17 maio, 2009

Cristo Rei



Alguêm iria pensar que o Santuário de Cristo Rei em Almada era devedor de 1.000.000,00 € ?


Longe deveriam andar os pensamentos dos muitos crentes da fé católica qaundo lhes terá chegado ao conhecimento, não só a divida, mas cima de tudo o seu valor.


Fruto duma vaidade de Cerejeira quando confrontado com o Cristo do Rio de Janeiro, logo lhe terá passado pela mente a ideia de edificar em Portugal, algo semelhante mas até em maior dimensão.


Como não havia no solo pátrio num morro tipo Corcovado, terá achado por bem, escolher o Pragal, um arrabalde de Almada naquele tempo, sobranceiro a Lisboa, para a edificação do Cristo, Rei dos cristãos.


Sucederam-se os peditórios, oferendas, etc. Eis que, segundo rezavam as crónicas de então, ditas em surdina, o pároco gestor do capital até então arrecadado, deu às de Vila Diogo para o Brasil com o enorme pecúlio no bolso e, por lá terá ficado.


Com este contratempo, o inicio da construção do monumento foi sendo adiado até que se construiu.


Da inauguração, recordo a pompa e circunstância de então, pelos jornais e revistas à época, onde era patente e bem visível a presença do Velho Estado Novo, Laico e eclesiástico.


Passado pouco tempo, já o monumento tinha sido crismado como Papa 25, pois eram os vinte e cinco tostões da época que pagavam a subida de elevador ao seu cimo.


Hoje, o espanto de alguns, veio juntar-se ao inacreditável valor da dívida do Monumento.


Pois a vaidade de esconder o que não se pode pagar, veio a acrescentar mais umas obras, estas resultantes de tentar lavar a cara ao exterior do monumento para que, como aquele que com calças novas, esconde as ceroulas rotas e gastas, por que esta não se vêem.


A Igreja, com tantos milhões gastos na Cova da Iria, numa nova, majestosa e caríssima construção, cuja utilidade tem sido posta em causa, bem poderia ter um pouco mais de consideração para com os credores desta verba em dívida, promovendo a sua liquidação e dando um beato exemplo de uma simple maneira de ajudar a combater a crise e o desemprego neste país.


Um milhão de euros, é muito dinheiro.


Vamos ficar na expectativa de que aqueles que continuadamente tem pressionado o Governo para liquidar aos seus credores o façam de igual modo agora com a Igreja, pois de outrs forma seremos obrigados a pensar que querem DEUS para si e o DIABO para os outros.

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