15 março, 2010

Marcelo

Ontem ele sabia que o PSD ainda não se encontrou

Desde há muito que Marcelo quer ser Presidente da República.

Helena Matos escreve assim:

a 1) Existem em todos os partidos. São os homens que estiveram para ser. Como Jaime Gama, que desistiu horas depois de ter aceitado substituir António Guterres. Outros que não quiseram ser, como Amaro da Costa, que convenceu Freitas do Amaral a liderar o CDS. E outros ainda, como Salgado Zenha, que só demasiado tarde percebem que se enganaram quando usaram o seu talento para que outros fossem líderes.

Mas nenhum desses casos se equipara ao de Marcelo Rebelo de Sousa. Ele é o homem que podia ter sido tudo, que até à data deste congresso ainda podia ser quase tudo e que, ano a ano, tem visto as possibilidades irem minguando.

Cavaco Silva, muito menos eloquente do que ele, tornou-se Presidente da República deixando-o fora de uma corrida a Belém.

Durão Barroso, que saneava professores quando ele, Marcelo, já era um nome no Direito e nos jornais, tem hoje um reconhecimento internacional que Marcelo já não conseguirá.

E agora um Passos Coelho ou um Rangel, contra os quais ele, o senador, já não pode arriscar uma derrota, tornar-se-á provavelmente no próximo primeiro-ministro. E, contudo, ele, Marcelo, fez um dos melhores, senão o melhor, discurso deste congresso.

Mas afinal quem é Marcelo Rebelo de Sousa?

O comentador com mais audiência.

Um excelente professor.

Fundador e líder de um partido.

Mas nada disto é suficiente para explicar a familiariedade, mais do que popularidade, do homem que os portugueses conhecem como "professor Marcelo".

Nos 5.707.961 alojamentos que, segundo a Pordata, existem em Portugal ele poderia entrar em todos e pendurar o casaco com a naturalidade de quem é um pouco lá de casa. E é.

Ele é talvez o mais português de todos os portugueses: alguém que poderia ter sido quase tudo o que ambicionou mas no momento de avançar ficou preso das suas palavras. (Publico)

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