27 maio, 2007

Palradores

Nas cogitações domingueiras, mais profundas em sentido e significado, pelo facto de este Domingo, à tarde, se apresentar chuvoso, passou pelo meu pensamento, algo que, desde há muito, tem estado na primeira página das minhas preocupações.
Recordações dos meus tempos de infância, agora que vou envelhecendo a uma velocidade supersónica, chegam-me amiudadas vezes.
“Palra pega e papagaio, etc, etc. “, poema que nos meus tempos de menino, era aproveitado para a aprendizagem das “vozes dos animais”, tem-me chegado ao pensamento bastas vezes.
Voltando atrás, às cogitações duma tarde enfadonha de Domingo, com a final da Taça de Portugal em futebol, entre dois dos ditos grandes do desporto rei, mas não das minhas predilecções futebolísticas no pequeno ecram da TV, sem me prenderem aquela caixa que abalou o Mundo, fiquei a pensar no que a seguir, afinal, tem a ver com tudo isto.
Entre as duas partes da partida de futebol, a publicidade ao programa do Senhor Professor, aí se fez representar. O Senhor Professor de Direito, o Professor Marcelo, também ele, em tempos candidato derrotado às eleições à Câmara Municipal de Lisboa. Recordam-se que deu uns mergulhos, ali para as bandas de Belém ou Alcântara, nas aguas poluídas e conspurcadas do Rio Tejo ?
Pois hoje, também continua a dar uns mergulhos na inteligência de cada um de nós.
Não só dá uns mergulhos, como também irá ganhando uns cobres, hoje, escudos, travestidos de €uros, à conta dos muitos basbaques que continuam a apreciar os comentários cósmicos do Professor.
Não pensei só nele, recordei, muitos dos que passaram a viver e continuam a viver, por conta e ordem desse trabalho desgastante de “palrador” cosmico-universalista-desportista.
São muitos os que ainda, com o compadrio e a complacência de outros tantos, assim vão vivendo, pouco ou nada fazendo, mas tirando o proveito e o dividendo, material e político da sua aparição nos órgãos de comunicação social deste nosso país.
Assim, vão envelhecendo à volta dos diversos programas nas rádios e televisão, aproveitando para nos intervalos, fazerem uns biscates nas Câmaras Municipais, nas Juntas de Freguesia, nos clubes de Futebol, nos partidos políticos, etc. etc.
Exemplos deste tipo de publicidade enganosa pululam pelos diversos “media” do nosso “bairro”.
Para mim, quando um qualquer produto de qualquer marca, aparece pela primeira vez no mercado, com ofertas publicitárias, é de aproveitar.
De início para que o “Zé Povinho” não seja enganado, o produto que está dentro da embalagem, é bom.
Passados uns tempos, quando a marca já está implantada, não se pode comparar o produto da antiga publicidade com o actual produto que enche a embalagem, embora esta, às vezes, seja a mesma.
Palram pega e papagaio, pois. . .
À grande maioria deles, “palradores”, quem os viu e quem os vê. Estão mesmo envelhecidos, de corpo e de alma.
E foi nisso que pensei.

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