21 julho, 2008

Caso Maddie - Comunicação Social


Para além da compra de informações, das notícias falsas ou deturpadas, das inventadas, das fornecidas pelas próprias polícias, etc, será que aqui no nosso "querido Portugal" alguem que foi difamado por um jornal ou TV, receberia tão célere e prontamente uma indemnização ?

A grande maioria da comunicação social passa incólume a tudo isto, sem que ninguem lhe ponha um travão. A facturação da venda do papel e da publicidade a isso obrigam.

por vezes sucedem-se autenticas vergonhas . . .


Caso Maddie conhece novidade segunda-feira

O caso do desaparecimento de Madeleine McCann conhece segunda-feira "uma solução", que poderá passar por novas diligências ou o arquivamento.
Para trás ficam 14 meses de investigação, que implicou a constituição de três arguidos por suspeita de envolvimento no desaparecimento da criança - os pais, Kate e Gerry, e o luso-britânico Robert Murat, que morava perto do aldeamento turístico "Ocean Club", onde a família McCann passava férias, acompanhada de alguns amigos ingleses.
Madeleine McCann, na altura com quase quatro anos, desapareceu ao início da noite de 03 de Maio do ano passado do interior do apartamento, onde dormia acompanhada dos dois irmãos gémeos, mais novos, enquanto os pais e os amigos jantavam num restaurante próximo.
Da tese inicial de rapto, a investigação mudou de rumo no Verão passado, admitindo-se a possível morte da criança, com as suspeitas a recaírem sobre os pais.
O mistério e a aparente falta de pistas sólidas e motivações para explicar o desaparecimento da menina transformaram este caso num dos processos mais mediáticos de sempre.
Robert Murat, empresário no ramo imobiliário, chegou a servir de intérprete entre a família e as autoridades nos dias a seguir ao desaparecimento, mas 11 dias depois seria constituído arguido por suspeitas da sua implicação no caso.
O processo ficou também marcado pelo afastamento do coordenador da Polícia Judiciária (PJ) responsável pelas investigações, Gonçalo Amaral, e por fortes críticas ao então director nacional da PJ Alípio Ribeiro, nomeadamente por ter afirmado que teria havido "alguma precipitação" na constituição como arguidos do casal McCann.
Alípio Ribeiro demitiu-se da direcção nacional da PJ em Maio, quase um ano antes de terminar o mandato, tendo sido substituído por José Maria Almeida Rodrigues.
O casal foi constituído arguido após terem sido recolhidos vestígios biológicos no apartamento do "Ocean Club" e no carro que alugaram 25 dias após o desaparecimento de "Maddie", analisados no laboratório forense britânico, em Birmingham.
Em Setembro, após receber os resultados das primeiras análises forenses, a Polícia Judiciária passou a centrar as suspeitas nos pais, por alegada ocultação do cadáver, admitindo a morte como "a causa provável para o desaparecimento da menina", o que gerou uma onda de críticas aos investigadores portugueses, a quem o casal acusou de "plantar provas" para os incriminar.
Os pais de "Maddie" decidiram então regressar ao Reino Unido, apesar de terem sempre garantido que só sairíam do Algarve quando encontrassem a filha.
Com o passar do tempo, o assunto foi esfriando nas páginas dos jornais e nos telejornais, mas os três arguidos exigiram indemnizações dos media britânicos por alegada difamação: o casal exigiu um pedido de desculpas ao grupo Express, dos diários Daily Mirror e Daily Star, e recebeu uma compensação monetária, enquanto Murat vai receber 757 mil euros de quatro grupos de comunicação social - News International, Mirror Group Newspapers, Express Newspapers e Associated Newspapers - por terem publicado notícias consideradas difamatórias e falsas, pelas quais pediram também desculpa.
Entretanto, os pais, que continuam a acreditar que a filha está viva, lançaram uma campanha em Estrasburgo a defender a criação de um sistema europeu de alerta para crianças desaparecidas, um sistema semelhante ao que existe nos Estados Unidos e em alguns países da Europa.
Na próxima segunda-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciará, conforme prometeu na semana passada o procurador-geral, Pinto Monteiro, uma "solução" para o caso "Maddie".
O caso poderá ser arquivado, de acordo com notícias surgidas recentemente, sendo também essa a convicção do antigo coordenador da Judiciária Gonçalo Amaral, uma hipótese entretanto desmentida por Pinto Monteiro, que garantiu ser "absolutamente prematuro" afirmar-se que esse será o destino do processo.
O relatório elaborado pela PJ já foi concluído e entregue aos magistrados do Ministério Público que dirigem a investigação, esclareceu Pinto Monteiro, adiantando que "só há arquivamento quando o Ministério Público disser que há arquivamento".
No entanto, o ex-coordenador da PJ de Portimão, que esteve à frente do caso desde o início, acredita que o seu afastamento, em Outubro do ano passado, revelou que o caso será arquivado.
Amaral foi demitido e afastado do caso pela direcção nacional da PJ na sequência de uma entre muitas trocas de acusações, tendo afirmado que a Polícia britânica - que havia colaborado nas investigações - andava "a fazer o que o casal [McCann] queria".
Entretanto, Francisco Pagarete, advogado de Robert Murat, afirmou à Lusa esperar que o processo seja arquivado e que o luso-britânico seja "claramente" ilibado de qualquer envolvimento no desaparecimento de "Maddie".
Para um dos advogados dos McCann em Portugal, Carlos Pinto de Abreu, a "solução" do caso só poderia consistir na descorta da menina e do que lhe aconteceu.
Na sua opinião, o eventual fim do processo é "irrelevante".
"É irrelevante face à ausência da Madeleine McCann. [O eventual fim do processo] só será útil na medida em que permite aos pais, aos seus advogados e a outros investigadores o acesso às diligências da investigação e a continuação da procura da menor. Tudo o resto não interessa", disse Pinto de Abreu.

3 comentários:

Anónimo disse...
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Anónimo disse...
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