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24 novembro, 2014

Vital Moreira dá opinião


Exageros
Vai por aí uma grande especulação sobre o impacto político da detenção de Sócrates. Não falta quem vaticine uma forte punição eleitoral do PS e, mesmo, uma crise de regime. 
Sem negar algum possível impacto sobre o PS, não compartilho dessa opinião catastrofista, tratando-se de um ex-primeiro-ministro afastado há mais de três anos da vida política. Mesmo que Sócrates viesse a ser acusado e condenado pelos crimes pelos quais foi detido, não creio que isso provocasse um abalo telúrico nem no PS nem, muito menos, no regime. 
Já vejo sério risco de golpe profundo na credibilidade do regime de investigação criminal e do Ministério Público, se esta operação de grande escala contra o ex-primeiro-ministro, deliberadamente mediatizada a partir de dentro, se revelar infundada ou, pior do que isso, produto de uma agenda política ou corporativa.

José Sócrates - o folhetim continua

Em algum dia, em algum momento, o folhetim que se arrasta há dias, irá acabar.
Uma parte da verdade será sabida.
Uma parte da mentira será conhecida.
Os que disseram ou escreveram a verdade terão a consciência cumprida, mas esses não serão muitos.
Os que contaram ou escreveram muitas das mentiras, não terão grande problermas de consciência, porque o que fizeram foi  conscientemente com um propósito bem defenido e orientado

23 novembro, 2014

Justiça - a que temos direito (?)

Senhora Ministra da Justiça, a Justiça deixa impune todos estes atropelos?

Justiça a que temos direito

• Clara Ferreira Alves,

A Justiça a que temos direito:«A Justiça é antes de mais um código e um processo na sua fase de aplicação. Ou seja, obediência cega, essa sim cega, a um conjunto de regras que protegem os cidadãos da arbitrariedade. Do abuso de poder. Do uso excessivo da força. Essas regras têm, no seu nó central, uma ética. Toda e qualquer violação dessa ética é uma violação da Justiça. E uma negação dos princípios do Direito e da ordem jurídica que nos defendem.
Num caso de tanta gravidade como este, o da suspeita de crimes graves e detenção de um ex-primeiro-ministro do Partido Socialista, verifico imediatamente que o processo foi grosseiramente violado. Praticou-se, já, o linchamento público. Como? 

1) Detendo o suspeito numa operação de coboiada cinemática, parecida com as de Carlos Cruz e Duarte Lima, a uma hora noturna e tardia, num aeroporto, quando não havia suspeita de fuga, pelo contrário. O suspeito chegava a Portugal. Porque não convocá-lo durante o dia para interrogatório ou levá-lo de casa para detenção?

2) Convidou-se uma cadeia de televisão a filmar o acontecimento. Inacreditável.

3) Deram-se elementos que, a serem verdadeiros, deviam constar em segredo de Justiça. Deram-se a dois jornais sensacionalistas, o "Correio de Manhã" e o "Sol", que nada fizeram para apurar o que quer que seja. Nem tal trabalho judicial lhes competia. Ou seja, a Justiça cometeu o crime de violação do segredo de Justiça ou pior, de manipulação do caso, que posso legitimamente suspeitar ser manipulação política dadas as simpatias dos ditos jornais pelo regime no poder. Suspeito, apenas. Tenho esse direito.

4) Leio, pela mão da jornalista Felícia Cabrita, no site do "Sol", pouco passava da hora da detenção, que Sócrates (entre outros crimes graves) acumulou 20 milhões de euros ilícitos enquanto era primeiro-ministro. Alta corrupção no cargo. Milhões colocados numa conta secreta na Suíça. Uma acusação brutal que é dada como certa. Descrita como transitada em julgado. Base factual? Fontes? Cuidado no balanço das fontes, argumentos e contra-argumentos? Enunciado mínimo dos cuidados deontológicos de checking e fact-checking? Nada. Apenas "o Sol apurou junto de investigadores". O "Sol" não tem editores. Tem denúncias. Violações de segredo de Justiça. Certezas. E comenta a notícia chamando "trituradora" de dinheiro aos bolsos de Sócrates. Inacreditável. 

5) Verificamos apenas, num estilo canhestro a que a biógrafa de Passos Coelho nos habituou (caso Casa Pia, entre outros) que a notícia sai como confirmada e sustentada. Se o Watergate tivesse sido assim conduzido, Nixon teria ido preso antes de se saber se era culpado ou inocente. No jornalismo, como na justiça, há um processo e uma ética. Não neste jornalismo.

6) Neste momento, não sei nem posso saber se Sócrates é inocente ou culpado. Até prova em contrário é inocente. In dubio pro reo. A base de todo o Direito Penal.

7) Espero pelo processo e exijo, como cidadã, que seja cumprido à risca. Não foi, até agora. Nem neste caso nem noutros. Isto assusta-me. Como me assustou no caso Casa Pia. Esta Justiça de terceiro mundo aterroriza-me. Isto não acontece num país civilizado com jornais civilizados. Isto levanta-me suspeitas legítimas sobre o processo e a Justiça, e neste caso, dada a gravidade e ataque ao regime que ele representa, a Justiça ou age perfeitamente ou não é Justiça.

8) Verifico a coincidência temporal com o Congresso do PS. Verifico apenas. Não suspeito. Aponto. E recordo que há pouco tempo um rumor semelhante, detenção no aeroporto à chegada de Paris, correu numa festa de embaixada onde eu estava presente. Uma história igual. Por alturas da suspeita de envolvimento de José Sócrates no caso Monte Branco. Aponto a coincidência. Há um comunicado da Procuradoria a negar a ligação deste caso ao caso Monte Branco. A Justiça desmente as suas violações do segredo de Justiça. Aponto.


9) E não, repito, não gosto de José Sócrates. Nem desgosto. Sou indiferente à personagem e, penso, a personagem não tem por mim a menor simpatia depois da entrevista que lhe fiz no Expresso há um ano. Não nos cumprimentamos. Não sou amiga nem admiradora. É bizarro ter de fazer este ponto deslocado e sentimental mas sei donde e como partem as acusações de "socratismo" em Portugal.

10) As minhas dúvidas são as de uma cidadã que leu com atenção os livros de Direito. E que, por isso mesmo, acha que a única coisa que a Justiça tem a fazer é dar uma conferência de imprensa onde todos, jornalistas, possamos estar presentes e fazer as perguntas em vez de deixar escorregar acusações não provadas para o "Correio da Manhã" e o "Sol". E quejandos. Não confio nestes tabloides para me informarem. Exijo uma conferência de imprensa. Tenho esse direito. Vivo num Estado de Direito.

11) Há em Portugal bom jornalismo. Compete-lhe impedir que, mais uma vez, as nossas liberdades sejam atropeladas pelo mau jornalismo e a manipulação política.

12) Vou seguir este processo com atenção. Muita. Ou ele é perfeito, repito, ou é a Justiça que se afundará definitivamente no justicialismo. Na vingança. No abuso de poder. Na proteção própria. O teste é maior para a Justiça porque é o teste do regime democrático. E este é mais importante que os crimes atribuídos a quem quer que seja. Não quero que um dia, como no poema falsamente atribuído a Brecht, venham por mim e não haja ninguém para falar por mim. A minha liberdade, a liberdade dos portugueses, é mais importante que o descrédito da Justiça. A Justiça reforma-se. A liberdade perde-se. E com ela a democracia.»

Ministra da Justiça - a impunidade não acabou

Só não vê quem não quer.
O lamentável continua a acontecer, nas barbas de quem ufanamente disse que a impunidade acabou.
Não, senhora Ministra, não acabou.
A prova está em que as televisões  e os jornais foram ”convocados” para estarem presentes no aeroporto de Lisboa, para em directo assistirem à detenção, na manga de saída do avião que trouxe José Sócrates de Paris.
Desde há muito que toda a gente sabe, que as fugas ao segredo de justiça são direccionadas e tem caixa de correio certo e em momentos cert5os.
Não pode a senhora ministra, tentar vir agora esconder o Sol com uma peneira, escusando-se a responder ao que se passa e  mandar alguém tirar responsabilidades pelo sucedido.
A senhora Procuradora, igualmente  responsável do departamento donde saem as informações, devria não passar tanto tempo a mandar difundir comunicados que nada adiantam ao que os jornais publicas e procura investigar e castigar os responsável pelas sistemáticas fugas de informação ao segredo de Justiça.

Afinal a impunidade continua

22 novembro, 2014

José Sócrates detido

Não vamos alimentar polémica sobre as razões que a Justiça teve para proceder à detenção do antigo Primeiro Ministro, pois certamente que serão suficientemente fortes para que tal tivesse acontecido.
Há no entanto curiosidades que convém anotar.
Pelos menos duas televisões, propagaram, a cada momento que iam noticiando os desenvolvimentos da detenção de José Sócrates, a medalha de serem, cada uma delas, a única estação a estar presente no aeroporto de Lisboa, quando do evento.
Era mentira que cada uma não era a única, o que significa que a notícia da detenção de Sócrates foi passada às televisões com bastante antecedência, tanto quanto até sabiam que tinha havido, pela parte do ex-Primeiro Ministro, troca de voos por duas vezes.
Não terá sido coincidência, terá havido mais uma vez, uma garganta funda algures de quem tem ou sabe ou que se estava a passar, que  deu a informação.  Não para uma, mas pelo menos para duas ou mais estações de televisão. Coincidência ou não, na verdade é o Sol, que também, através da jornalista Felícia Cabrita tem publicado diversos textos sobre este tema.
O comunicado da Procuradoria, sobre a hora, denuncia que tudo estava preparado atempadamente, pois saiu passado pouco  após a detenção, o que é tambem, curioso dado a sua celeridade, o que não tem acontecido noutros casos.

21 novembro, 2014

Ministra da Justiça - impunidade?

É verdade que a senhora Ministra não deveria ter dito o que disse e como o disse e contrariamente ao que se expressa neste artigo de opinião sobre essa frase, a Ministra terá querido dizer que no Governo anterior teria havido impunidade e que agora com ela essa situação iria acabar.  Mas que diferença. Dizer o que disse não adiantou nem atrazou nada no campo da Justiça - foi o óbvio e um ministro não serve para dizer o óbvio.
Essa senhora Ministra só faz e diz asneiras e não são poucas. calada estaria muito melhor na fotografia

"Foi logo um restolhar de remoques, um aqui-d"el-rei porque a sra. ministra se imiscuía na área de competência do poder judicial ou porque considerava culpados, sem respeito pela presunção de inocência, os alegados infratores.

Pois bem, tanto quanto posso perceber o que a sra. ministra disse está muito bem dito. Dizer que a "impunidade acabou" quer tecnicamente dizer que nenhum delito, provado, com julgamento competente e desfecho conhecido, fica sem castigo ou punição. Todos acreditamos que assim venha a ser uma vez que o caso está entregue à Justiça. Pelas medidas preventivas tomadas, não estou a ver grandes hipóteses de absolvição. Aguardemos, no entanto.

Diferente seria se alguém com responsabilidade viesse, finalmente, dizer que meio mundo, neste mundo anda, há muito, a fazer vista grossa. Ou seja, a fingir que não percebe ou a deliberadamente ignorar o que bem vê."  ( JN )





18 novembro, 2014

Operação Labirinto

O labirinto de enlaces entre os diversos personagens que foram apanhados nesta enorme tramóia, bem merece o nome da operação.
Espera-se que a partir de hoje, algumas das situações mais dúbias, trazidas a público na comunicação social sejam esclarecidas e não continuem a ser meras suposições.
Ainda assim, como em todos estes casos, em que o mediatismo dos intervenientes e do tipo de crime praticados,  vão deixar de  alguma perplexidade sobre as medidas de coação aplicadas a cada um dos envolvidos.
Espere-se calmamente, porque, por enquanto a procissão vai no adro e muitos anos vai levar até chegar com alguns dos "santos" ao inferno da cadeia