Assisti quinta-feira na RTPN a um debate com os juniores dos partidos políticos com assento parlamentar. Escusado será dizer que foi uma ‘seca’ monumental com os juniores (pareciam a terceira idade) a meterem-se nas conversas de adultos, usando os mesmos tiques, os mesmos argumentos, os mesmos truques, as mesmas insídias, as mesmas mentiras, o mesmo cinismo, a mesma hipocrisia…
Tão parecidos que mais pareciam clones. Obviamente, como é da ordem, não poderia faltar na agenda dos ‘pequeninos’ o caso Manuel Moura Guedes. Repetiram as mesmas asneiras que os adultos utilizaram nesse dia na Assembleia da República. É por isso que hoje volto ao assunto. Ao contrário do que tem sido veiculado, o ‘Jornal Nacional de Sexta-feira’ não sofreu nenhuma interrupção. Continua a ser realizado e apresentado pelos jornalistas da TVI, tal como acontece nos restantes dias da semana. É necessário sublinhar que o jornal de sexta-feira, apresentado por Manuela Moura Guedes, já não se realizava há mais de dois meses (ricas férias…) e, como é evidente, foi a redacção da TVI que assegurou a sua continuidade com outro pivô, numa acção inteiramente legítima e insusceptível de contestação. O que a Administração da TVI fez foi pronunciar-se sobre o modelo de jornal realizado por Moura Guedes, anotar os efeitos nefastos que esse trabalho tinha na imagem da estação e somar os prejuízos elevados decorrentes desse exercício.
É preciso que se saiba que a TVI era processada, com bastante frequência, por pessoas que se sentiam injustamente visadas por aquele jornal que sistematicamente mandava às urtigas o Estatuto do Jornalista e outras leis bem como os códigos profissionais. A TVI tem dezenas de processos reclamando indemnizações vultuosas por abuso da liberdade de imprensa e outras violações. O que a Administração fez foi um acto de boa gestão ao não autorizar o regresso à antena do ‘jornal fora da lei’.
Manuela Moura Guedes continua a pertencer aos quadros da TVI, tem de trabalhar na área do jornalismo cumprindo as regras em vigor. A Direcção da TVI já foi substituída porque pactuou com as diatribes da ‘patroa’ (‘mutatis mutandis’… uma espécie de Dantas, em 2009) e a vida vai voltar ao normal. ‘A contrario sensu’ como é possível conceber a inacção da Administração da TVI, num caso limite como este? A Administração não pode (e acho muito bem) interferir na produção e no conteúdo de matéria jornalística, influir no processo de investigação informativa mas pode e deve actuar em defesa do bom-nome da estação, da garantia da sua melhor gestão, no propósito de ver o estatuto editorial da estação respeitado por todos. Qual é a ilegalidade?