11 novembro, 2010
10 novembro, 2010
Titanic III
Jose Niza escreve:
"É um injusto erro pensar que Portugal é o único e mau exemplo da excepção à regra. Não é. Então a Islândia não era o país mais rico do mundo? E a Irlanda não era o exemplo do país modelo? E a Espanha, aqui tão perto, não era para nós motivo de inveja e frustração? E a Grécia? E a Itália? E a Inglaterra? E os Estados Unidos?
Como na história do TITANIC – embora viajando em camarotes diferentes – todos os passageiros iam no mesmo barco. E todos se afundaram juntos.
Bem sei que o mal dos outros não deve servir-nos de consolo. Mas, pelo menos, é reconfortante sabermos que não estamos sós. Ou, como dizem as canções, “não, não sou o único” … “afinal havia outra”.
Porque todos cometemos os mesmos erros. Porque todos embarcámos nos TITANICS das ilusões. Porque todos fomos gastando o que não podíamos. E há muito que se acabaram as especiarias das Índias, o ouro do Brasil, a exploração das colónias. Ponto final.
Porque chegámos onde chegámos?
Simplesmente porque andámos muito tempo a divertirmo-nos nos luxos do TITANIC, o barco mais seguro do mundo. E porque nunca acreditámos em icebergues.
Ps:- Se foi possível ir buscar os mineiros chilenos ao fundo da mina, também é possível saírmos do buraco onde nos metemos. É possível. Mas é preciso tempo – muito tempo – muito trabalho, e muita preserverança "
"É um injusto erro pensar que Portugal é o único e mau exemplo da excepção à regra. Não é. Então a Islândia não era o país mais rico do mundo? E a Irlanda não era o exemplo do país modelo? E a Espanha, aqui tão perto, não era para nós motivo de inveja e frustração? E a Grécia? E a Itália? E a Inglaterra? E os Estados Unidos?
Como na história do TITANIC – embora viajando em camarotes diferentes – todos os passageiros iam no mesmo barco. E todos se afundaram juntos.
Bem sei que o mal dos outros não deve servir-nos de consolo. Mas, pelo menos, é reconfortante sabermos que não estamos sós. Ou, como dizem as canções, “não, não sou o único” … “afinal havia outra”.
Porque todos cometemos os mesmos erros. Porque todos embarcámos nos TITANICS das ilusões. Porque todos fomos gastando o que não podíamos. E há muito que se acabaram as especiarias das Índias, o ouro do Brasil, a exploração das colónias. Ponto final.
Porque chegámos onde chegámos?
Simplesmente porque andámos muito tempo a divertirmo-nos nos luxos do TITANIC, o barco mais seguro do mundo. E porque nunca acreditámos em icebergues.
Ps:- Se foi possível ir buscar os mineiros chilenos ao fundo da mina, também é possível saírmos do buraco onde nos metemos. É possível. Mas é preciso tempo – muito tempo – muito trabalho, e muita preserverança "
09 novembro, 2010
Titanic II
Jose Niza escreve:
Portugal está a bater no fundo. E não é de agora, já vem de longe, de muito longe.
Mas só agora, quando o icebergue da crise internacional destapou a realidade das contas do País, é que nos demos conta do tamanho do rombo que nos ameaça.
Não adianta nada estar agora a fazer julgamentos sumários, a atirar pedras aos que estão mais à mão, ou a apontar culpados. Porque, no fundo – uns mais, outros menos – todos fomos e somos responsáveis (excepto naturalmente aqueles cujas vidas já se afundavam mesmo antes do naufrágio).
O erro fatal foi a confusão que fizemos entre Liberdade e Prosperidade. É que a Liberdade não é nenhuma árvore das patacas. E pensámos que era.
Quando entrámos para a Europa fizemo-lo como se fosse uma espécie de seguro de vida contra as ditaduras. E isso nos bastava. Eu era deputado na altura. E confesso que na minha cabeça – como na dos outros – não dominava a ideia de que, com a adesão, Portugal viria a ser inundado com rios de dinheiro durante muitos anos.
E o que fizemos desses biliões?
Os subsídios à agricultura – em vez de servirem para a sua modernização – foram desbaratados em jeeps e vivendas no Algarve. E a CAP, que agora tanto barafusta, o que fez para o impedir?
E quanto à “formação” dos trabalhadores portugueses, o que aconteceu? – Cursos fantasmas e virtuais, onde muita gente se encheu de dinheiro e ninguém aprendeu coisa nenhuma. E os sindicatos – que agora até vão fazer uma greve nacional – o que é que então fizeram para moralizar este forrobodó?
E quantos barcos de pesca os subsídios europeus mandaram para o fundo, deixando Portugal a importar 70% do peixe que consome?
E os filantrópicos bancos a oferecerem cartões de crédito a tudo o que mexia: Uma casinha nova? Um carrinho de último modelo? Uma viagenzinha ao Brasil? Era o “gaste agora e pague depois”!
Portugal está a bater no fundo. E não é de agora, já vem de longe, de muito longe.
Mas só agora, quando o icebergue da crise internacional destapou a realidade das contas do País, é que nos demos conta do tamanho do rombo que nos ameaça.
Não adianta nada estar agora a fazer julgamentos sumários, a atirar pedras aos que estão mais à mão, ou a apontar culpados. Porque, no fundo – uns mais, outros menos – todos fomos e somos responsáveis (excepto naturalmente aqueles cujas vidas já se afundavam mesmo antes do naufrágio).
O erro fatal foi a confusão que fizemos entre Liberdade e Prosperidade. É que a Liberdade não é nenhuma árvore das patacas. E pensámos que era.
Quando entrámos para a Europa fizemo-lo como se fosse uma espécie de seguro de vida contra as ditaduras. E isso nos bastava. Eu era deputado na altura. E confesso que na minha cabeça – como na dos outros – não dominava a ideia de que, com a adesão, Portugal viria a ser inundado com rios de dinheiro durante muitos anos.
E o que fizemos desses biliões?
Os subsídios à agricultura – em vez de servirem para a sua modernização – foram desbaratados em jeeps e vivendas no Algarve. E a CAP, que agora tanto barafusta, o que fez para o impedir?
E quanto à “formação” dos trabalhadores portugueses, o que aconteceu? – Cursos fantasmas e virtuais, onde muita gente se encheu de dinheiro e ninguém aprendeu coisa nenhuma. E os sindicatos – que agora até vão fazer uma greve nacional – o que é que então fizeram para moralizar este forrobodó?
E quantos barcos de pesca os subsídios europeus mandaram para o fundo, deixando Portugal a importar 70% do peixe que consome?
E os filantrópicos bancos a oferecerem cartões de crédito a tudo o que mexia: Uma casinha nova? Um carrinho de último modelo? Uma viagenzinha ao Brasil? Era o “gaste agora e pague depois”!
08 novembro, 2010
Presidenciais
"Basta de pastéis, Coelho a Belém"
É com este slogan de campanha que o deputado do PND-M na Assembleia Legislativa, José Manuel Coelho, se vai candidatar à Presidência da República.
Titanic I
José Niza escreve:
(Talvez se possa adaptar à euforia dos comentário de Marcelo à victória do PSD no acordo
do OE 2011)
(Talvez se possa adaptar à euforia dos comentário de Marcelo à victória do PSD no acordo
do OE 2011)
"Era uma noite nórdica, loira e calma. No meio do mar o TITANIC vestia-se para a festa. As senhoras passeavam-se no convés ostentando jóias e sorrisos. Os cavalheiros, de smoking, saboreavam cognacs e havanos. A orquestra animava o baile inaugural do paquete mais moderno e mais seguro do mundo. O champanhe corria a rodos e a lua iluminava a efémera felicidade daqueles rostos.
Inesperadamente, um terrível estrondo. O TITANIC cambaleou e, do porão, subiram jactos de água. O pânico instalou-se por dentro da confusão da gritaria. Lentamente o barco afundou-se a pique nas entranhas do mar.
Tudo naquela viagem tinha sido cientificamente estudado, previsto e programado. Menos aquele iceberg gigantesco do qual – como aprendemos na escola – apenas se via uma quinta parte. Ele andava por ali a rondar, à espreita. Mas, nos festejos da festa, ninguém o pressentiu, ninguém o viu no fundo dos binóculos.
E no entanto, colossal, ele estava lá. "
Inesperadamente, um terrível estrondo. O TITANIC cambaleou e, do porão, subiram jactos de água. O pânico instalou-se por dentro da confusão da gritaria. Lentamente o barco afundou-se a pique nas entranhas do mar.
Tudo naquela viagem tinha sido cientificamente estudado, previsto e programado. Menos aquele iceberg gigantesco do qual – como aprendemos na escola – apenas se via uma quinta parte. Ele andava por ali a rondar, à espreita. Mas, nos festejos da festa, ninguém o pressentiu, ninguém o viu no fundo dos binóculos.
E no entanto, colossal, ele estava lá. "
07 novembro, 2010
Marcelo Rebelo de Sousa na TVI
Receita para acompanhar um café ou um chá enquanto se vê na TVI, o Prof Marcelo, fazendo a defesa e a apologia do seu PSD e de Cavaco Silva e deitando às ruas da amargura o PS e o actual governo.
FCP-SLB
Tem acontecido por diversas vezes estarmos fora deste rectangulo, quando o Glorioso defronta os do FCP. Algumas vezes o desfecho tem sido o empate.
Desta vez, ficamos a torcer para que os do Glorioso, os Bin Laden`s, como os apelida o digníssimo Presidente do FCP, ganhem o desafio sem que haja batalha, bombas e tudo o mais que tem sido hábito por aquelas bandas quando o SLB aí se desloca.
Desta vez, ficamos a torcer para que os do Glorioso, os Bin Laden`s, como os apelida o digníssimo Presidente do FCP, ganhem o desafio sem que haja batalha, bombas e tudo o mais que tem sido hábito por aquelas bandas quando o SLB aí se desloca.
Comissão de Moradores de Vila Fria
Até ao momento, continuamos sem ter notícias sobre as actividades da Comissão de Moradores de Vila Fria, após a sua última reunião, ou seja, da sua constituição oficial.
Vamos aguardando
Vamos aguardando
Cavaco Silva visto por Alfredo Barroso (II)
"Há, aliás, duas frases que retive na memória, da autoria de Cavaco Silva, que caracterizam bastante bem o político completamente previsível que ele é.
Uma delas foi proferida em 2005, tornou-se famosa e diz o seguinte: "Pessoas inteligentes, com a mesma informação, chegam às mesmas conclusões." Quem tenha alguns conhecimentos de história, seja do país ou do mundo, seja das ideias ou dos factos políticos, sabe perfeitamente que tal afirmação não é verdadeira. Porque, regra geral, pessoas inteligentes, com princípios, ideias e opções políticas distintas, chegam a conclusões diferentes, mesmo quando possuem a mesma informação. É isso, aliás, que está na base dos sistemas democráticos, pluralistas e pluripartidários.
Mas a frase proferida por Cavaco Silva há cinco anos é característica do discurso político dominante nos diversos partidos que alternam no poder em quase todas as democracias ocidentais. É uma frase que traduz aquilo que alguns já designam como "o fim da política". "
Uma delas foi proferida em 2005, tornou-se famosa e diz o seguinte: "Pessoas inteligentes, com a mesma informação, chegam às mesmas conclusões." Quem tenha alguns conhecimentos de história, seja do país ou do mundo, seja das ideias ou dos factos políticos, sabe perfeitamente que tal afirmação não é verdadeira. Porque, regra geral, pessoas inteligentes, com princípios, ideias e opções políticas distintas, chegam a conclusões diferentes, mesmo quando possuem a mesma informação. É isso, aliás, que está na base dos sistemas democráticos, pluralistas e pluripartidários.
Mas a frase proferida por Cavaco Silva há cinco anos é característica do discurso político dominante nos diversos partidos que alternam no poder em quase todas as democracias ocidentais. É uma frase que traduz aquilo que alguns já designam como "o fim da política". "
06 novembro, 2010
Crédito à Habitação
Tem passado despercebidas as novas normas que entraram em vigor a 01 de Novembro.
Com tantas dezenas de milhares de habitações, novas e usadas, para venda, teria alguma lógica que, pelo menos alguma publicidade já tivesse surgido, até mesmo antes da entrada em vigor da nova legislação para o efeito.
"As novas regras do crédito à habitação entram hoje ( a 1/11/2010) em vigor o que, segundo o Banco de Portugal, vai aumentar a transparência da informação prestada aos clientes bancários sobre a prestação da casa."
Com tantas dezenas de milhares de habitações, novas e usadas, para venda, teria alguma lógica que, pelo menos alguma publicidade já tivesse surgido, até mesmo antes da entrada em vigor da nova legislação para o efeito.
"As novas regras do crédito à habitação entram hoje ( a 1/11/2010) em vigor o que, segundo o Banco de Portugal, vai aumentar a transparência da informação prestada aos clientes bancários sobre a prestação da casa."
05 novembro, 2010
Cavaco Silva por Alfredo Barroso
"A outra frase de Cavaco Silva que retive na memória, já esquecida mas também famosa, foi proferida por ele há oito anos, em 2 de Março de 2002, durante uma conferência na Faculdade de Economia do Porto.
Recorde-se:
Recorde-se:
"A propósito da sustentabilidade da Segurança Social e referindo-se à quantidade de funcionários públicos em Portugal (cujo numero, diga-se de passagem, aumentou significativamente durante os dez anos em que ele foi primeiro-ministro), Cavaco Silva disse, às tantas: "Como é que nos vemos livres deles? Reformá-los não resolve o problema, porque deixam de descontar para a Caixa Geral de Aposentações e, portanto, diminui também a receita do IRS. Só resta esperar que acabem por morrer."
Esta extraordinária declaração proferida por Cavaco Silva, que revela uma total insensibilidade humana, não lhe deve ser levada a mal, porque é característica dos tecnocratas da política, sempre mais preocupados com os números do que com as pessoas. Cavaco Silva é isso mesmo, um tecnocrata da política. Considera-se, acima de tudo, um economista, e foi assim, como economista, que quis ser eleito Presidente da República há cinco anos. "
Esta extraordinária declaração proferida por Cavaco Silva, que revela uma total insensibilidade humana, não lhe deve ser levada a mal, porque é característica dos tecnocratas da política, sempre mais preocupados com os números do que com as pessoas. Cavaco Silva é isso mesmo, um tecnocrata da política. Considera-se, acima de tudo, um economista, e foi assim, como economista, que quis ser eleito Presidente da República há cinco anos. "
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