10 janeiro, 2011
09 janeiro, 2011
Cavaco Silva, o mesmo homem que…
O homem que em 23 de Dezembro afirmou na SIC "Sou um Presidente que nunca entrou em nenhuma jogada politico-partidária", é o mesmo homem que, no Verão de 2009, deu luz verde a um seu assessor para desencadear no jornal Público a "jogada politico-partidária" mais torpe, mais ignóbil, mais reles, mais suja e mais cobarde que alguma vez se viu desde o 25 de Abril. Ao autorizar que um membro do seu gabinete fosse "vender" ao Público a inventona de que o Palácio de Belém e o próprio Presidente estavam a ser escutados pelo Governo – e ao fazer isto em plena campanha eleitoral para as legislativas em que a sua amiga e ex-ministra Manuela Ferreira Leite concorria contra Sócrates – o Presidente lançou um órgão de soberania contra outro órgão de soberania. E até provocou estragos imediatos. Não fora a intervenção do Diário de Notícias que, com documentos, desmontou toda a tramóia, talvez o feitiço não se tivesse virado contra o feiticeiro.
O homem que em todas as ocasiões e entrevistas se auto-elogia como se fosse um Nobel da Economia, é o mesmo homem que – ainda alguém se lembra? – foi ministro das Finanças de Sá Carneiro e da AD. E o que então aconteceu? A sua sapiência e governação financeira foram tais e tantas que, quando a AD, em 1983, perdeu as eleições para o PS, a primeira coisa que Mário Soares e Ernâni Lopes tiveram de fazer foi chamar o FMI.
O homem que, enquanto Primeiro Ministro, negou à viúva e aos filhos de Salgueiro Maia uma pensão de alimentos, é o mesmo homem que, nessa mesma ocasião, atribuíu pensões a dois esbirros da PIDE. E é também o mesmo homem que nunca, num 25 de Abril, alguém viu com um cravo vermelho na lapela.
O homem que, por eleitoralismo, jura defender o Estado Social, o Serviço Nacional de Saúde e o Ensino Público para todos os Portugueses, é o mesmo homem que, há dias, num debate com Manuel Alegre, reduziu o SNS ao universo das Misericórdias e a Educação Pública a pouco mais do que aos colégios privados.
O homem que há anos foi convidado para comprar acções à SLN – Sociedade Lusa de Negócios, dona do BPN – as quais, tempos depois, esta benemérita Sociedade lhe comprou com uma valorização de 140%, é o mesmo homem que não percebeu que, num banco a caminho da falência, não podiam haver rentabilidades tão altas. A não ser que fossem só para alguns. O que foi o caso.
O homem que há dias na televisão condenou com grande violência a actual administração do BPN por não ter conseguido ainda recuperar as finanças do falido banco, é o mesmo homem que, até aos dias de hoje, não teve sequer uma única palavra para condenar os seus amigos do BPN e ex-ministros – a começar por Oliveira Costa, fundador do banco – pela gestão criminosa que levou a um buraco de 5 mil milhões de euros que todos vamos ter de pagar. E é também o mesmo homem que – sabe-se lá porquê – até fez um deles Conselheiro de Estado.
Em países com uma ética democrática mais exigente – como são, por exemplo, os Estados Unidos – o homem de que vos falo não chegaria sequer a candidato à Presidência.
Numa recente intervenção televisiva – e insultando todos aqueles que se permitem criticá-lo, nos quais eu me incluo – proclamou: "Para serem mais honestos do que eu têm de nascer duas vezes!"!
Pois – como "quem não se sente não é filho de boa gente" – eu também lhe digo que, para ser mais honesto do que eu, terá de nascer, pelo menos, umas quatro vezes.
Vila Fria – Comissão de Moradores
Não queríamos pensar que a Comissão de Moradores se auto-extinguiu no exacto momento em que foi criada, mas parece que tal aconteceu.
Foi criada a meio do mês de Setembro de 2010 e, passados todos estes meses, não terá ainda tido tempo de dar notícia pública ou privada da sua existência?
Lamenta-se o facto. Espera-se que venha a público informar do que se está a passar.
Vamos aguardar.
Passos Coelho voltou de férias
Já se tinha notado a sua ausência para umas férias.
Voltou. Não querendo ajudar Portugal e o Governo a superar a crise, mais não fez que meter mais umas cunhas para ajudar os especuladores.
Pelos vistos concorda com a pressão dos governos de França e Alemanha, (os donos da União Europeia), não os condenando. Procura antes, condenar antecipadamente o Governo Português.
Era uma boa altura de deixar de ter tanta preocupação com o penteado e com a pseudo linguagem gestual que usa em cada momento que fala para a comunicação social e pensar mais no seu país.
Como disse o Rei de Espanha; porque não te calas?
"Ontem, a revista alemã "Der Spiegel" noticiou que os Governos alemão e francês estão a pressionar Portugal a pedir a ajuda da zona euro e do FMI. Hoje, o líder social-democrata considera, em entrevista ao "Diário de Notícias" e TSF, que "se nós precisarmos de recorrer à ajuda externa, significa que a estratégia que estava a ser seguida, ou a ausência dela, falhou". E acrescenta: "quem conduz o país a uma situação dessa natureza não tem condições para poder, no dia a seguir, liderar a recuperação"." (Publico)
Cavaco Silva – nasceu duas vezes
Com toda esta trapalhada, Cavaco Silva, ficará na história recente como o Presidente da República que ficará com mais buracos negros" no seu curriculum – Escutas, estatuto dos Açores e BPN.
Que se cuide, porque a sorte de ir à Figueira da Foz fazer a rodagem do Citrôen e vir de lá como Primeiro Ministro, com meio caminho andado para Presidente da República, pode não voltar a repetir-se.
Está a ficar com a "alma impoluta" muito suja.
08 janeiro, 2011
Juízes, Médicos, professores, sindicalistas e mais…
São sempre os mesmos.
Os mais bem pagos, os que trabalham sem horários ou com horários a seu belo prazer.
Os que tem emprego assegurado, pago directamente do bolso dos contribuintes, os que tem "trabalho" nesse grande patrão, a maior empresa deste amargurado país, que é o Estado.
Aqueles que tem a sua reforma sempre em mente, muitos deles não precisando de trabalhar muito e não muitos anos.
Uns bons milhares de sindicalistas, eles também pagos pelo patronato "Estado", vivendo também do "orçamento de Estado"
São todos esses que com o argumento da inconstitucionalidade da situação, já tendo as suas mordomias asseguradas, não querem contribuir para a resolução da situação do país.
Estes deveriam ter um pouco de vergonha, deixando de olhar apenas para o seu umbigo e verificar que a seu lado, os pensionistas e os desempregados não podem utilizar os seus sindicatos para utilizarem os tribunais com as providências cautelares para travar a sua prestação ao país com os cortes nos salários.
Alguns, sérios e honestos intelectualmente, ainda se podem envergonhar, mas há por aí muita dessa gente, trabalhadores, mas acima de tudo, empregados, que nunca virão a sentir vergonha das atitudes que tem tomado.
Muitos desses, são os que tem ajudado e muito, a afundar este país.
Cavco Silva – as más acções
Valente n "O Publico"
«[...] sem dúvida nenhuma que as relações do Presidente da República com o pestífero banco vão envenenar o seu próximo mandato. Talvez durante meses, talvez durante anos. Não tardará, por exemplo, que o público e os políticos se apercebam de que personagens centrais do cavaquismo foram também personagens decisivas da tranquibérnia do BPN e que, mesmo dando de barato a sua inocência e virgindade, um homem que mandou no país como primeiro-ministro não os devia deixar à solta e, sobretudo, não devia comprar e vender acções da Sociedade Lusa de Negócios (dona da coisa), com o estapafúrdio lucro de 140 por cento, de que em princípio ele — com o seu doutoramento de York e a sua celebrada passagem pelo Terreiro do Paço — devia desconfiar.
Verdade que 300 mil euros não são uma fortuna e que a excitação da época levava com naturalidade a excessos lamentáveis. Só que a alegada candura de Cavaco não o recomenda. Quem se envolveu [...] na trapalhada do BPN não é aparentemente a criatura indicada para superintender, com o seu conselho e a sua prudência, a economia de Portugal inteiro. Quem nos garante que do assento etéreo a que tornará a subir não sairão opiniões ruinosas para o país? Quem nos garante que esse primoroso economista que tanto respeitávamos não se deixará enganar por um trafulha qualquer da Venezuela ou da Líbia? O dr. Cavaco pede confiança aos portugueses; e faz muito bem. Mas, com o caso do BPN perdeu ele próprio a confiança dos portugueses.»
e
coincidências
José Oliveira e Costa, ex-presidente dos conselhos de administração da Sociedade Lusa de Negócios e do Banco Português de Negócios, está a ser julgado por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, infidelidade, fraude fiscal qualificada e compra ilícita de acções. O julgamento decorre a partir de 19 de Janeiro -- em cima das eleições presidenciais, nas quais o BPN adquiriu aparatoso protagonismo.
Principal arguido do processo que visa averiguar responsabilidades da ruína do banco, Oliveira e Costa é acusado de se ter servido deste para "obtenção de poder pessoal e influência nas áreas financeira e de realização de negócios, aceitando conceder a terceiros que com ele colaborassem dividendos retirados do BPN ainda que em prejuízo do banco". Ou seja, de favorecer terceiros com dinheiro que não era seu.
Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do governo de Cavaco, o arguido é – ou foi – um "próximo" do Presidente. A ponto de ter sido ao responsável máximo da SLN, que, a crer nos documentos tornados públicos pelo Expresso em Maio de 2009, Cavaco solicitou, e cito, "a venda das 105.378 acções da SLN de que sou titular e que se encontram depositadas no BPN, conta nº 6196171". Sem cotação oficial, as acções terão sido negociadas pelo valor determinado pela SLN, ou seja, aparentemente, por Oliveira e Costa, que assim funcionaria como corretor privado de Cavaco, seu gestor de conta (dado movimentar a conta do agora presidente) e ainda como comprador – se, como tem sido afirmado, as acções foram reapropriadas pela SLN.
De acordo com o Expresso, o valor de venda foi de 2,4 euros, o que, aceitando como valor de compra em 2001 (quando Cavaco tomou posse delas) um euro, equivale a 140% de lucro. Pode ser só coincidência que tão impressiva mais valia tenha surgido no contexto de uma relação estreita com alguém acusado de distribuir favores, por via de burlas e apropriações indevidas, "a quem com ele colaborasse"; mas decerto não é disparatado solicitar sobre isto esclarecimentos.
O que se estranha é que Cavaco insista, desde 2008, quando o BPN se afundou e Oliveira e Costa foi detido (precipitando a queda de Dias Loureiro, então do Conselho de administração da SLN e do Conselho de Estado) em afirmar nunca ter comprado nem vendido nada ao BPN, omitindo sempre as acções que deteve na SLN. Nem instado por Alegre a esclarecer o negócio que fez com/através de Oliveira e Costa as menciona: prefere apelidar as perguntas de "desonestas" e de "campanha suja". Ora não só estes termos indiciam que vê "sujidade" no tema das acções – redobrando o interesse no questionamento – como a recusa de resposta ecoa a forma como o Presidente lidou com outro assunto sujo, esse politicamente muito mais relevante: o das escutas. E se sobre esse, apesar de nada ter esclarecido, pouco ficou por perceber, não sirva o BPN para o dar por esquecido.
07 janeiro, 2011
Cavaco Silva - candidato
Deu o dito por não dito.
Nada adiantou sobre a margem de lucro que adquiriu, aliás, o ganho dos 145.000 € ficou abaixo de muitos outros accionistas.
Que negócio, este da SLN e do BPN!
A coisa não estava a correr bem e então vendeu? Diz um seu amigo, que está à frente da SLN valores, que outros venderam por valor superior as mesmas acções.
Nada disto tem explicação.
Melhor, a explicação está na falência do BPN.
Futebol é assim
Os €uros a "voarem" para o estrangeiro…
"O antigo empresário de futebol José Veiga e o ex-jogador João Vieira Pinto são acusados pelo Ministério Público dos crimes de fraude fiscal qualificada e de branqueamento de capitais, no âmbito da transferência do futebolista do Benfica para o Sporting, no Verão de 2000. O despacho de acusação implica ainda Luís Duque, então presidente da SAD "leonina", e Rui Meireles, à época director financeiro do clube de Alvalade, como co-autores de fraude fiscal."
06 janeiro, 2011
Justiça
Não será para "controlar" os juizes, mas passa a saber-se o tempo infinito que muitos processos levam nas prateleiras dos tribunais.
Porquê? Vamos lá saber.
"Criado sistema que calcula tempo médio processos em tribunal
Um grupo de cidadãos criou um sistema de cálculo online que permite visualizar a duração de processos judiciais em várias comarcas para ajudar a compreender melhor a Justiça em Portugal.
O sistema permite calcular, por exemplo, a duração de processos por área geográfica, assim como por tipo de processo, permitindo saber que um processo civil nos Juízos Cíveis de Lisboa tem uma duração média de 62 meses, enquanto em Coimbra o mesmo processo demoraria 19 meses.
«Apercebemo-nos que a justiça é uma das áreas mais faladas e vemos casos de processos que duram 20 anos. Achámos que sendo nós da área das Tecnologias de Informação, poderíamos desenvolver uma ferramenta que permitisse conhecer melhor o sistema», disse à Lusa Paulo Trezentos, professor assistente do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) e um dos autores do projeto"
BPN – acções do Sr Silva
As acções do Sr Silva, vistas por Jardim.
"Acho uma campanha suja", sustentou o líder madeirense, argumentando que qualquer cidadão tem direito de vender acções de que seja proprietário quando quiser.
"Estávamos numa altura alta da Bolsa, ele é um homem que sabe de Economia e Finanças, sabe ler a Bolsa melhor que qualquer um de nós, sabe fazer as suas previsões económicas e como qualquer cidadão quando chegou ao momento que entendeu que era bom vender, vendeu", disse."
BPP
Teresa Caeiro terá que pedir desculpas a Manuel Alegre. Não se pode falar, só por falar.
Não misturar alhos com bugalhos
Esta manhã, ouvido pela TSF, Manuel Alegre explicou a questão da alegada publicidade ao BPP. Ainda mais esclarecedores foram os depoimentos de Nuno Artur Silva (gravado) e de Pacheco Pereira (não gravado) também na TSF. Convém, portanto, reter os seguintes pontos:
1. Foi pedido, pela agência BBDO, a inúmeras figuras públicas que escrevessem um texto literário em que fosse abordada a sua relação com o dinheiro.2. Como fez questão de frisar Nuno Artur Silva, em nenhum momento foi transmitido pela agência em causa que os textos literários seriam usados em publicidade. O director das Produções Fictícias admitiu, entre outras hipóteses, que os textos fossem canalizados para um suplemento, com o patrocínio do BPP, de um jornal.3. Quando Manuel Alegre viu o seu texto aparecer, à semelhança dos textos de muitas outras figuras públicas, numa campanha de publicidade, exigiu à agência que o seu fosse retirado da campanha, o que aconteceu.4. Ainda assim, foi-lhe depois enviado um cheque de 1.500 euros para pagamento do texto que escrevera. Manuel Alegre devolveu de imediato o cheque.5. Sendo Manuel Alegre deputado, a Comissão de Ética da Assembleia da República não questionou nunca o comportamento de Manuel Alegre.Tudo está bem quando acaba bem.