08 novembro, 2010

Titanic I

José Niza escreve:
(Talvez se possa adaptar à euforia dos comentário de Marcelo à victória do PSD no acordo
do OE 2011)
"Era uma noite nórdica, loira e calma. No meio do mar o TITANIC vestia-se para a festa. As senhoras passeavam-se no convés ostentando jóias e sorrisos. Os cavalheiros, de smoking, saboreavam cognacs e havanos. A orquestra animava o baile inaugural do paquete mais moderno e mais seguro do mundo. O champanhe corria a rodos e a lua iluminava a efémera felicidade daqueles rostos.

Inesperadamente, um terrível estrondo. O TITANIC cambaleou e, do porão, subiram jactos de água. O pânico instalou-se por dentro da confusão da gritaria. Lentamente o barco afundou-se a pique nas entranhas do mar.

Tudo naquela viagem tinha sido cientificamente estudado, previsto e programado. Menos aquele iceberg gigantesco do qual – como aprendemos na escola – apenas se via uma quinta parte. Ele andava por ali a rondar, à espreita. Mas, nos festejos da festa, ninguém o pressentiu, ninguém o viu no fundo dos binóculos.

E no entanto, colossal, ele estava lá. "

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