09 outubro, 2014

Carlos Costa - o dito por não dito

Nem queria acreditar no que ouvi este senhor dizer:  O BES estava de boa saúde…para os depositantes.

Este Portugal está transformado num autentico enxame de contorcionistas da palavra

 

Maria Luís Albuquerque e Carlos Costa foram ouvidos no parlamento. Tudo ficou novamente por esclarecer

Cinco horas de audição no parlamento não foram suficientes para começar sequer a tirar um bocadinho da poeira que envolve o caso BES. Carlos Costa e Maria Luís Albuquerque foram ontem ouvidos na comissão de Orçamento e Finanças, que visava esclarecer a saída da equipa de Vítor Bento do Novo Banco. Mas aquilo a que se assistiu foi a uma audição preliminar da comissão de inquérito que arranca nos próximos dias.

Ontem de manhã o "Diário Económico" noticiou que a decisão de resolução do BES chegou à Direcção-Geral da Concorrência (DGComp) dois dias antes de a negociação das acções ter sido suspensa, e a partir daí Vítor Bento ficou esquecido. Os deputados confrontaram os responsáveis com a informação e Carlos Costa foi categórico: "Faço um desmentido formal de que tenha havido qualquer decisão antes do dia 1 [de Agosto] ao início da tarde."

Já Maria Luís Albuquerque refugiou- -se no facto de o assunto "não fazer parte da ordem de trabalhos da comissão" para remeter esclarecimentos para Bruxelas. Recorde-se que o governo é o único interlocutor da DGComp nestes casos. Na mesma ocasião, a ministra das Finanças aproveitou para voltar a elencar responsabilidades quando confrontada pelos deputados com o modelo escolhido para resgatar o banco então liderado por Ricardo Salgado. "Quem decide o modelo é o Banco de Portugal e nunca o governo." Mas não deixou de, com ironia, responder à provocação da deputada Mariana Mortágua (BE), que acusou o governo de fazer os contribuintes pagarem mais um resgate no sistema financeiro. "Se bem percebi, devíamos ter adoptado uma medida que imediatamente colocasse os custos nos contribuintes, ao invés de uma solução que com muitos 'ses' pode atirar alguns custos para os contribuintes", ironizou. Maria Luís Albuquerque recusou-se ainda a atribuir um valor ao Novo Banco. "Até que o Novo Banco seja vendido, mantém-se a incerteza em relação ao valor dessa venda. É preciso ter muito cuidado para não desvalorizar a instituição. Até que a instituição seja efectivamente vendida, podemos todos, incluindo os mercados, especular sobre eventuais valores." A ministra esclareceu ainda que o Novo Banco tem um limite máximo de dois anos de vida, uma vez que é um banco de transição, e que "uma instituição de transição é algo que deve permanecer pelo tempo estritamente necessário". (IIIIII)

 

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