Saiu da Câmara de Cascais, mas, vai mandando os seus recados.
Deve contar com o BE, o PSP e o PEV, será?
Saiu da Câmara de Cascais, mas, vai mandando os seus recados.
Deve contar com o BE, o PSP e o PEV, será?
Uma lição para os seus muitos detractores.
O homem está aí para as curvas…
"José Sócrates obteve uma vitória clara nas eleições directas para o cargo de secretário-geral do PS, conseguindo mais votos expressos e mais delegados do que em 2009, anunciou a Comissão Organizadora do XVII Congresso Nacional do partido."
"Respira-se um clima de angústia e medo, de revolta e insulto, de desorientação tal que potencia a demagogia, o populismo, a promessa fácil, a vitimização, o grito histérico, a manipulação e o golpismo.
Gostaria de pensar que esta campanha eleitoral seria muito diferente da baixeza sórdida que marcou a anterior para as presidenciais, mas temo que seja ainda pior. Porque ela se vai centrar em dois protagonistas, Sócrates e Passos Coelho, e porque as outras forças políticas, particularmente os comunistas e os bloquistas, têm a estratégia de sempre: quanto pior melhor, o parlamento é um mero pretexto e é na rua, com a revolução popular, que a vida do País se resolve, destruindo o Estado, com greves e mais greves, acenando com os amanhãs que cantam quando se sabe que seriam feitos de lágrimas e mais sofrimento.
Sócrates, goste-se ou não dele, é das figuras mais determinadas que alguma vez foi primeiro-ministro. Só lhe encontro paralelo com Sá Carneiro e Cavaco Silva. E como se vê, pelas eleições para o congresso do PS, é a vitória ou a morte política. Jamais o abandono, seguindo as pisadas de Guterres. Mesmo que venha propor um PS recauchutado, pouco pode andar longe do discurso e da proposta política por onde enveredou: lutar contra a entrada do FMI, coisa que lhe parece uma invasão de guerra, liderada por talibãs e dispostos a matar o País.
Passos Coelho surge como o novo rosto que pode ser uma nova esperança. Até pode conseguir uma larga maioria absoluta arrancada do descontentamento geral como, por outro lado, pode tropeçar no campo armadilhado
pelo seu próprio partido e pelo cinismo comentarista, confortavelmente instalado, que critica mas não faz. Precisa de pôr cá fora, com urgência, o seu programa de governo. Precisa de mostrar que tem a coragem para acabar com a desbunda que reina no aparelho de Estado.
Que tem força e energia para pôr na rua o exército de parasitas, preguiçosos, pessoalzinho medíocre que se alimenta dos favores partidários. Que tem força e energia para ser justo, acabando com os privilégios injustos, com o oportunismo e o compadrio. Que tem força e energia para impor o mérito. Logo na construção das listas para deputados do seu próprio partido para não acontecer a miséria a que assistimos nas últimas eleições. Porque neste momento tem Portugal à sua espera. E está sobre um tapete que rapidamente lhe pode fugir debaixo dos pés. "
"Sugerir, como o PSD e o CDS têm feito, que existe alternativa à dureza deste PEC IV via "emagrecimento do Estado" é pura demagogia, assassina da credibilidade (75% dos gastos públicos são com despesa social e função pública). Sugerir uma eventual subida do IVA para evitar o corte nas pensões é um erro tremendo, quer do ponto de vista da eficácia e da justiça (o IVA é um imposto regressivo e os pensionistas têm sido relativamente poupados), quer do ponto vista eleitoral (a subida do IVA é a medida que a esmagadora maioria dos eleitores julga mais penosa para o seu bolso, mostra uma sondagem da Católica)."
Mais uma facada na democracia.
Ainda não estão a governar, mas pela amostra, pode sentir-se o que vao ser o futuro nas rédeas deste PSD, gerido pela traquinice de um Presidente que em cada posição que toma, mais parece um catavento.
Os professores faziam o que queriam e o que bem lhes apetecia. Os bons e os maus recebiam o mesmo salário, o emprego garantido e as progressões na carreira garantida.
O PSD acordou e deixou que a avaliação seguisse em frente.
Hoje, numa mera caça ao voto, volta a misturar o tigo com o joio.
Podemos acreditar que a avaliação pode não ser a perfeita, mas existe. Obriga os profissionais do ensino a serem-no. A rebaldaria dos velhos tempos estava a findar.
Hoje irá tudo voltar ao antigamente.
Deita-se a baixo uma casa, que podendo não estar bem contruida, existe. Em troca, apenas a promessa de uma nova casa. Para quando e como, nada se sabe.
O PSD é assim e não vai mudar, como diz o Povo, está-lhe na massa do sangue.
Um pequeno exercíci de memória.
Quem não se lembra do terramoto que o PSD fez quando o Governo fez subir o IVA.
Agora, temos o aumento do IVA a preço de saldo de fim de estação.
O argumento de ontem jão não é o de hoje.
Será preciso ser "economista" para saber que o IVA ataca ricos, pobres, pensionistas, desempregados, salários milionários e salários minimos, doentes e saudáveis?
Ser esta figura que vai mesmo governar Portugal.
Será que a cada momento que fala se esquece do que disse anteriormente?
Vai aumentar o IVA e agora volta a falar na redução da despesa?
Tem todo o direito de discordar, mas... não pode ser "troca tintas"
Mesmo depois de morto, ainda lhe querem continuar a dar umas facadas.
Assim se vê a força... dos professores, na defesa dos seus muitos interesses e "mordomias".
"Mário Nogueira defende que não é altura de "aliviar pressões", mas até de "aumentá-las", embora "talvez para novos destinatários, aqueles que se preparam para a disputa eleitoral e terão de assumir agora os seus compromissos". "O tempo só será de esperança se não baixarmos os braços", afirmou, acrescentando que a Fenprof "mantém todos os protestos previstos"."
Não precisa de muito para aplicar o seu conceito de estratégia nacional. Desde o BE, o PCP, CDS/PP e o PEV, certamente que lhe vão estender a mesma mão que ajudaram o Governo a cair.
O que mais interessa é a forma de o fazer. Do conteudo pouco interesse deverá suscitar.
"O presidente do PSD defendeu hoje que a realização de eleições antecipadas conduzirá a um novo Governo capaz de aplicar "uma estratégia verdadeiramente nacional", com o apoio dos sociais-democratas e de quem se queira juntar a eles."
PSD, vai ter que descalçar a bota, mas quem vai pagar a factura do "menino" querer ser Primeiro Minsitro, é o Zé Povinho.
Não seria melhor o "menino" que continua com a pedra no sapato, por não ter sido reconduzido nas funções que lhe davam umas óptimas férias em Paris, passar mais tempo, no regaço da sua esposa, e deixar os seus comentários, para uns tempos mais tarde?
Não será caso para alguêm, que se possa intitular de jornalista, se lembrar de lhe perguntar: mas então qual era a sua solução, dê números, apresente os argumentos a favor e contra das suas sugestões, das suas críticas.
Recordo apenas, que antes do tremor de terra e do tsunami, o Japão estava de maravilha. Hoje, está, como está. adivinhar, é proibido.
Geração à Rasca - A Nossa Culpa - MIA COUTO
Um dia, isto tinha de acontecer.
Existe uma geração à rasca?
Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa
abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes
as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar
com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também
estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.
Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância
e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus
jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.
Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a
minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos)
vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós
1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram
nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles
a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes
deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de
diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível
cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as
expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou
presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o
melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas
vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não
havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado
com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.
Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A
vaquinha emagreceu, feneceu, secou.
Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem
Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde
não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar
a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de
aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a
pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e
da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que
os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade,
nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.
São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter
de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e
que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm
direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas,
porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem,
querem o que já ninguém lhes pode dar!
A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo
menos duas décadas.
Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por
escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na
proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que
o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois
correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade
operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em
sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso
signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas
competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por
não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração
que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que
queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a
diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que
este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo
como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as
foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não
lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de
montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o
desespero alheio.
Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e
inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no
retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e
nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como
todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados
pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham
bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados
académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos
que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e,
oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a
subir na vida.
E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos
nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares
a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no
que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida
e indevidamente?!!!
Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme
convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem
fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e
a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.
Haverá mais triste prova do nosso falhanço?
Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de
uma generalização injusta.
Pode ser que nada/ninguém seja assim.