigado a partir. É a sorte de um soldado Que já não pode fugir Do seu destino, traçado
Por um país decadente Que está a ser governado Por alguém que, infelizmente, É cego e surdo e culpado
Do que está a acontecer. A partir sou obrigado. Não vou deixar-te por querer. É a sorte de um soldado.
É a sorte de um soldado Num país que está a morrer.
Cidade da Guarda, Novembro de 1965. in: Sérgio O. Sá - VERSOS NA GUERRA - VERSOS DE PAZ.
2 comentários:
Fico sensibilizado quando vejo estas imagens. Não tenho culpa!Este homem que chora com a medalha ao peito, pode muito bem ser o pai de um dos muitos colegas meus que morreram na guerra de África. Também no momento chorei por eles e retenho imagens que nunca se separão da minha memória.
Vendo bem e a todos estes anos de distância, nós não passávamos de miúdos.
É bom que saibamos todos colocarmo-nos no lugar destes pais, e ao mesmo tempo olharmos para os nossos filhos e netos. Talvez entendamos todos o sofrimento que aquela guerra causou e quantas familias e sonhos destroçou.
Como Alferes e Comandante de grupo, ao tempo, sentia-me responsável por todos. Oxalá todos tivessem regressado comigo. Teria sido para mim uma grande condecoração!
Como diz o ex-Alferes (comentário anterior), não passávamos de miúdos. Miúdos feitos homens à força..., embora muitos de nós soubéssemos de antemão para onde partíamos...
DESPEDIDA
Vou deixar-te.
Sou obrigado a partir.
É a sorte de um soldado
Que já não pode fugir
Do seu destino, traçado
Por um país decadente
Que está a ser governado
Por alguém que, infelizmente,
É cego e surdo e culpado
Do que está a acontecer.
A partir sou obrigado.
Não vou deixar-te por querer.
É a sorte de um soldado.
É a sorte de um soldado
Num país que está a morrer.
Cidade da Guarda, Novembro de 1965.
in: Sérgio O. Sá - VERSOS NA GUERRA - VERSOS DE PAZ.
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