01 novembro, 2009

Sobre praxes, Jose Niza diz:

 

Praxes políticas: Mas há também as praxes partidárias. Muito em voga, sobretudo no PSD.

Como é sabido – e neste partido é tradição – os seus presidentes mudam com maior frequência do que os treinadores do Benfica. Uma vez eleitos, a todos acontece o mesmo: são transformados em “presidentes- caloiros”. E, sobre eles, começam a abater-se as praxes mais estapafúrdias e verrinosas: ainda não aqueceram o lugar e já lhes estão a fazer a cama.

Chega um qualquer Pacheco, barbudo e desgrenhado, e logo prediz que “aquilo” não tem ponta por onde se lhe pegue, e que ele é que sabe.

Chega o Marcelo e proclama que ele é que sabe, e que “aquilo” não tem ponta por onde se lhe pegue.

Chega o Santana – que ainda não percebeu que já não é Primeiro Ministro – e ameaça que vai andar à espreita.

Chega o Coelho, com pequenos passos, e avisa que ele é que vai ser, só não sabe é quando.

E chega, de Gaia, o Menezes aos gritos. E o Marques Mendes aos sussurros. E o João Jardim aos urros!

À caloira Manuela não deram descanso nem sossego: desde o momento inicial até ao dia dos exames, foi “praxada”. Não com bosta de boi, ou carecadas, mas com palavras, gritos, intrigas, traições, peixeiradas e protestos. Obrigaram-na a fazer comícios que ela não queria. Obrigaram-na a ir ao cabeleireiro todos os dias. E a aprender a sorrir para as televisões. Forçaram-na a aparecer nos cartazes a dizer “chegou a hora da verdade”. Mas a verdade que chegou não era a dela.

Agora querem pô-la de castigo. No quarto escuro onde já estão Nogueira, Mendes, Marcelo, Santana, Menezes, Relvas e Passos Coelho. Mas a cela está a ficar demasiado exígua para tanta gente. E o ar escasseia.

É a asfixia democrática.[ORibatejo)

 

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