24 setembro, 2012

Passos Coelho será mesmo burro ou faz-se?


 Este homem desconhece a existência da crise?
 
"Interrompida a novela TSU, preparemo-nos para os próximos capítulos: hoje, na reunião da concertação social, o governo apresentará outra medida que acabará por ser mais do mesmo, para forçar a redução dos salários dos privados em proporção igual à dos públicos. Embora o recuo da fórmula TSU seja bem-vindo, os objectivos irrealistas acordados com a troika vão conduzir à continuação da retirada de recursos aos cidadãos para que estes paguem a crise internacional, a crise do euro, as malfeitorias dos contratos das PPP, as auto-estradas onde não passam carros, os assessores governamentais de várias extracções que têm direito a dois subsídios por contrato expresso no "Diário da República" e, claro, os juros extraordinários "aos nossos credores". Etc.
Na novela em curso, coexistem várias tragédias: foi assinado um programa da troika com objectivos impossíveis de concretizar (vide o alucinado tecto de défice de 2,5% em 2014) a menos que toda a gente emigre, se feche o país ou se reconduza a condição social média dos portugueses aos gloriosos anos 60. Depois, está em funções um governo temeroso e incapaz de negociar com a troika qualquer coisa mais aceitável, dotado de um profundo e quase incrível desconhecimento sobre como funcionam variáveis básicas da economia – a teoria da procura, por exemplo.
Já tínhamos levado com o pasmo do extraordinário Gaspar sobre o aumento do desemprego. Aparentemente, os conhecimentos da teoria económica não foram suficientes para prever que a instalação de um programa destes em Portugal (como já tinha acontecido na Grécia) levaria ao disparar do desemprego, à diminuição do consumo, ao aumento das prestações sociais e a uma quebra grave da receita fiscal.
Mais recentemente, o espanto de Passos Coelho com a queda abrupta das vendas de automóveis é um condensado de toda a nossa tragédia presente: "Até Julho, tivemos uma quebra de receitas de cerca de 1,2 mil milhões de euros. Mais de metade derivou de não se terem vendido automóveis. Quase 700 milhões perderam- -se por não se terem vendido automóveis, apesar de haver pessoas que os podiam ter comprado".
Quem iria comprar automóveis? Aqueles que querem viver "acima das suas possibilidades"? Os de-sempregados? Os aterrorizados com o rumo escolhido para enfrentar a crise? www.ionline.pt (IIIIonline)
"

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