09 fevereiro, 2010

Liberdade de opinião

Sem papas na língua, este comentário n  (O Jumento)

"Há poucos anos uma antiga ministra das finanças ameaçou ir fiscalizar todas as declarações de impostos dos jornalistas incómodos. Lembro-me da frase (cito de cor): " ...vejam lá os champôs e perfumes que compram nas farmácias e declaram como despesas de saúde...". Decerto muitos se lembrarão dessa fase extremamente democrática da história do país.

Lembro-me também da batalha travada por alguns puristas da ética democrática que perseguiram e exigiram a demissão de um político acusando-o de ter chamado "palermas" aos magnânimes deputados da nação.
No futuro vou lembrar-me de ter um representante português solicitado às altas instâncias europeias que ordenem aos governantes democráticamente eleitos para não beliscar (nem manifestar opiniões, nem sequer criticar) os pobres, honestos e desinteressados jornalistas, agrilhoados à busca desinteressada da verdade.
Eu realmente fico em brasa de cada vez que me querem tomar por parvo;
e não gosto que me estejam sempre a enterrar na lama (...e a calcar mais e mais!);
e desprezo quem quer ganhar na secretaria e por campanhas orquestradas o campeonato que perdeu no jogo jogado;
e abomino os sinais detectáveis de corporativismos abjectos.
Dão-me comichões quando o governo que ajudei a eleger se conforma em deslizar de cedência em cedência aos interesses instalados, mesmo que seja altura de torcer em ver de quebrar.
Começo a crer que em cima da mesa tão rapada vai tomando destaque a hipótese de exigir dos portugueses uma clarificação, um vislumbre do futuro. Um vai-ou-racha. Um "faça-se Portugal".
Às vezes fico tão drástico..."

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