06 agosto, 2009

Por alguma razão MFL foge de falar em corrupção

 

“A corrupção é um tema recorrente no debate político português, umas vezes são personagens de competência ainda por comprovar que o usam para aumentarem a sua notoriedade, outras são políticos na oposição que tentam lançar o lodo sobe os do governo.

Lembro-me que na campanha eleitoral que levou Durão Barroso ao poder foi um tema muito badalado, até porque nessa altura Saldanha Sanches, o conhecido prestador de serviços na área fiscal, e a esposa se notabilizaram, um a comentar e o outro a investigar, graças aso Lanalgo, que acabou por ser usado por Manuela Ferreira Leite para de uma forma pouco honrosa tentar manchar o nome de quem nada lhe deve em honestidade.

Porque razão nesta campanha o tema não é discutido?

Não o é certamente por causa do caso Freeport que parece ter caído no esquecimento só com o muito pouco que se sabe do caso BPN. Manuela Ferreira Leite sabe que o caso Freeport cheira a duvidoso e o mesmo não sucede com o caso BPN, o PSD corre um sério risco de comemorar os seus 40 anos no EPL ou nos calabouços da PJ.

Depois de meses a discutir-se o caso Freeport o tema foi esquecido por toda a gente, desde os jornalistas aos magistrados do Ministério Público mais mediáticos. A razão é simples, porque neste momento o debate do tema corrupção não interessa à direita, em especial à direita que hoje está em Belém e na liderança do PSD. Não lhes interessa porque o país está a assistir à morte do cavaquismo devido a doença prolongada, neste caso o cancro da corrupção. Até poderão fazer intrigas de alto nível, mas o cavaquismo está irremediavelmente a morrer.

Quem era Oliveira e Costa, Dias Loureiro e Isaltino Morais? Eram cavaquistas, autênticas vedetas do cavaquismo quando este parecia destinado a governar o país durante décadas. Quem são as personagens ligadas ao BPN e o ex-presidente do BPP? Cavaquistas, pois claro.

Compreende-se que desta vez a direita não esteja interessada em discutir corrupção, o debate conduziria directamente aos que hoje lideram o PSD e, pior do que isso, ao próprio Cavaco Silva. Depois do estranho negócio de acções com preço de compra e de venda fixados arbitrariamente por Oliveira e Costa e da declaração de confiança na inocência de Dias Loureiro, é impossível deixar Cavaco Silva de fora do Caso BPN.”

 

 

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