20 abril, 2010

Jose Niza- O Ribatejano

"Por José Niza
Em Valença do Minho havia um Serviço de Atendimento Permanente que deixou de funcionar entre as vinte e quatro horas e as oito a manhã. A média de utentes era de 1,7 por noite. A manutenção do serviço obrigava à presença de, pelo menos, três funcionários: um médico, um enfermeiro e um administrativo, todos eles recebendo horas extraordinárias.
Se os raros doentes que acorriam ao SAP fossem portadores de doenças banais, poderiam, em melhores condições, ser tratados na manhã seguinte.
Mas, caso se tratasse de situações mais graves, os doentes teriam de ser enviados para os hospitais próximos. Com a agravante de que, caso necessitassem de tratamentos urgentes ou especializados, já terem perdido um tempo precioso na sua inútil passagem pelo SAP.
Quando se esperava uma atitude inteligente e compreensiva face à nova situação, rebentou uma revolução!
De repente, umas dúzias de energúmenos descobriram que a salvação das suas vidas estava na cidade fronteiriça de Tuy, onde os espanhóis os recebiam a qualquer hora e sem pagarem taxas.
Vai daí – como forma de protesto – resolveram hastear bandeiras espanholas nas varandas da vila. E declararam a patas juntas que só voltavam a ser portugueses quando o SAP reabrisse.
E por isso vão a Tuy. À média de uma multidão de dois por dia! E quanto às consultas serem de borla, alguém está a enganar os doentes. O que acontece é que a obtenção de uma consulta através da apresentação do Cartão Europa custa 150 euros, cem vezes mais do que no SNS em Portugal. Não pagam na altura. Mas quando receberem a factura em casa é que vão ficar doentes. E que excelente negócio para a espanhola filantropia!!!
Esta minhota e estúpida ignorância nem sequer sabe que o nosso SNS é um dos melhores serviços de saúde de todo o mundo. E melhor do que o espanhol.
E também não sabem que, se com actos destes matarem a galinha dos ovos de ouro, que é o SNS, – a maior das melhores dádivas do 25 de Abril – voltarão à estaca zero da saúde e a morrer, a cada esquina, como tordos.
Com a ironia inteligente e acutilante que o caracteriza, Miguel Sousa Tavares pedia-lhes encarecidamente esta semana no Expresso: continuem espanhóis! " (O Ribatejo)

2 comentários:

Anónimo disse...

Prezado Niza
Desta vez dou-te razão. Mas não te esqueças que a santa ignorância dos valençanos se deve a alguma coisa.
Pensa um pouco...

UM TEU LEITOR

Anónimo disse...

Mas os Valençanos são ignorantes?!
Meu caro «UM TEU LEITOR», escreveu com convicção? Farei de conta que estava com sono quando o escreveu!
Agora sou eu que lhe digo: Pense um pouco...