Meus Prezados Amigos,
Um pouco farto de ver e ouvir certas histórias, que pressentia, mal contadas, decidi-me a fazer as minhas contas a partir das Fontes Oficiais (INE e EUROSTAT).
Tem sido dito que os Pensionistas e os Reformados junto com as Despesas de Pessoal do Estado significariam, em conjunto, cerca de 75% a 78% das Receitas Públicas, fui então verificar.
Ora sendo eu um cidadão preocupado com o desenvolvimento do meu País e com o Bem-Estar dos portugueses, achei que este número, a ser verdade, seria muito elevado e traria restrições severas a uma Política de Desenvolvimento e de Crescimento a Portugal.
Mas depois de tanto ouvir, comecei a achar estranho que estes números fossem repetidos até à exaustão. E decidi investigar eu próprio da veracidade de tais números.
Eis os Resultados:
(1º) QUADRO nº 1 - Pensões e Reformas
PENSÕES e Reformas | 2011 | 2012 | 2013 |
P.I.B. | 237,52 € | 212,50 € | 165,67 € |
PENSÕES | 13,20 € | 13,60 € | 14,40 € |
Peso % - s/ PIB | 5,56% | 6,40% | 8,69% |
Total de Receitas | 77,04 € | 67,57 € | 72,41 € |
Peso % - s/ T. Receitas | 17,13% | 20,13% | 19,89% |
Meu comentário:
Qual não foi o meu espanto quando face a doutas (agora verifico que pouco doutas) opiniões de Economistas do Regime, de Jornalistas (ditos de economia) e de Políticos (estes sem grande surpresa minha) em que todos coincidiam em que esta Rubrica rondaria os 30% a 35% das Receitas do Estado e cerca de 15% a 17% do PIB, vim a verificar os resultados do Quadro nº 1 que acima publico.
Isto é: as Reformas e as Pensões, mesmo numa Economia em Recessão, significaram entre os 20,13% e os 19,89%. Muito longe, portanto, dos anunciados 30% a 35%.
Mas se a análise for feita sobre o PIB então o seu significado variou, repito num quadro de uma Economia em Recessão, entre os 8,69% e os 5,56%. Portanto muito longe do anunciado pelos "especialistas".
A coberto dessas pretensas "realidades" foram cometidos os mais soezes ataques a esta parte da população portuguesa. Parafraseando o Prof. Doutor Adriano Moreira – "esbulho".
NOTA: Por uma questão de educação não quero adjectivar as declarações sobre a matéria da Srª Ministra das Finanças e seu antecessor, nem do Sr. 1º Ministro, já que os restantes declarantes não me merecem qualquer respeito.
(2º) QUADRO nº 2 - Despesas com Pessoal do Estado
PESSOAL | 2011 | 2012 | 2013 |
P.I.B. | 237,52 € | 212,50 € | 165,67 € |
Despesas c/ Pessoal | 11,30 € | 10,00 € | 10,70 € |
Peso % - s/ PIB | 4,76% | 4,71% | 6,46% |
Total de Receitas | 77,04 € | 67,57 € | 72,41 € |
Peso % - s/ T. Receitas | 14,67% | 14,80% | 14,78% |
Meu comentário:
Devo confessar que aqui, nesta rubrica, o meu espanto ainda foi maior, dada a prolixa comunicação sobre este tema proferida pelos actores acima referidos.
E feitas as contas, (quadro nº 2 acima), e juntando então os dois, os resultados são na verdade os seguintes: (Quadro nº 3)
PENSÕES + Desp. PESSOAL | 2011 | 2012 | 2013 |
P.I.B. | 237,52 € | 212,50 € | 165,67 € |
PENSÕES + Desp. PESSOAL | 24,50 € | 23,60 € | 25,10 € |
Peso % - s/ PIB | 10,31% | 11,11% | 15,15% |
Total de Receitas | 77,04 € | 67,57 € | 72,41 € |
Peso % - s/ T. Receitas | 31,80% | 34,92% | 34,66% |
Ou seja: a SOMA das Pensões e Reformas com as dos Custos de Pessoal do Estado, somam (numa Economia em Recessão) entre os 34,92% (incluindo aqui as indemnizações de mútuo acordo das rescisões então efectuadas) e os 31,80% sobre as Receitas Totais do Estado;
e entre 15,15% (incluindo aqui as indemnizações de mútuo acordo das rescisões então efectuadas) e os 10,31% sobre o Produto Interno Bruto.
OU SEJA:
Menos de Metade dos números anunciados pelo Sr. 1º Ministro e seus Ministros das Finanças, para falar de actores políticos relevantes, deixando de lado as personalidades menores que pululam nas Televisões, Rádios e Imprensa escrita que passei assim a tratar dada a sua falta de seriedade intelectual.
E a coberto disto se construiu uma Política do agrado do Sistema financeiro, por razões e números que aqui não vou referir, e dos Credores (por razões que aqui também me dispenso de enumerar).
CONCLUSÃO:
Estamos a ser enganados deliberadamente por pessoas que têm e prosseguem uma filosofia política bem identificada e proveniente dos teóricos da Escola de Chicago (a Escola Ultra Liberal), apesar de um dos seus maiores expoentes, o Sr. Alan Greenspan – ex- Governador do FED (Reserva Federal Norte-americana) ter pedido desculpa por ter acreditado nela e ter permitido os desmandos do sector financeiro que nos trouxeram até às crises das Dívidas Soberanas, embora ajudados pela subserviência, incúria e incompetência de boa parte das classes políticas ocidentais.
Espero ter sido útil neste meu escrito. Na verdade sendo um homem da Direita Conservadora o meu primeiro Partido é Portugal. Os Partidos Políticos são, para mim, apenas Instrumentos para o engrandecimento de Portugal. Se não cumprirem esta missão então, para mim, não servem para nada. E vejo, com extremo desgosto, o meu próprio Partido – o CDS-PP, metido nesta situação degradante para Portugal e para os Portugueses sabendo que há alternativas. E acima de tudo odeio a mentira.
Está na hora, na minha opinião, de reformar e modificar o sistema político vigente, sob pena de irmos definhando enquanto Nação Independente.
Com os meus melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Gestor
Doutorado em Estudos Europeus (dominante: Economia)
Auditor de Defesa Nacional