26 fevereiro, 2010

Miguel Sousa Tavares

Para mais tarde recordar.

Irritou-se com algumas perguntas.

Ora leiam.

"Mas sobre o branqueamento de imagem, diz-se que Sócrates saíu fortalecido...

Vou tentar responder sem me irritar... Para não me acusarem de ser José Sócrates. Se não entrevistamos é porque estamos a ser cúmplices do silêncio dele. Se entrevistamos, quando toda a gente queria a entrevista, é porque pode ser um branqueamento... Nem comento. Ou comento. Bardamerda. Adiante.

...

Os casos de Manuela Moura Guedes e Mário Crespo não foram censura?

Você acha? Há um director de jornal que recusa publicar uma crónica e, no dia seguinte, o texto está no site do Instituto Sá Carneiro e, uma semana depois, editado em livro. Eu já vivi num país com censura, já conheci países com censura, e não me lembro de censura assim. E quando vejo a Manuela Moura Guedes ter direito a 20 minutos em directo do telejornal para dizer que há censura... Sinceramente, tomara a líder da oposição birmanesa.

O que se passa então agora entre a classe política e a classe jornalística?

...um director de jornal recusou publicar uma crónica do Mário Crespo

...Eu não publicava. Já fui director, e não me considero um ditador nem um censor, e não publicava. Porque se publico um artigo desses, amanhã qualquer jornalista meu pode vir dizer 'fulano, que não posso dizer quem é, ouviu isto num restaurante'. E o meu jornal é uma coisa baseada em fontes anónimas de restaurante. Não pode ser.  

E ele sabe do que fala, ora aí está outra

""Mas a sua crítica é ao facto de virem a lume conversas que estavam em segredo de justiça?

Isso é o ponto número 1. Ponto número 2 é como se faz um jornalismo com base nisso. No outro perguntavam-me o que faria se me tivessem enviado as escutas. Era muito simples. Pedia ao jornalista que investigasse. Não publicava assim. Agora, ter um amigo no Ministério Público ou na Polícia Judiciária que, à socapa, lhe manda o processo das escutas, isso não tem nada de investigação. Nada. Não venham cá falar do rigor jornalístico. Isso são balelas, tretas.""

Há mais, muito mais em (CM)

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