04 novembro, 2012

Portugal - o defunto

Analisando a situação de Portugal e dos portugueses, nada é mais parecido com um funeral.
Enquanto um enorme rol de carpideiras em tudo semelhantes às da moda antiga, vão debitando no dia a dia aos pés do morto as suas cantilenas, o responsável pela encomenda do morto às almas, vai fugindo da maioria dos familiares do defunto. Ora não saindo de casa ou quando é mesmo obrigado a fazê-lo, resguarda-se dos nomes que a todo o momento aqueles lhe chamam quando o encontram. São tantos e variados os impropérios, que um qualquer dicionário de calão não seria suficiente para os catalogar todos.
Enquanto o defunto, está em câmara ardente, embrulhado num lençol já esfarrapado e tendo como último resguardo material um caixão feito de madeira de pinho,os familiares  e muitos amigos, choram as mágoas da desgraça do seu familiar, por ter sido tão maltratado por alguns dos seus subordinados, enquanto chefes e executantes do crime que originou a sua morte.
Cá fora, como habitualmente, uma turba de amigos e conhecidos  do defunto, vão contando entre si e ao despique, um rol de anedotas, algumas deles sobre o próprio defunto, em alegre cavaqueira, fazendo passar o tempo.
As televisões foram chamadas para acompanhar o defunto até à sua última morada e nem aqueles que vieram da estranja numa tentativa errada de o salvar da doença fatal que o vitimou, deixaram de estar presentes, tentando com isso fazer esquecer que foram os seus remédios que abreviaram a sua morte.
Conta-se que mais dia menos dia, parte destes responsáveis, serão tratados como criminosos compulsivos e serão chamados a prestar contas com a Justiça.
Muitos dos familiares reclamam justiça popular para os criminosos e não fora, já por diversas vezes a intervenção das polícias, essa justiça já tinha sido aplicada.
Vai ainda demorar uns tempos até que o corpo seja sepultado, pois ainda há dúvidas sobre a verdadeira causa da morte, embora a voz comum deixe a indicação de que a medicação aplicada ao defunto, não teria sido a mais apropriada  ou dada em doses em excesso.
Aguardam-se notícias.

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