31 março, 2008

A mentira

Sobre a mentira e quem mente
A mentira só dura enquanto a verdade não chega


Mentira

É uma declaração feita por alguém que acredita ou suspeita que ela seja falsa, na expectativa de que os ouvintes ou leitores possam acreditar nela. Portanto uma declaração verdadeira pode ser uma mentira se o falante acredita que ela seja falsa; e histórias de ficção, embora falsas, não são mentiras.
Dependendo das definições, uma mentira pode ser uma declaração falsa genuína ou uma verdade seletiva, uma mentira por omissão, ou mesmo a verdade se a intenção é enganar ou causar uma ação que não é do interesse do ouvinte.
“Mentir” é contar uma mentira.
Uma pessoa que conta uma mentira, em especial uma pessoa que conta mentiras com freqüência, é um “mentiroso”.

A mentira corrói, dilacera e destrói vidas…

Os mentirosos compulsivos já estão habituados a mentir que, eles próprios, acreditam no que dizem, como sendo verdade.



A Mentira

Porque é que, na maior parte das vezes, os homens na vida quotidiana dizem a verdade? Certamente, não porque um deus proibiu mentir. Mas sim, em primeiro lugar, porque é mais cómodo, pois a mentira exige invenção, dissimulação e memória. Por isso Swift diz: «Quem conta uma mentira raramente se apercebe do pesado fardo que toma sobre si; é que, para manter uma mentira, tem de inventar outras vinte». Em seguida, porque, em circunstâncias simples, é vantajoso dizer directamente: quero isto, fiz aquilo, e outras coisas parecidas; portanto, porque a via da obrigação e da autoridade é mais segura que a do ardil. Se uma criança, porém, tiver sido educada em circunstâncias domésticas complicadas, então maneja a mentira com a mesma naturalidade e diz, involuntariamente, sempre aquilo que corresponde ao seu interesse; um sentido da verdade, uma repugnância ante a mentira em si, são-lhe completamente estranhos e inacessíveis, e, portanto, ela mente com toda a inocência.

Friedrich Nietzsche, in 'Humano, Demasiado Humano'
A mentira pode ser uma dependência que, como qualquer vício, só é tratada quando o mentiroso assume que mente.
Longe das inocentes partidas que se pregam no Dia das Mentiras, 1 de Abril, pode isolar e causar sofrimento.
A mentira pode ter contornos de dependência tal como o álcool e a droga, quando é dita de forma compulsiva, ou seja quando a pessoa tem consciência de que está a mentir mas não consegue controlar esse impulso.
Nestes casos, provoca sofrimento no próprio mentiroso compulsivo e nas pessoas mais próximas dele, embora seja uma doença passível de ser tratada, tanto ao nível da psiquiatria como ao nível da psicologia clínica.
O primeiro passo para o tratamento é a pessoa assumir que tem um problema, que mente compulsivamente e que precisa de ajuda. Sem isso, qualquer forma de terapia é impossível. Jorge Gravanita, psicólogo e membro da Sociedade Portuguesa de Psicologia Clínica, explica que "o primeiro passo para o tratamento é a pessoa assumir que é dependente da mentira e querer libertar-se de algo que a tem vindo a prejudicar": "O tratamento é a busca do conhecimento de si próprio que permite que a pessoa se liberte desta bengala que é uma mentira." Também para o psiquiatra Pacheco Palha um mentiroso compulsivo "não tem perda de juízo, pode ter é perda de capacidade de controlo".
Por isso - defende -,
"o primeiro passo para se tratar é reconhecer que tem uma perturbação ao nível do controlo dos impulsos".
"A compulsividade revela-se em estruturas obsessivo-compulsivas e é um mecanismo patológico, como a cleptomania [vício de roubar]", diz o médico, acrescentando que a pessoa "até pode ter sofrimento ao reconhecer que não a domina".

3 comentários:

Anónimo disse...

Sou compulsivo, minha mulher psicologa nunca me ajudou e até nos separamos só pela mentira ou para ela ficar com parte do patrimônio que formei, será que não tem uma maneira de ajudar pessoas como eu, já que por experiência não acredito muito no terapeuta? obrigado. meu e-mail é isaacmartinso@hotmail.com

Anónimo disse...

Meu marido é compulsivo. Já tentei diversas formas de ajudá-lo, mas estou perdendo as esperanças.
Na minha cidade é muito difícil conseguir tratamento psicológico gratuito e não temos condições financeiras de bancar um tratamento particular. Precisamos muito de ajuda! Nossa família depende disso. aletricardo@yahoo.com.br

Anónimo disse...

Meu marido tem Pseudolalia, diversos traumas que levaram a vícios, mas não consegue seguir um tratamento pscicológico. Isso tornou nossa convivência insuportável, a ponto de mesmo amando um ao outro, termos que nos afastar e viver em cidades diferentes. Eu e ele sofremos muito por isso, mas não sabemos mais ao que recorrer. Solicito orientação. danisilva@bol.com.br